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𝙰𝚈𝙰𝙽𝙽𝙰 𝙼𝙰𝙶𝙰𝙻𝙷𝙰̃𝙴𝚂

𝟸𝟼/𝟷𝟷/𝟸𝟶𝟸𝟸

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Acordei com o vento batendo no meu corpo. Abri meus olhos, sentindo um pouco de dor nas costas.

Merda.

Tô no quarto do Gabriel. Eu transei com ele? Eu transei com ele e eu não lembro?! Cadê ele?

Levantei as cobertas e vi que eu ainda estava de calcinha e só havia uma camisa larga em mim. Me espreguicei na cama e me levantei sentindo uma leve tontura. Me sentei novamente e respirei fundo. Passei o olhar pelo quarto e não tinha nenhuma roupa jogada no chão e nem sinais de sexo. Procurei por meu telefone, achei o mesmo que tava sem bateria.

Uma porta foi aberta revelando Gabriel, que saiu do banheiro com uma toalha na volta da cintura. Eu só conseguia prestar atenção naquele abdômen sarado com as gotículas de água que escorriam pelo seu peitoral, as tatuagens úmidas e o olhar penetrante dele em mim.

-Bom dia - ele parou me encarando - Dormiu bem?

-Bom dia - encarei seus olhos. O silêncio se fez presente por alguns segundos - Eu não quero ser escrota fazendo essa pergunta - encarei minhas próprias mãos - Mas... nós transamos? - olhei em seus olhos e ele lançou aquele sorrisinho de lado.

-Não, não precisa se preocupar - senti ele ficar um pouco tenso. Gabriel cruzou os braços e se escorou na bancada em frente a cama.

-Não tô preocupada tá, só queria lembrar se aconteceu. Bebi demais - ele engoliu seco - Quer falar sobre ontem? - deu de ombros.

-Diz aí - coçou a barba, um sinal de que sua paciência já estava indo de arrasta pra cima. Meu olhar acompanhou os pingos de água adentrarem a entrada da sua cintura. Foco Ayanna.

-Tá... Caralho Gabriel... é difícil eu me abrir assim - mexi nas minhas mãos e olhei pra elas - Eu fiquei me fazendo de cu doce esse tempo todo, desculpa - ele travou o maxilar. Me levantei da cama e parei na frente dele - Gabriel - coloquei minhas mãos em seu pescoço - Eu demorei pra caralho e fui uma idiota contigo, mas só fiz tudo isso pois eu estava insegura. Muito insegura. Cara, eu gosto de ti e é pra caralho. Achei que só ia rolar sexo entre a gente e fiquei tentando me convencer disso, cê também parecia ser bem cafajeste - ele fez um biquinho - Mas é sério, gosto de você, gosto do jeito que tu me olha, do jeito que sorri pra mim, do jeitinho que me provoca e me beija, do jeito que me fode também e principalmente do respeito que me trata. Me desculpa, por favor você é um cara incrível e não me merece - ele sorriu com os lábios, mas travou o maxilar novamente tentando deixar a poze de marrento - Esse teu jeitinho não me engana, tá apaixonado pelo meu chá também que eu sei - debochei  cruzando meus braços - Vai dizer nada? - arqueei a sobrancelha, mas ele só me encarou de cima abaixo - Não precisa ficar comigo, só não quero que você fique bravo comigo. Te peço desculpas novamente por te deixar correndo atrás de mim, comigo te ignorando, fui uma idiota.

E foi ali que eu vi que demorei tempo demais, fiquei remoendo dentro de mim um relacionamento que não fez sentido. Perdi um cara foda agora. 

Virei de costas pra ele e fui catar minhas coisas. Bolsa, celular, sapato, roupas. O jogador me seguia com o olhar em cada canto que eu ia.

Meu coração tava apertado dentro do peito. Eu fui muito burra, demorei demais, agora ele já deve tá com outra. Sentia aquela vontade de chorar presa na minha garganta. Peguei minhas coisas na maior raiva pra ir pro quarto da Dhiovanna. Meus olhos se encheram d'água, mas eu não iria deixar escorrer uma lágrima na frente dele. Minha mão foi até a maçaneta da porta, mas senti meu corpo se virado e pressionado contra a porta. 

𝐃𝐑𝐈𝐁𝐋𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐎 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐎 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora