• • Capítulo Três • •

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de Julho de 2023, 09:33 am.

O sol de julho queimava intensamente, fazendo o suor escorrer pela testa de Andrew enquanto ele trabalhava no jardim. A ferramente pesada parecia um peso adicional em suas mãos, mas ele não parava.

Cinco anos haviam se passado desde que Andrew deixou para trás a casa que um dia foi seu lar e de Sophia, onde construíram sonhos juntos. A dor da perda ainda era intensa, e as lembranças de Sophia pareciam uma ferida aberta. Ele não conseguiu ficar ali, cercado pelas recordações de sua vida a dois, e muito menos enfrentar o dia em que perdeu sua amada esposa.

O cabelo, agora longo e ondulado, quase sobre seus ombros, um contraste marcante com o estilo rigoroso que ele costumava manter. A barba, antes bem cuidada, agora crescia desalinhada, cobrindo quase todo o seu rosto, deixando-o quase irreconhecível.

Suas roupas, antes feitas sob medida, agora pareciam largas e desproporcionais, como se fossem de outra pessoa. Andrew Clarke que todos conheciam havia desaparecido, substituído por um homem desgastado e abatido.

A perda de Sophia o havia cambiado por dentro e por fora. A dor e a saudade o consumiam, deixando marcas visíveis em sua aparência e em sua alma. Ele não era mais o homem confiante e seguro que outrora era.

— Bom dia, senhor Clarke! – exclamou David, um menino loiro de 12 anos, do outro lado da cerca.

Andrew parou de aparar a grama e se levantou, surpreso com o cumprimento. Ele conhecia David, o garoto sempre fazia questão de o saudar.

— É o David, eu sou seu vizinho, lembra? – acrescentou o menino, com um sorriso iluminando seu rosto.

Andrew encarou David, sua mente ainda turva pela lembrança que estava tendo a pouco. Ele passou a mão direita pela barba espessa, coçando-a com lentidão, enquanto estudava o menino.

— Ah, sim... – respondeu Andrew, sua voz rouca e baixa.

O olhar de Andrew se demorou no menino, e por um momento, ele esqueceu sua dor. Havia algo no sorriso de David que o fez se sentir mais próximo da humanidade novamente.

— Bom dia, David – disse Andrew, sua voz baixa e contida, um contraste com o tom animado que costumava ter. – Sim, eu lembro que é meu vizinho – continuou, um leve sorriso surgindo em seus lábios. – Você não me deixa esquecer.

David gargalhou, sua risada pura e contagiosa, e concordou com a cabeça ainda sorrindo.

— É verdade – disse David, olhando o jardim com um sorriso – parece que o senhor acordou de bom humor hoje, tirou a floresta da frente da casa!

— Perdi a chave de casa e não consegui achar em meio a tanto... – Andrew gesticulou com a mão esquerda, indicando o mato – então resolvi que estava na hora de tirar.

No Controle de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora