O Príncipe Herdeiro - Jungkook

V

S/N P.O.V

Mais uma vez eu estava perdida em meus pensamentos. A unha do dedão já tinha sido completamente ruída e estava pronta para achar outra vitima quando Doha deu um pequeno tapa em minha mão.

- Para com isso. Você anda toda estranha desde a última entrevista com aquele grupo, o que aconteceu?

- Não estou. Estou pensando em outras coisas. - Pego minha agenda e começo a folhear.

- Me engana que eu gosto. - reviro os olhos e ele puxa a cadeira para mais perto de mim.. - Me conta. O que vocês estavam conversando na cozinha? Virou fã ou resolveu ser hater deles?

- Nada disso. Eu não me aproximo de nenhum famoso, você sabe.

- Claro que sei. Você morre de medo de ser odiada. - encaro ele. - Eu sei que sim. Depois que saiu aquele caso daquela nossa velha amiga, você ficou quase que com alergia de fotografar famosos.

- Não é para menos. Esses fãs são malucos. Infernizaram a vida da Young Seo só por ela ter aceitado um café do Kim Min Kyu. Eu prefiro me manter bem distante. Você já ouviu falar sobre esses Armys? Eles são doidos.

- Mas... Tem algum motivo pra esse medo todo do Army? Você ta gostando de algum integrante?

- Não seja ridículo! - jogo uma caneta nele. - Eu nem troquei mais que três palavras com eles fora do trabalho.

- Mas gostaria, né? - arqueou a sobrancelha e ameacei jogar a agenda nele. - Ok, ok! Parei! - riu. - Quer ir na conveniência na saída do trabalho? - faço que sim com a cabeça.

- Estou precisando espairecer.

Doha tentou me animar o dia inteiro, mas tudo o que eu conseguia fazer era pensar na história maluca que foi contada naquela cozinha. Estávamos em uma mesa na frente da conveniência, Ha-ri contava sobre seu mais recente pretendente.

- E o que o torna diferente dos outros? - Doha perguntou.

- Dessa vez é diferente, eu estou sentindo! - disse confiante e ri.

- Da última vez ela disse a mesma coisa. - Doha balançou a cabeça concordando comigo. - Você precisa parar de ser emocionada, Ha-ri. As pessoas são maldosas e só querem se divertir.

- Você deveria dar uma chance para o Dylan.

- Dylan? O cara do intercambio?

- Ela não consegue perceber que ele gosta dela. - disse.

- Olha só quem fala. - provoca revirando os olhos e bebe sua bebida.

- Como assim?

- Você também não é boa em perceber que estão gostando de você, S/N.

- Ha-ri já está bêbada. - Doha disse entre uma risada fraca.

- Claro, estou. Ihul!

Apenas dou de ombros - mesmo sabendo do que ela falava. Mas as vezes era mais inteligente e saudável fingir ignorância. Como Ha-ri era a mais alcoolizada, pedi que Doha a deixasse em casa e resolvi ir caminhando para conseguir organizar minha mente, mas acabei aproveitando o momento para parar em um parquinho não tão distante da minha casa. Sentei no balanço e olhei para a caixa de areia, a usando para me perder em pensamentos. Quando era criança, minha avó me contou histórias de um reino distante chamado Daeho. Segundo o que me lembro, era um lugar bom, com um rei muito gentil e cuidadoso. Em um de seus contos ela relatou que existia uma profecia, onde um príncipe iria aparecer e que era meu destino ajudá-lo. Mas eu era criança, aquilo não deveria ser apenas para me incentivar a, sei lá, encontrar um príncipe para mim? Para me fazer ter bons sonhos? Meu celular tocou, o número era desconhecido. Resmunguei desligando, mas logo em seguida ligou novamente.