O Príncipe Herdeiro - Jungkook

XI

S/N P.O.V

— Como está se sentindo hoje?

— Melhor, obrigada.

Depois que desmaiei ontem, tudo o que vi quando acordei foi Wi-gen, nenhum dos meninos apareceu até agora. Segundo a mulher, o médico disse que eu ficaria bem desde que tomasse o medicamento corretamente, que tudo era causa do grande estresse que passei enquanto estive no palácio.

— Pode me ajudar? – pergunto já colocando os pés para fora da cama e ela se apressa para ficar ao meu lado e segura em meu braço.

– Você não deveria estar se esforçando ainda, S/N. Volte para a cama.

– Eu estou bem. – sorri para lhe tranquilizar. – Só preciso de um pouco de ar, não se preocupe. Se eu sentir qualquer coisa, volto para cama.

Ela concordou relutante e ficou ao meu lado até a porta. Quando finalmente pude ver o acampamento não me surpreendi; não tinha nada de diferente de um acampamento normal. A tenda em que eu estava era a maior, a segunda maior era uma em frente, logo após a fogueira – era a tenda que estavam os meninos, eu me lembrava.

— Irei ver os meninos. – avisei e caminhei devagar até a tenda deles, Wi-gen estava um pouco atrás de mim, como um suporte. Levo a mão até o tecido da porta para abrir, mas puxo apenas um pouco e paro quando escuto o meu nome. Era errado, mas se tinha meu nome eu tinha o direito de ouvir, certo?

— O que pretende fazer com a S/N? – era a voz de Namjoon.

— Você falou sério quando concordou com o Lee Minho? – Taehyung perguntou.

— Você tem um plano, não é?

— Não. – ouvi Jungkook em tom sério. – Se eu quiser encontrar o meu pai, eu preciso entregar a S/N para o Lee Minho.

Dei um passo para trás e o meu corpo encontrou o de alguém. Como assim, me entregar para o Lee Minho? Então por que me tiraram de lá? Qual o sentido? O que eu fiz de errado?

— Você tá bem? – Ji Eun estava atrás de mim. Me virei rápido a olhando, a rapidez me trouxe tontura.

— Eu.... Er... – olho para a tenda dos meninos e depois para ela. Eu não sabia o que pensar agora.

— Oh... Você ouviu o que Jungkook está planejando? – franzi a testa. Ela também sabia daquilo? – Ele é o príncipe herdeiro e está fazendo o melhor para o povo dele. Você não é parte desse povo.

— Você não sabe de nada. – retruquei com a voz embargada.

— Eu sei que você tem sido um fardo para o príncipe e seus amigos. O melhor que você pode fazer é fugir, se não quiser voltar para o palácio. – ela sorriu de forma maldosa e se aproximou de mim. – Corra, coelhinha.

O ar me falta por alguns segundos que mais parecem uma eternidade. Como ela sabia aquele maldito apelido? Chan Hyung me chamou daquilo durante as horas em que esteve comigo, aquele momento assustador ainda me causava arrepios e com certeza seria o pivô de muitos pesadelos. Ji Eun dá um sorriso satisfeito ao ver minha expressão.

— Se eu fosse você, eu fugiria pela floresta.

Fico parada a vendo se distanciar, sorrindo e falando com outras pessoas de forma doce e amigável, qual era o problema dela?! Cerrei a mão em punho e voltei correndo para a tenda, ignorando o desconto no estômago pelo esforço. Se ele planejava me entregar para Lee Minho eu precisava fugir. Provavelmente seria um troféu para o Chan Hyung, se não acabasse morta. A única coisa que pego na tenda é minha jade. A pedra está em cima do móvel ao lado da cama e evito a saída da frente; pego uma adaga que estava sobre a mesa e rasgo a parte de trás da tenda, que já me dava acesso a floresta. Olho para trás uma última vez antes de dar o meu máximo para correr pela floresta; a dor começou a surgir novamente.