Capitulo 8 - Canopus - Estrela guia

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PessoALL, tudo bem? E ai? curtindo a estória?Então... sei que eu tinha prometido atualizações semanais, mas eu fiquei bem mal de saúde na semana passada e não foi possivel, por isso peço desculpas.Mas vamos lá, que o capitulo de hoje tá uma delicinha... e chega para matar a curiosidade de algumas pessoas sobre a interação dos personagens!Divirtam-se! E não deixem de comentar o que acharam!!! A gente adora ler e dá uma super motivação!!!!


Tudo sobre estar sozinha com Jeon JungKook é encantador, apaixonante e maravilhoso. Todos os momentos, nada menos que absolutamente perfeitos, são confortáveis e memoráveis e a noite que compartilhamos havia sido mais um desses momentos. A comida deliciosa, a sobremesa também, a música idem. Bam, um fofo. Porém, nada parecia tão perfeito quanto estar em seus braços. As sensações de nossos corpos se encaixando como se fossem moldados como peças de um quebra cabeça estelar e os beijos que compartilhamos, me faziam crer que realmente somos poeira estelar e juntos criaremos um universo único e espetacular, só nosso.

Dormir em seus braços realmente era uma prática que manteria de bom grado. Mas nada, nem ninguém é perfeito e nem tudo são flores, os possíveis espinhos dessa relação, ainda me assustam num entorno que parece caótico.
Em minha mente ansiosa e patologicamente tímida, meu medo partia de 6 obstáculos, conhecidos pelo mundo como como membros do BTS ou na minha situação, hyungs de JK, que naquele momento estavam no apartamento dele, de onde havia acabado de sair fugida, minutos atrás. Uma declaração minha, feita antes de ir embora, pareceu ter sentenciado, que logo teria de enfrentá-los. E sinceramente não fazia ideia de como seria isso. As dúvidas, sempre elas, me consumiam.
Perdida em pensamentos, segui no banco de trás do táxi, em meio ao trânsito, com o rosto virado pra janela, sem prestar atenção no caminho. Agradeci internamente o fato de o motorista ter logo sacado que não estava afim de conversar. Não sei bem se foi o fone de ouvido nas alturas ou os óculos escuros que sinalizaram a ele minha decisão, mas enfim...
Ainda em silêncio absoluto e meio perdida dentro do meu looping de perguntas infinitas, entrava novamente pela porta no "apertamento" dando de cara com a minha roommate. Atrasada, como sempre, Ju corria pra lá e pra cá, prestes a sair de casa e mais uma vez, sem falar sequer "Bom dia", começou o interrogatório.
— E aí? Como foi? Perguntou animada.
— A noite, perfeita. A manhã, nem tanto! Respondi.
Resumidamente contei os acontecimentos, correndo pra lá e pra cá, enquanto ajeitava as coisas para começar a trabalhar. Os ponteiros do relógio andavam e meu atraso só aumentava.
Tinha certeza que a parte da invasão dos hyungs e minha fuga, faria com que Ju tivesse uma crise de risos, mas ela parecia ter se controlado. Desconfiei que o controle vinha da certeza, que o momento das piadas com esse assunto chegaria.
Deixando claro que entendia o meu ponto de vista e dúvidas sobre a confusão chamada Jeon JungKook do BTS, deixou clara sua opinião, que me faria refletir bastante nos próximos dias.
Defendendo o ponto de vista que era importante dar um pouco menos de peso ao lado da balança, onde pesa a coroa que ele carrega, segundo ela, tudo poderia ser resolvido de forma simples: diminuir a minha vergonha e permitir sem medo que o relacionamento fosse em frente. Num momento "coach de incentivo" Ju dizia:
— Se tá afim, mete a cara! Vai em frente! Foda-se o resto!
— Afinal, o que você tem a perder, além da sua pouca sanidade? E continuou — Com aquele moço bonito, me parece que pelo menos você pode perder ela se divertindo! Afirmou a coach debochada!
— Se der merda, estou aqui, a gente junta os cacos!
— Deixa de ser medrosa, porra! Finalizou o coach motivacional, com o que pareceu uma bronca, mas eu já devia saber que ela teria uma pergunta muito mais relevante.
— Cadê o meu pavê? Questionou já com a sobrancelha levantada.
— Aish! Esqueci! Me desculpei, com um tapa bem no meio da testa. Como ia pensar em pavê, com os irmãos trancados ali do lado, pra eu poder fugir? Desculpa! Nem rolava!
— Aish Mi-Nah ya, estou profundamente decepcionada! Falou debochando.
— Me dá o telefone dele que eu vou dar os parabéns pelo aniversário e mandar ele levar o meu pedaço pra empresa!
Como sempre, muito prática, ela! Nos despedimos, e logo eu estava pronta para começar os trabalhos do dia, com mais de 1h de atraso. Que dia, socorro!
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De banho tomado, ainda estava incomodado com o fim da noite e a manhã que gostaria que tivesse terminado de outra maneira, mas desci as escadas, encontrando os hyungs e Bam fazendo bagunça na cozinha.
Deixei todo mundo solto, hyungs e Bam, antes de subir, quando Mi-Nah saiu do apartamento, sozinha. Esperava que o estúdio já tivesse sido esquecido por eles, afinal não tem nada de composição nova por lá. Pelo menos nada que eles não conheçam ainda!
Os hyungs tinham providenciado um belo café da manhã pra nós, mas sem a presença de Suga Hyung e Jin Hyung, sabia que tudo naquela mesa farta, tinha sido encomendado por V hyung e Jimin hyung e somente organizado por Hobi Hyung. Afinal, nenhum dos três tem como uma de suas melhores habilidades, a culinária.
Comemos como só o Bangtan reunido é capaz, e depois de satisfeitos nos jogamos no sofá.
Eles combinavam como seria organizada a agenda de comemorações do dia. e eu não tinha, de verdade, nenhuma restrição comemorativa, exceto a minha transmissão com o ARMY. Faria o que eles quisessem, mas só queria mesmo era ter a chance de dormir um pouco, pois estava com muito sono. Durante o planejamento que estava sendo feito, minha mente vagava, pensando em outra pessoa e em outro tipo de comemoração. Essa sim fazia questão de ter, a sós, com ela.
Se era pra ficar no tema de aniversário, ok, decidi fazer com que aquele aniversário fosse o melhor, para nós dois! Como ponto de partida, decidi cancelar a ida a Busan, programada para o final de semana.
Minha Omma não ficou muito satisfeita quando na sua ligação de aniversário, acabei aproveitando para falar que não iria estar com ela e o restante da família nos próximos dias. De certa forma, minha família parece acostumada às mudanças de planos de última hora e minha ausência recorrente. Tenho planos de mudar isso durante as "férias" mas, por enquanto, esse era mais um dos meus planos, em pausa.
Depois da ligação e da breve conversa com a minha Omma, comecei a criar novos planos para o final de semana.
Ficar em Seul, em dias normais, costuma ser altamente proibitivo no sentido de saídas e diversão e em semana de aniversário, seria impossível colocar a cara na rua. Permanecer na cidade, seria fadado a ficarmos trancados na casa de um ou de outro, o que definitivamente não era o que tinha em mente para nós. No apartamento dela, teríamos a Noona e no meu poderíamos ser interrompidos a qualquer momento por visitantes escandalosos. Com estas questões em mente, o melhor caminho parecia ser sair da cidade, mas para onde iríamos, "em silêncio"? Como fazer tudo isso dar certo sem usar nossos nomes e sem staff?
Não sou muito bom nessa coisa de fugir, nem estando acompanhado. Falta experiência, talvez. Por isso era necessário contar com cúmplices.
Como sempre, eu nem precisei perguntar, mas sabia que teria Jimin hyung. Mandaria Bammie para o CT e confiando na minha sorte, a outra parte necessária ficaria com a Noona, que no final das contas, é staff. BINGO! Me peguei sorrindo, pensando que os planos ainda não estavam prontos, mas já tinham tudo pra dar certo!
Durante as conversas incessantes daquela manhã, que não tinham um pingo de minha atenção, voltei a repassar em minha mente, como um filme, os melhores momentos da noite passada e num estalo, acabei por lembrar de um dos últimos comentários dela, antes de me deixar sozinho naquele pequeno hall, ansiando por mais de seus beijos. A permissão concedida por ela, me fez voltar aos planos do final de semana e disposto a falar mais do que eu vinha falando nos últimos tempos, decidi que tentaria convencer o dono da "Fortaleza da Solidão" a liberar a senha do local.
Suga Hyung, o mais quieto e reservado dos meus hyungs, durante a pandemia, tinha comprado o que ele definiu como "uma cabana no meio do nada", para onde, desde então, costuma fugir para compor, quando o Genius Lab não é suficiente. Por causa do isolamento do local e de uma das histórias do Superman, eu e V hyung apelidamos o local de "Fortaleza da Solidão" e agora todos nós, até Suga Hyung, nos referimos ao local pelo apelido.
Nenhum de nós conhece o local, nem por fotos, mas depois de alguns episódios em que Suga Hyung desapareceu, deixando todo mundo maluco, o mais velho havia feito alguns comentários, nos dando algumas poucas pistas sobre o local.
Sabíamos ser próximo a Seul, nas montanhas, no meio do total e completo nada. Segundo ele, não tem barulho, nem pessoas por perto e é perfeito para dormir. Não tem luxo, mas tem eletricidade, apesar do celular não ter sinal. Ou era isso que o hyung queria nos fazer acreditar e usa como desculpa, para "sumir do mapa".
Não sabia se ela toparia um final de semana nessas condições, no meio do nada e sem internet, mas caso Suga Hyung aceite nos emprestar o espaço, tenho certeza que sou capaz de convencê-la a ir e de fazê-la esquecer das facilidades da vida em Seul.
Aproveitando que estaria com Suga hyung que já estava a caminho para o almoço junto com Nam-Joon hyung, daria um jeito de ficarmos sozinhos para conversar e convencer Suga-ssi.
Sendo eu o maknae, os Hyungs, Bang Pd-nim, Supreme Boy, Sang-hun e os staffs mais próximos estavam reunidos para o almoço e envolvidos nas comemorações do meu aniversário. O único que não estava presente naquele momento, pela primeira vez, em muitos anos, era Jin Hyung, que estava numa viagem à fazenda dos tios, no seu processo de despedidas pré exército.
Profundamente incomodado pela falta de Jin Hyung naquele momento, vi a situação como mais um gatilho para me afundar novamente em pensamentos. Dessa vez, pensando em como seria a minha vida nos próximos anos, sem a presença do cara que praticamente me criou. O exército nos afastaria e sigo tendo dificuldades em aceitar essa situação. Porém era necessário colocar a minha máscara e ir comemorar com os que nada tinham a ver com essas decisões, deixando pra sofrer somente quando essa história for definitiva, afinal na vida do Bangtan, por mais que não pareça, as coisas podem mudar radicalmente, de uma hora pra outra.
O almoço havia sido encomendado em um bom restaurante de Seul, mas infelizmente as comemorações em locais públicos se tornaram quase impossíveis nos últimos tempos, quando estamos reunidos. E por conta dessa dificuldade, já nos acostumamos a abrir mão. Mesmo sem a presença do mais velho, aquela refeição, havia sido um tempo de cura, assim como em todas as oportunidades de reuniões do Bangtan, de lazer, sem câmeras.
Depois do almoço, sabíamos que Tae hyung estava cansado, pois ele já não estava falando coisa com coisa, nos arrancando risadas. Jimin hyung, sabia que eu também precisava de umas horas de sono, e o conhecendo era provável que quisesse dormir também, por isso foi ele quem puxou as despedidas, convidando quem quisesse a ficar em seu apartamento. Ainda aconteceriam comemorações após a minha transmissão com o ARMY, por isso, era mais conveniente ficar por ali mesmo.
Os staffs e Pd-nin foram embora por conta de seus compromissos, mesmo que alguns, como Sang-hun, provavelmente voltem mais tarde.
Antes que Suga Hyung se manifestasse, pedi que ficasse no meu apartamento, com a mesma desculpa que usei mais cedo, mostrar uma nova composição em que estava trabalhando. Logo todos tinham se despedido e sobramos os dois.
— Composição nova? O mais velho perguntou, com seriedade.
— Ani! Eu sorri envergonhado, pensando em como começar aquela conversa.
— AISH! Se não tem composição, tem alguma coisa a ver com a receita de dias atrás, né? Falava mais afirmando que perguntando.
— AISH! Eu ri respondendo a pergunta com um movimento de cabeça.
— AIGOO! Te conheço moleque, fui eu que te criei! Ele dizia me olhando com o olhar de quem sabe que está sempre certo.
— Tem mulher envolvida, não tem?
Direto ao ponto, assim é Suga Hyung!
— Ie! Não adiantava tentar esconder, e eu não faria.
— Amiguinha nova? Contatinho? Futura sasaeng? Ele perguntava em tom de deboche.
— Namorada! Respondi com um sorriso.
— Hajima! Ele exclamou colocando a mão na boca numa expressão de choque diante da informação. Palhaçada dele, eu sabia.
— Chŏnmallyo! É sério! Falei rindo.
— Então, pode começar a falar. O que está rolando?
Abri o jogo como só fazia com ele. Quando a conheci, como a conheci, como me atraí, o fato dela ser mais velha, os medos dela, minhas preocupações. Falei sobre a postura e as reações dela com a ida às pressas para Busan na semana anterior, que tinha frustrado nossos planos de um date. Contei até sobre a Noona, e o fato dela ser uma staff, da vida e da amizade delas. Falei sobre o episódio da crise de ansiedade, e de como me comportei naquela situação, pois sabia que ele entenderia melhor que ninguém. É muito importante para mim que meus hyungs a conheçam, de verdade. Contei até onde ela tinha acordado naquela manhã.
— AISH! Mas tua casa não foi invadida pelo trio escandaloso mais cedo? Ninguém a viu?
E eu tive de contar sobre Jimin Hyung ter visto as coisas dela no mini hall. Foi o único momento que ele demonstrou não ter ficado satisfeito com as notícias. Entendendo que era apenas ciúmes, por não ter sido o primeiro a saber do que estava acontecendo na minha vida, direcionei logo para a parte que sabia que arrancaria algumas risadas dele, enquanto me ouvia contar sobre a solução de ter prendido os hyungs no estúdio, ele riu, como sempre, das minhas soluções amalucadas.
— Aigoo! Daebak! E ninguém percebeu quando pediu pra eu ficar depois do almoço, usando a mesma desculpa? E ainda rindo, completou — São todos uns idiotas, mesmo!
Rimos juntos do quanto, nós, "idols de milhões", somos desligados, para algumas coisas. E a conversa não acabou ali, pois ainda tinha um pedido a fazer.
— Yoongi ahhh! Comecei com as minhas bobeiras.
— Fala logo, pirralho, o que você quer? Ele respondeu desconfiado.
— Aigoo! Como assim, quero alguma coisa?
— Já disse que te conheço! Se Mi-Nah ya não está escondida atrás de uma dessas portas esperando para ser apresentada, porque raios você me contaria tudo isso justo hoje, quando poderíamos estar relaxando tranquilamente ou dormindo. Afinal, pelo que entendi, você dormiu bem pouco na última noite. Ele terminou sua explicação, com cara de deboche.
Conhecendo Suga hyung sabia que não dava pra enrolar muito, antes que ele perdesse a paciência, então...
— Me empresta a senha da Fortaleza da Solidão? Quero passar o final de semana sozinho com ela! Presente de aniversário! Falei tudo de uma vez, com o sorriso que sabia que o convenceria.
E ele começou a resmungar como o velhote que ele é, às vezes.
— Hajimaaaaa! Ele balançava a cabeça em negativo.
— Aish! Minha fortaleza, aaaaaaaaaaa, ele choramingava! Lá é o meu canto!
— AIGOO! Como vou pra lá depois, sabendo tudo que você imagina fazer com ela no meu espaço?
— Hajimaaaa! Quero desveeeeeeeer! Continuava a fazer drama.
— Fala sério, hyung! Você acha que eu sou o quê? um coelho?
Ele não me respondeu, mas olhou pra minha cara de "Quer resposta?" esticando os braços na frente do corpo e um sorriso debochado.
— Por favor, Hyung. Você sabe como privacidade é difícil pra nós!
— Aish! Mas a fortaleza é o meu local de trabalho, Pabo.
Ele ficou resmungando como quem quisesse me fazer desistir da ideia, mas tinha aprendido com ele a ser teimoso e vendo que não desistiria, ele acabou cedendo.
— Haverão regras! Ele falou firme.
— Ie! Respondi, balançando a cabeça e confirmando que entendia.
— Não fale para os outros que deixei você ir pra lá, muito menos que você foi com ela! Não quero que lá vire abatedouro!
— Ie! Concordei com vontade, não ia falar nada, mesmo. Talvez pro Jimin ssi mas acho melhor ficar quieto, por agora.
— Nunca, jamais, sob nenhuma hipótese quero saber o que aconteceu lá! NUNCA! NÃO ME CONTE!
— Ie! Concordei rindo.
— São três cabanas, então NÃO DURMAM NA MINHA CAMA!
— Aish! Tem mais de uma cama? Mas a sua deve ser a melhor, hyung!
Eu falei fazendo manha, e ele me olhava, com o dedo em riste, me mandando calar a boca. No fundo ele sabia que não respeitaria algumas de suas regras, pois como ele mesmo diz, ele me conhece. E eu ria, pensando na foto que ele poderia, ou não, receber nos próximos dias.
— Leve e traga suas próprias roupas de cama!
— Ie! Assenti.
— Então, estamos conversados, e não esqueça das regras! Só vou te dar a senha quando vocês estiverem no caminho. Não posso correr riscos de invasores na minha fortaleza.
— Ie! Concordei
— Aproveitem! A vista! A paisagem! A tranquilidade do local! Porque eu preciso conhecê-la antes de saber que vou ser dindo, pelo menos! Ele encerrou a conversa com um olhar à lá Agust D.
— Prometo hyung! Vou dormir na sua cama, contar pros caras que me emprestou a fortaleza e esquecer minha cueca lá! Falei fazendo sinal de continência e rindo como o idiota que sou às vezes e que ele não resiste!
Suga Hyung, como um dos mais velhos, e tendo passado pelas suas decepções, sabia bem o que significava para nós a "questão namorada" e o peso que carrego em ter que viver me escondendo, sem poder fazer a maioria das coisas que tenho vontade como um jovem "normal". Ter aceitado emprestar a fortaleza e colaborar pra realizar meus planos, mas principalmente ouvi-lo dizer que queria conhecê-la, me deu toda a coragem que talvez ainda faltasse pra insistir com Mi-Nah e fazer nossa história avançar mais um ou dois passos, que fossem.
Jimin hyung sabia da existência dela, mas não tinha dividido com ele tantos detalhes, pois quando se trata de assunto realmente sério, sempre fui atrás de Suga hyung. Desde novo, sempre foi ele que exigiu juízo e discernimento, enquanto me apresentava o mundo.
Até ali, o dia tinha passado no caos Bangtan de ser, e tudo estava se encaixando e dando certo nos meus planos para o final de semana.
Estava leve e feliz, mas com muito sono e antes da minha merecida soneca, tentei contato com Mi-Nah. Afinal, por mais que tivesse conferido o celular incontáveis vezes desde que havia saído pelas portas do apartamento, me deixando com saudades de tê-la em meus braços, não havia recebido nenhuma mensagem. E ela tinha prometido que mandaria.
— Naui, chegou bem em casa?
Não recebendo resposta, acreditei que ela estivesse ocupada no trabalho e logo entreguei-me ao reino dos sonhos.
Fui acordado próximo ao horário da live, surpreendido pela presença de um Jin Hyung deveras bêbado. Carregando uma caixa de uvas moscatel, que tinha trazido da fazenda, Jin Hyung fez uma participação curta na minha live, para diversão de todos. A.R.M.Y., staff, minha e dele, inclusive. O Hyung bagunçou o meu bolo de aniversário, adicionando uvas, transformando o coelho fofo, baterista e lutador de boxe em uma nova criatura, que apelidei no Weverse carinhosamente de "coelho dos infernos".
Após o momento de interação, ainda agitado pelo fim da transmissão, antes de reencontrar Jin Hyung e os membros que me esperavam no apartamento de Jimin, para mais comemorações, decidi matar as saudades e falar primeiro com a minha namorada sumida.
O meu aparelho havia ficado largado no quarto, entre o sono, a chegada de Jin Hyung e a live. Pegando o aparelho, vi que poucas horas atrás ela havia respondido minha mensagem, explicando que tinha sido um dia puxado por conta das reuniões que precisou acompanhar no trabalho.
Sem um aviso prévio, a chamei por vídeo e depois de duas tentativas, sem sucesso, ela finalmente me atendeu, meio esbaforida.
— Atrapalho? Perguntei confuso
— Não! Estava no banho! Respondeu com um daqueles sorrisos dela que adoro.
Foi aí que eu reparei em seus cabelos molhados e vi que ela estava de roupão, e realmente eu queria muito provocá-la. Depois das despedidas daquela manhã, essa parte da nossa relação, tinha evoluído e seria muito mais divertida, mas tentando não correr o risco de sumir durante as comemorações do aniversário, que por acaso, era o meu, me contive.
— Aigoo! Nem acompanhou a live... Falei, fazendo manha.
— Acompanhei sim, SeokJin está bem? Perguntou divertida.
— Não sei, ele está lá na casa do Jimin Hyung! O bêbado, estragou meu bolo! Falei rindo.
— Live de pijamas, né mocinho?!... Falou fingindo um olhar ameaçado — Provocando o ARMY, né?! Comentou, fingindo ciúmes, mas com um olhar de divertimento.
— Como foi seu dia? Ela perguntou.
— Infelizmente acordei sozinho na cama e tinha planos bem melhores pra minha manhã. — Mas, que jeito... Afirmei chateado, e eu realmente estava chateado.
— Por sinal, sério que você tá reclamando da minha live de pijamas, mas me atendeu de cabelo molhado e roupão? Só falta dizer que assistiu a live no banho?! Questionei ciumento, mas leve.
— Então tá bom, não falo! Ela respondeu divertida e graças a minha imaginação, foi a minha vez de ficar corado.
— É realmente... bom parecido né? Milhões de ARMY que vão reproduzir fotos frame a frame pela internet, versus o idol que acordei na cama dele! Respondeu corando, mas sustentando meu olhar.
— Vamos deixar claro que o idol preferia ter ficado acordado! Tenho tantas ideias melhores além de dormir com você... Falei soprado... Pra matar ela de vergonha, porque sim, eu adoro ver quando ela se perde.
— AIGOO! Ficou mais velho e cheio de gracinhas, o homem forte de 26 anos!
Tinha muitas coisas em minha mente que gostaria de colocar em prática e ela nem sabe o quanto, mas pra não dar spoiler, mudei o rumo da conversa.
— Você vai pro Bside amanhã a noite, né? Perguntei
— Sim, mas tô de folga, nada de lab. amanhã. Eu e a Ju combinamos essa folga há tempos, mas como ela é "babá de idol" nos encontraremos na hora do almoço. — A bonita vai ter que ir à empresa cuidar de um dos filhotes pela manhã. Respondeu, dando informações que nem sabia que eu precisava.
— Babá de Idol? Perguntei rindo.
— Ihhh! Falei! Ela me respondeu rindo também!
— Só pra eu entender, você tá dizendo que também tive babá? Perguntei fazendo careta.
— Aish! Teve não, tem né! Quem é Sang-hun na sua vida?? Respondeu rindo. Fiquei emburrado e fiz bico.
— Você vai mesmo pra Busan? Perguntou mudando de assunto e confirmando a informação que tinha. Tentou não transparecer, mas vi em seu olhar que ela talvez quisesse outros planos.
— Aham! Respondi pensando "Sabe de nada, tolinha!"
Conversamos um pouquinho sobre o dia seguinte, mas eu sabia que não poderíamos nos estender, afinal se não descesse logo para o apartamento de Jimin era possível que os hyungs subissem.
— Aein, vou descer para o apartamento de Jimin-ssi agora, os hyungs e uns amigos estão lá esperando pra jantarmos, ainda que tenha quase certeza que Tae e Jin hyung já estarão dormindo! Falei divertido.
— Tudo bem, eu vou dormir! Falou fazendo manha enquanto se espreguiçava e eu por um momento, pensei em como fugir da comemoração que me esperava.
— Aproveite o seu aniversário! Ela me deu um sorriso e uma piscadela e eu sorri em resposta.
Nos despedimos e fui direto para o apartamento de Jimin. Desci de pijamas mesmo, me divertindo com o pensamento que minha namorada, que ainda não sabe que é minha namorada, mas já deixou claro que é ciumenta, não ficaria muito feliz em saber do meu outfit.
As comemorações foram ótimas, e acabaram mais cedo do que eu pensava, e bem no início da madrugada, já estava na minha cama, pensando que não queria dormir sozinho.
Acordei cedinho e logo sai de casa em direção à empresa, com um belo pedaço de doce, que esqueci o nome, para colocar em prática a minha aliança com a Noona.
Ninguém do staff, nem mesmo Sang-hun, estava ciente da minha ida a empresa, pois se tivesse seguido a agenda combinada, naquele dia, estaria a caminho de Busan.
Entrei no elevador, indo direto para o 15o. andar. Esperava que a Noona estivesse em sua sala, pois caso não estivesse, teria que sair procurando pelo prédio, o que poderia gerar perguntas que não estava interessado em responder. Por sorte, logo que as portas do elevador abriram, fiquei frente a frente com a Noona, mas ela não estava sozinha.
Noona tinha ao seu lado dois hyungs e uma outra noona, que provavelmente eram de sua equipe. Com toda a educação fiz uma reverência às pessoas que ali estavam, com um sorriso no rosto. Depois dos cumprimentos, perguntei a Noona, que parecia confusa em me ver ali, se poderíamos conversar a sós.
Uma vez que nos afastamos dos outros, ela trocou a feição de confusão e parecia querer me esganar, pela cara de pau de ter aparecido ali, sem aviso. Nossa proximidade não era algo que ninguém soubesse na empresa, pelo menos não naquele andar.
Tá tudo bem com a Mi-Nah? Perguntou preocupada, falando baixinho, de cabeça baixa, enquanto caminhávamos em direção às escadas.
— Tá! Ou melhor, acho que tá sim. Porque? Respondi confuso.
— Estou procurando um bom motivo para você estar aqui!
— Direta e sem meias palavras, parece alguém que conheço. Respondi, rindo.
— Trouxe pra você! Estendendo em sua direção uma bolsa com o pedaço do doce.
— Meu pavê? Ela perguntou com os olhos de desenho animado, e eu ri. A Noona é engraçada!
— Não lembro o nome, mas é o doce que você queria sim! Completei rindo —Tem uma colher aí, e eu tenho muito medo da relação de vocês com chocolates!
— Preocupa, não! Só questão de sobrevivência e manter o réu primário! Ela respondeu rindo.
Não entendi o réu primário, mas decidi não perguntar. Usando todo o meu poder de persuasão e o sorriso de coelho que Mi-Nah, costuma dizer que é capaz de convencer qualquer pessoa, a fazer o que quero, contei sobre os meus planos com a amiga dela para o final de semana. Sem muitos detalhes, porque eu ainda estava envergonhado, expliquei que precisava de ajuda para que o plano funcionasse.
— Vou encontrar com ela daqui a pouco. Falou.
— Eu sei! Ela te chamou de babá de idol ontem! E essa história sobrou até pra mim! Rimos juntos.
— Por isso vim cedo! Você libera ela do BSide essa noite? Respondi e perguntei
— Ie! Claro! Vou te ajudar! Foi a resposta dela e eu senti um sorriso maléfico da parte dela, mas não perguntei.
Combinamos tudo e trocamos os ids no Kakao sob ameaças dela que não deveria nunca mais chegar chegando naquele andar sem uma mensagem prévia, para evitar comentários.
Saí da empresa logo depois, completando o check list dos itens de viagem.
✔ Ingredientes para preparar alguns pratos gostosos para nós.
✔ Chocolates! Muitos! Sim! Eu pretendo satisfazer todos os desejos dela!
✔ Algumas garrafas de vinho e a coca zero sagrada dela. Caso quiséssemos alguma bebida mais forte, encontramos lá. Afinal, a casa é de Suga Hyung.
✔ Roupas confortáveis e quentinhas.
✔ Câmera.
✔ Roupas de cama e cobertas. Cumprindo a exigência do dono da casa.
Tudo parecia ok.
Sai de casa, com Bam em sua caixa de transporte em direção ao CT. Não gosto de me separar dele, mas o CT é um lugar onde sei que ele é muito bem tratado e pode ser cachorro de verdade, o que não acontece no apartamento. Com tudo resolvido, só falta ela.
O sol se despedia no horizonte, quando estacionei em frente ao prédio onde as meninas moravam. Desde que saí do CT em direção ao local, tentava contato com ela por mensagem, ligação ou vídeo, em vão. Sem conseguir contato, mesmo depois de ter chamado o interfone, começando a ficar preocupado e sem saber o que fazer, apelei para minha cúmplice. O telefone nem bem chamou e ela atendeu!
— Oi J... Ian! O que houve? Ela perguntou, enquanto eu ri do nome que ela usou. Sabendo que isso significava que ela não estava sozinha, expliquei rapidamente a situação.
Ela tinha certeza que estava tudo bem lá em cima, mas considerando o fator surpresa, me deu algumas instruções.
— Certeza que ela está no banho, mas faz o seguinte, vou passar as senhas por mensagem. — Vai lá, sobe! E se você não me ligar em 5 minutos, dizendo que tá tudo bem, mando os bombeiros!
Nos despedimos rapidamente e quase imediatamente recebi a mensagem que dava os acessos que precisava.
Sem muita formalidade, larguei na entrada do apartamento não só meus sapatos, como um mimo de agradecimento que tinha levado pra deixarmos pra Noona quando saíssemos, se saíssemos.
Meio preocupado, meio curioso, fui entrando no apartamento, até que ouvi o som do chuveiro. Como a Noona havia falado, ela estava no banho, e pelo som da cantoria, acho que estava maltratando seriamente um gato. O que a minha Aein tem de linda, tem de desafinada!
Com o fator surpresa intacto, sentei no sofá, rindo da cantoria desafinada dela e pensando que talvez precise aprender a confiar mais na telepatia, dessas duas. Elas realmente dividem neurônios.
Alguns minutos se passaram desde que a cantora desafinada encerrou a carreira e ela chegou na sala, ainda secando os cabelos úmidos. Como na noite que dormimos juntos, ela usava a minha camiseta. E o que tinha por baixo, eu ainda não sabia, mas tava imaginando...
— Annyeong, nae sarang! A Noona me deu as senhas. Falei fazendo ayego.
Com ela em minha frente, naqueles trajes, com uma das mãos na cintura e me olhando confusa, falhei miseravelmente no auto controle e sem nenhuma cerimônia a puxei para o meu colo. Tê-la em meus braços, fazia parecer que nada mais importava. Aquele só poderia ser o caminho certo pra nós. Não sabia, mentira, sabia sim, mas não tava nem ai, beijá-la me faria esquecer de tudo, noona, trabalho, viagem, até o desafino no banheiro e com um total de zero intenções de resistir, nossos corpos e lábios estavam colados. Nada mais importava, até que o meu telefone tocou.
— Aish! É a Noona! Coloquei no viva voz, atendendo a ligação.
— AIGOO! 20 minutos! Eu falei que eram 5! Tá tudo bem aí né?
Ri enquanto respondia da cara de interrogação de Mina, que não sabia nada do que estava acontecendo.
— Tudo bem sim! Tá no viva voz! Pode comprovar!
A ligação passou a ser compartilhada.
— Mi-Nah! Por que raios você não atende esse telefone nunca! Noona reclamava e eu balançava a cabeça em concordância.
— Tava no banho! Ela respondeu com uma carinha tão inocente que só me fez agarrá-la novamente e deixar um beijinho, me aninhando em seu peito, ganhando um cafuné dela.
— Imaginei que fosse isso! Você e esses banhos de 2 horas, mas o ansioso aí, parece que não sabe esperar! E nem ligar depois pra avisar que está tudo ok, né Multi?
— Desculpa Noonaaaaaaa!
— Bom parece que está tudo bem com você, e com o risonho também, pq estou escutando ele rir, então se entendam aí! — Não tenho a vida de vocês não, tenho que trabalhar!
— Aproveitem com moderação! Já disse que não posso ser dinda, por enquanto!
A Noona se despediu, encerrando a ligação, sem nos dar tempo de responder.
Agora, era a nossa vez de conversar...
— Aigoo! Não era pra você estar em Busan? Ela perguntou.
— Mudança de planos! Respondi com um sorriso.
— Compromissos? Ela me olhava confusa.
— Não muitos, apenas um, nós! Falei com um sorriso, roubando um selar e contando os planos que tinha organizado para o nosso final de semana, ansioso para que ela aceitasse o meu convite.
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Uri Galaxy  - Diário de um amor improvável. (Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora