O Assassino Pode Ser Você - especial de Halloween Chaelisa

Day 04

Lisa se afastou um tanto bruscamente, mas não foi por intenção, Jackson puxou a garota para longe de mim. Eles rolaram na grama verde, e um grito alto e estridente foi ouvido de dentro da casa a luz havia voltado. Jennie passou voando por mim em direção aos dois que brigavam no chão.

Lisa parecia um saco de pancadas, levou tantos socos que certamente seu rosto ficaria cheio de hematomas horríveis. Jennie conseguiu separá-los com a ajuda de mais alguns garotos. Liz levantou cambaleando e parou em minha frente, com sangue na boca e no supercílio, ela tinha lágrimas nos olhos.

— Por que, Chaeyoung? Por que fez isso comigo? O que foi que eu te fiz para você me quebrar desse jeito?

— Eu não...

Nem tive tempo de me explicar, ela saiu correndo em direção a rua, Jackson foi levado pelos garotos para os fundos da casa, para evitar mais brigas acredito eu, já que quando ele saiu de cima da Lisa seus olhos de raiva caíram sob mim, eu certamente seria a próxima a ter o rosto desfigurado.

— Como você pode ser uma completa vadia, Park? Qual é a porra do seu problema garota? Você já tem tudo o que quer, já tem a porra do namorado descolado, já tem o título de líder de torcida, assim como de melhor aluna da faculdade, agora o que? Vai querer o título de arrasadora de corações? Eu te odeio, Chaeyoung, você deveria sumir.

Eu não fazia ideia de Jennie pensava isso de mim, e no fim das contas ela tinha razão, eu sou uma vadia suja e que não merece os amigos que tem.

Senti minha cabeça doer, meu mundo de repente começou a girar, e eu senti uma fisgada forte na barriga. Me levantei com dificuldade depois que Jennie correu atrás da Lisa, Tentei me apoiar pelas paredes para entrar na casa, eu estava me sentindo muito mal, não podia aguentar o peso da minha cabeça e minhas pernas pareciam amortecidas.

Andei a procura do banheiro vasculhando por entre aquelas pessoas que se divertiam, tudo girava e a batida da música de rock pesado fazia tudo dentro de mim revirar. No caminho encontrei Jisoo, ela estava abraçada a um garoto que parecia querer fazer algum mal a ela, ele era forte, os braços grandes e o aperto que ele estava dando nela certamente poderia lhe quebrar as costelas, ou pelo menos era assim que eu estava vendo.

Peguei uma garrafa da mão de um garoto no meio da pista de dança e arremessei acertando aquele brutamontes para que ele soltasse ela. A garrafa se quebrou e minha mão ardeu, sangue escorreu pela minha pele alva e o garoto cambaleou.

— Que porra? O que você acabou de fazer Chaeyoung? Céus, Bohyun você está bem?

— Olha, Jisoo, você é legal, mas sério, suas amizades te estragam, desculpa...

— É isso aí, mete o pé, trombadinha.

— O que você pensa que está fazendo, garota? Meu Deus Chaeyoung, você é completamente louca, você precisa de ajuda de um psiquiatra, você acabou de estragar o lance que eu venho tentando ter com Bohyun a mais de um ano.

— Me desculpe, eu só, eu tentei ajudar. Eu não estou bem Jisoo, eu preciso de você.

— Me poupe, eu não sou sua babá, viciada de merda, se vire com suas atitudes tóxicas, eu deveria te deixar por aí para morrer de overdose, sua drogada.

Eu não sei em que momento eu voltei a chorar, mas as lágrimas já saiam quase que automaticamente, subi as escadas enquanto sentia meu mundo de contos de fadas inventado caindo e se destruindo aos poucos, na noite que era pra ser uma das mais felizes do nosso ano eu sentia meu mundo se desfazendo...