10. Uma dose de alegria, parte 2

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Kitty

— Você foi incrível comprando lanches para gente — fala Maeves, unindo as suas pernas em posição de lótus. — É meu amor por você — diz estendendo a sua mão com um pequeno bombom.

Comprou algumas caixas para nós depois que insisti que nos reuníssemos, e Kendra cedeu a sua casa para nós. Como minha mãe iria voltar do seu turno, preferi que houvesse silêncio para que pudesse dormir tranquilamente.

— Seu amor é barato — reclamo, com a sua expressão enfezada nos fazendo sorrir.

Mark está muito feliz brincando com Joshua que dá atenção a ele como se conhecessem a muito mais tempo. O menino se ligou a ele com facilidade, talvez por não ter muitos homens em sua vida. Amara é cuidadosa para não machucar o coração dele.

Ter um pai morto não deixa a criança pronta para o que as outras podem dizer.

— Vocês poderiam só comer — avisa Kendra, comendo a torta salgada que roubou de mim. Gostou muito dela e não pude negar dar a ela depois do seu olhar de bichinho faminto.

É igual com Milk.

Sou um desastre em negar o que me pedem desse jeito.

— Não seria um encontro nosso se for civilizado — aponta Júlia, e está um pouco certa, somos um grupo meio desregulado que tende a falar sobre temas safados enquanto o álcool entra. Por sorte, hoje manteremos o álcool longe.

— Lembram de como a Lucily se comportava em meio a multidões? — Lucily era parte do grupo, mas precisou viajar para morar na Holanda depois de receber uma boa proposta de emprego, e devido à distância perdemos grande parte do contato com ela.

— Era bem forte, lembro dela ter dito que começou ataques depois de se perder em um parque quando era criança — comenta Amara e concordo com ela. — Aconteceu alguma coisa assim? Está bem?

— Não é comigo — explico ligeiro, erguendo uma mão para garantir que estou bem. — Aconteceu no café em que comprei essas comidas — esclareço.

— Pelo visto, viu de perto — Pondera Kendra. — Lucily passava por momentos mais complicados quando evitava o seu tratamento.

— Não sei dizer o que ele estava fazendo ou não, mas tinha umas adolescentes, um era bem cabeça dura, insistia em ter o número dele — conto e elas meneiam a cabeça ligeiro.

— E você pôs o seu time em campo — articula Júlia.

— Não do jeito que está pensando, devia ter a idade delas, senão por que se aproximariam? — concluo sozinha. — Tudo que vi foram as mãos dele.

— E aí? — pergunta Amara.

— Ele tem mãos grandes — comento, notando pela risada dela que não era o que estava perguntando. — Depois de mostrar o cartão da empresa, elas correram de mim. — Solto um suspiro irritado por não perceber que me joguei em um buraco.

Que diabos, a questão era simples e eu me compliquei.

— Agiu bem, é claro que tem muitos homens sem noção, mas os dois lados têm doidos — esclarece Kendra, e está certa, é questionável o quanto algumas mulheres pensam que um homem é obrigado a apreciá-la.

Sou do tipo que não tenta repetidamente, se der certo, ok, se não, vou para o próximo. Homens é o que não falta.

— Pensei que ela tentaria arrancar os meus cabelos, não acreditou que estou quase nos trinta — digo, fingindo que estou prestes a chorar por minha velhice estar se aproximando.

— Falando nisso, o que quer fazer esse ano? — pergunta Kendra.

— Ano passado nos fez ter aulas de surfe, pelo amor de todos os homens gostosos com quem já fodeu, escolha algo mais fácil — pede Júlia juntando as mãos como se fosse fazer uma oração, mas duvido que qualquer santo a ouviria quando esses são seus pensamentos.

— Temos que aproveitar a juventude — comento.

— Não disse que está ficando velha? — replica Amara e sorri quando tento mostrar minha melhor expressão de irritada. — Podemos tentar bungee jump.

— Deus — profere Kendra sentindo o peso de nossa amizade em seus ombros. — Se eu morrer, o que vai acontecer com meu noivo? — pergunta apontando para o homem saído do olimpo carregando o menino em seus braços como se fosse nada.

— Não vamos matá-la — garanto a ele quando se senta perto de nós ajeitando Mark em seu colo. Amara logo ativa o seu modo mãe perguntando se o menino quer algo para comer também e o lugar onde Kendra enche de besteiras é o seu reino da sorte. Amaria tê-lo na casa de suas outras tias também.

— É bom que a façam se divertir — profere o homem que parece ter caído do céu depois de tropeçar em sua bondade, e olhando para minhas amigas, é claro que não sou a única que o vê assim. —, mas se quiserem, posso falar com a minha família sobre passarem um tempo no rancho — articula, tentando esconder o fato de que prefere atividades menos perigosas.

— O Mark já teve dias apaixonados por cavalos — fala Amara. — Se você gostar, eu topo.

Elas dariam suas opiniões como sempre, mas como se trata do meu aniversário deixariam a decisão final em minhas mãos. Por mais que goste de fazer atividades diferentes, não me importo com o que vai acontecer, desde que as tenha comigo.

— O que acha? Odeia mosquitos — pergunto a Júlia.

— Por mim, tudo bem, deve ter um bom lugar para fazermos outras atividades, não é? — questiona Júlia para Joshua.

— Sei que vocês encontrarão muitas coisas para fazer — fala Joshua, verifica Kendra que não esconde o dedo positivo que mostra para ele, agradece silenciosamente por não ter que pular de um avião, não esse ano.

— Está decidido, pode me mandar os gastos bebê — digo para Kendra.

— Podemos rachar, vai comprar o seu apartamento — comenta Amara ligeiro.

— Ela está certa — completa Júlia.

— Eu digo a vocês como vai ser — anuncia Kendra e as outras mostram grandes sorrisos porque sabem que ela vai agir como querem deixando de fora quanto foi gasto num todo para poderem me ajudar. — Por que não damos um tempo para poder abrir espaço para o jantar?

É bonitinho como ela pode oferecer refeições agora, ainda que sejam todas feitas por seu noivo bonitão. Antes teríamos que nos virar com entregas. Nosso grupo tem mudado bastante, mas o que importa é que continuamos juntas.

 Nosso grupo tem mudado bastante, mas o que importa é que continuamos juntas

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Vejo vocês na semana que vem.

Aproveitem o seu fim de semana.

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Meu querido escritor (Aluga-se Vol.2) - Degustação -Onde histórias criam vida. Descubra agora