4. Almoços na sexta-feira

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Dois dias após seu encontro com Junsu e o Alfa Min, Hoseok se viu mais uma vez esperando por Yongho na cafeteria do hospital. Ele correu para lá depois de um longo turno, mal conseguindo se despedir de seus colegas de trabalho antes de enfiar os braços nas mangas da jaqueta quando saiu.

Enquanto se sentava em sua mesa habitual no canto perto da janela de frente para a rua, a mente de Hoseok vagou. Ele mordeu o interior das bochechas enquanto se lembrava de como havia agido em torno de Min Yoongi no início da semana. Ele estava quase tonto em impressionar o alfa, mostrando suas habilidades de criação de filhos para um alfa com um filhote. Foi humilhante até mesmo pensar nisso.

O imperativo biológico, no entanto, era muito mais forte do que Hoseok jamais imaginou. Ele mal conseguiu se impedir de se recusar a soltar o filhote quando o alfa anunciou que eles iriam embora. As cutículas das suas unhas ficaram cada vez mais avermelhadas e rachadas ao longo da semana. Ele estava rapidamente se apegando a Junsu.

Era praticamente inédito para os filhotes se aproximarem de uma glândula odorífera desconhecida devido à sensibilidade de seus narizes em desenvolvimento. Era ainda mais incomum buscar conforto em um adulto que não carregava nenhum cheiro de seus pais.

A condensação rolou pelo lado do vidro de Hoseok. Em sua distração, ele havia pedido um chá gelado, apesar de sua antipatia por ele. O macchiato de caramelo habitual de Yongho estava em uma caneca com o logotipo do café. Ele esperava que a caneca obrigasse o beta a ficar e terminar sua bebida na mesa com ele antes que tivesse que voltar às suas rondas.

Essa esperança estava se tornando mais fraca à medida que os cubos de gelo em seu chá gelado se tornavam cada vez menos. Já se passavam 20 minutos da hora em que eles concordaram em se encontrar quando Yongho chegou.

O beta parecia bem mais descansado, embora não menos estressado. Ele ainda usava seus óculos. Desta vez, Yongho desistiu de qualquer tipo de penteado e deixou sua franja cair em sua testa. Hoseok mostrou ao outro homem um pequeno sorriso. Ele sabia que não estava à altura do seu brilho habitual, mas era o melhor que podia fazer.

- Oi, querido.

Yongho caiu na cadeira a sua frente.

- Oi, Hoseok. - ele disse com um sorriso fraco.

As sobrancelhas do ômega se ergueram, mas ele rapidamente as baixou. A falta de um apelido carinhoso era incomum, mas não necessariamente indicativa de nada. Ele provavelmente estava fantasiando muito as coisas.

- Você não me ligou de volta ontem. - Hoseok disse levemente, brincando. Ou, pelo menos, tentou parecer brincalhão.

Os lábios apertados de Yongho disseram a ele que talvez não tenha sido tão bem-sucedido quanto gostaria.

- Eu estava ocupado. - o beta respondeu áspero. - Você cheira diferente. - os olhos dele se fixaram nos seus enquanto levava o copo de café até os lábios, tomando um gole da bebida açucarada.

Hoseok mordeu o lábio e olhou para o copo dele.

- Há um filhote que eu me aproximei no trabalho recentemente.

Yongho cantarolou e tomou outro gole.

- Um filhote, hein? Isso é ótimo.

Hoseok assentiu.

- Você sabe que eu amo crianças. - ele disse, e era verdade. Havia uma razão pela qual era um bibliotecário infantil. Foi uma das coisas que Yongho disse que amava nele, e uma que eles discutiram longamente em relação ao seu futuro.

- Um filhote, é por isso que você tem estado distante ultimamente? - Yongho perguntou, sua expressão calma e indiferente, mas seu olhar focado.

Hoseok suspirou.

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