6. Caça-Palavras_Astrid✅️

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Me livrei do velho obsessivo

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Me livrei do velho obsessivo.

Mordisco a ponta das minhas unhas, parada no meio do trajeto entre os funcionários do castelo e as carruagens. Meu coração está a mil, batendo tão rápido que tenho dificuldade em respirar. Tenho que manter meu fôlego. Estou nervosa. Muito nervosa.

Minha mãe aceitou o acordo de minha ida para Eleydale, me hospedar em Winehall por ao menos seis meses. E o detalhe perigoso se dá pelo meu pai, de alguma forma, ele não está sabendo da minha partida.

A sala dele é mantida em uma ala distante dos arredores do pálacio, mas não duvido nada de que os rumores cheguem até ele. E se souber, ficará furioso.

Ele não gosta que escutem atrás das portas e, muito menos que eu faça algo não autorizado por ele mesmo. Minha mãe, mesmo honrando um título de rainha, não possui a autoridade dos assuntos políticos mais importantes de Prigoheim, e o fato de não ter autoridade na minha vida no exterior. E é isso, se quero sair para fora do castelo, tenho que pedir para ele.

E eu pedi? Não. E ele em algum momento me impediu ou parou os funcionários para que eu não saísse? Não. Levo isso como um que ela faça oque quiser.

  Sinto pela minha mãe. Ela vai levar os sermões por ficar calada, não pedir autorização.

  Mas agora, meu nervosismo não se dá por isso. Estou suando de medo. Medo dele. Behrnard. O velho estranho que me persegue constantemente. Hoje pela tarde, tinha um encontro “marcado” para passear nos jardins com Berhnard.

Meus planos mudaram, estou às pressas esperando os serviçais arrumarem as carruagens e guardar minhas malas. Rezando para  que ele não apareça.

Rezando para não saber que vou embora, que não precisarei olhar para sua cara.

  Ele pode querer vir comigo se souber.
Vir comigo. Dá para imaginar isso? Estar sozinha num país que não conheço, acompanhada da pessoa que mais quero fugir.

É um pesadelo. Mas estou com sorte, Behrnard não apareceu, até agora.

  — Princesa.

  Dou um pulinho. Por favor, não. Por favor, não...

  — Sim? — me viro.

  — Quer que eu embale o vestido carmesim ou o vestido do seu aniversário?

  Emily! Graças aos céus. Meu coração falhou por um milésimo.

  — Que bom te ver, Emily. O carmesim. Obrigada — agradeço, ganhando meu fôlego de volta.

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