VI

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O fio vermelho é invisível, inquebrável, infinito, pode se embaraçar e até enrolar, mas nunca se parte. Dois companheiros de alma, guiados pelo destino através do fio vermelho, são destinados a se encontrarem.

S/N P.O.V

Era tudo muito surreal, mas fazia tanto sentido. A TV relatava um misterioso caso de um vilarejo perto daqui, onde alguns fazendeiros foram encontrados inconscientes perto da floresta de bambu. Queria prestar mais atenção, era um caso intrigante, mas minha mente trabalhava duro juntando as partes do quebra-cabeça da minha família. Alguma geração minha veio de Daeho para esse mundo e aqui se fundou, por algum motivo eu estou destinada a ajudar Jungkook - príncipe de Daeho - a voltar para seu reino e expulsar os bárbaros e trazer de voz a paz. Foi isso que entendi.

- Sempre soube que eu estava destinada a algo grandioso. - digo me achando, mas acabo rindo comigo mesma.

Eu não conseguiria descrever aquela sensação mesmo se tentasse, mas podia dizer com precisão que ela não era confortável. Senti uma dor na nuca como nunca antes e automaticamente levo a destra até a região, aperto os olhos e franzo a testa quando uma imagem turva surge em minha mente. Foi rápido e fragmentado, mas duas coisas foram o bastante para me fazer largar o que estava fazendo e sair de casa - era uma espada apontada para Jungkook.
Eu não sei o que aquilo podia ser, mas a agonia em meu peito não me deixava ficar parada. Eu só sabia que precisava ir até ele, ver se estava bem. Durante o caminho tento ligar em seu celular, mas não tive resposta. Peço para o taxista acelerar e tento pensar que tudo aquilo era maluquice e que nada estava acontecendo com ele, era só coisa da minha cabeça.

O que encontro é uma viatura da polícia em frente a casa onde os meninos estavam alojados. Saio do táxi às pressas e entro na casa que estava com a porta aberta, mas sou barrada por um policial logo na entrada da sala, mas vejo por cima de seus ombros que tudo estava bagunçado, como se uma briga tivesse acontecido e alguns dos meninos estavam na sala sendo cuidados por um médico e uma enfermeira. Eu não vi Jungkook.

- Namjoon! - chamo alto por seu nome e tenho sua atenção. - Me solta! - puxo o braço que o policial segurava.

- Tudo bem, ela não é uma fã. - ele diz e só então posso ir até ele. - Como chegou aqui?

- Onde está Jungkook? Ele está bem? - ele parece estranhar toda minha preocupação; eu também.

- Não se preocupa, ele está bem. Acho que está lá no jardim com o Jimin.

Passo o olhar rápido nos meninos que estavam ali, logo voltando a olhar Namjoon.

- Precisa de alguma ajuda?

- Não, pode ir falar com ele. Vamos ficar bem. Pode ir por ali, vai encontrá-lo.

Sigo por onde ele disse, atravesso a cozinha e saio pela porta de vidro para a área do jardim e avisto Jungkook e Jimin de costas para mim. Aperto as mãos na frente do corpo, o que eu estava fazendo?

- Jungkook? - chamo seu nome e ele vira. Prendo a respiração por alguns segundos ao ver um pequeno corte na parte alta da maçã do rosto.

- S/N! O que faz aqui? - ele parece surpreso. Não o culpo. Queria ter tido controle sobre meu corpo quando em passos rápidos me aproximei dele e envolvi os braços em volta de seu pescoço, o abraçando.

- Vou deixá-los sozinhos. - disse Jimin.

- S/N... O que foi? Como chegou aqui?

Eu não era eu. Ele tentou gentilmente me afastar, mas apertei mais meus braços, me mantendo firme no abraço. Tão surpreso quanto eu, ele suspirou cedendo e abraçando de forma suave minha cintura.

- Eu tô bem. - afirmou soltando um suspiro. Concordo com a cabeça e ele segura minha cintura, dessa vez não resisto quando ele me afasta. - O que foi isso? Como veio parar aqui?

- E o que é isso no seu rosto? Não deveria mandar um médico fazer um curativo?

- Você não tá me respondendo. - segurou minha mão antes que eu tocasse seu rosto. Pisco os olhos alguma vezes enquanto encaro os seus e só então volto a mim. Afasto minha mão e ele franze a testa.

- Desculpa. Eu não sei bem o que tá acontecendo comigo. - passo a mão na testa. - Eu tive uma dor forte na nuca e depois eu te vi e tinha alguém apontando uma espada para você, o que é loucura, eu sei! Mas eu sentia que precisava saber se você estava bem. Precisava confirmar que não era coisa da minha cabeça.

- Espera. Você tá dizendo que teve uma visão de alguém apontando uma espada para mim? - perguntou surpreso.

- Sim. Loucura, né!?

- S/N... Foi exatamente o que aconteceu.

- Como é? - dessa vez sou eu que o encara surpresa.

- Eu vou te contar, mas antes tenho que ver se todos estão bem. Pode esperar um pouco?

Faço que sim com a cabeça e o sigo para dentro novamente. Como assim o que eu vi realmente aconteceu? Sento no sofá perto de Jin e pergunto baixo se ele estava bem, apesar de estar um pouco machucado, garante que está ótimo e pronto para outra. Sorri leve para ele e observei os outros. Suga estava machucado no ombro, mas parecia bem; Os demais tinham pequenos hematomas pelo rosto ou braços, mas não eram graves. Jungkook se juntou a Namjoon e falaram algo com o policial, que não demorou para sair.

- Então aquele cara era... - Jin começou assim que ficamos apenas os oito na sala.

- Ele se apresentou como Lee Minho, disse que era o novo príncipe de Daeho.

- Ele falou sobre o seu pai, não foi? O que ele disse? - perguntou Namjoon.

- Ele disse que meu pai demorou, mas que precisou fazer uma escolha e isso trouxe Lee Minho até aqui. - Jungkook parecia preocupado.

- O que acha que pode ter acontecido lá? - olhamos Jungkook com a pergunta de Jimin e o mesmo abaixou os olhos para o chão e deu de ombros.

- Não vamos focar no que aquele lunático disse! - Namjoon bateu as mãos e levantou.

- Mas é justamente pelo o que ele disse que precisamos agir, Hyung. - Jungkook levantou. - Pelo o que entendi, meu pai precisou fazer uma escolha e ele jamais teria entregado minha localização se não fosse algo serio. Preciso voltar o quanto antes!

- E nós vamos te ajudar, cara. Mas fomos sete contra ele e a gente nem deu conta. - J-Hope tinha um grande ponto.

- Ele só nos pegou desprevenidos. - Namjoon justificou e estreitei os olhos. - Costumávamos ser ótimos em lutas, não se esqueçam disso. Só... não vamos nos deixar ser alvo fáceis de novo. - ele não parecia tão confiante. - Nem baixar a guarda. - completou antes de se sentar e receber três tapinhas no ombro de Taehyung, um consolo.

- Somos um alvo fácil aqui. - Suga disse após um longo minuto em silêncio.

- Qualquer lugar seremos. - Tae observou. - Qualquer paparazzi pode nos achar em um hotel ou o próprio army.

- Não tem como a gente ficar invisível.

Eles pareciam tensos - e com razão, claro. Mas Jungkook parecia ainda mais apreensivo, era como se ele estivesse mais preocupado com os amigos do que com ele mesmo.

- Na verdade, o maior alvo é o JK. - olhamos Jin.

- Você tem razão. - Namjoon concordou e olhou Jungkook. - Lee Minho quer matar você, ele foi bem claro. Você precisa ficar sumido por um tempo.

- Não temos tempo, hyung. - protestou. - Preciso voltar para Daeho!

- Não seja teimoso. - falo pela primeira vez e tenho os olhos de todos em mim. Reprimo os lábios e suspiro levantando. - Fica na minha casa.




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Esclarecendo uma coisa, gente. Eu não vou fazer uso dos honoríficos coreanos por não ter muita noção de como e quando usar. O máximo que vou usar vão ser os mais conhecidos que a gente ver nos grupos de K-pop e doramas, como o Hyung.

E também vou tentar postar umas 2x por semana, mas não posso garantir por conta do meu trabalho.

O Príncipe Herdeiro - JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora