- Você é uma garota estranha, e eu gostaria de te virar do aveso - ele sussurra no meu ouvido, tão perto que sinto sua pele queimar.
Meus nervos crescem quando o sinto roçar os lábios no meu pescoço. Não posso fazer isso, não pretendo enterrar meu...
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- Não autorizamos trancas nas portas, destruição dos bens, animais e saídas na surdina da madrugada. Podem me chamar de Barão.
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Ele nos guia pelos corredores estreitos do único estabelecimento público, algo parecido com uma antiga casa descuidada no tempo, uma casa bem suja. Duvido muito que tenham outras pessoas fazendo serviços neste lugar.
É nojento. As paredes estão rachadas, pintadas em um marrom descascado. O chão parece madeira de pinheiro. O ar por aqui é úmido, posso sentir o odor de mofo nas beiradas do piso. É o suficiente para me criar um enjoo quando o sinto.
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Pequenas lamparinas antigas são a única fonte de luz existente, além das janelas, bem, as janelas... que por algum motivo inesperado são fechadas com grades de ferro.
Papai comentou uma vez de um boato da vizinhança lá de casa, um dos nossos vizinhos enlouqueceu e fora mandado para um manicômio fora de Seley, mandado direto para Eleydale. Se forçar um pouco, posso me lembrar de seu nome... Marvin? Martin?
Meses se passaram e ele voltou, quando voltou, estava lúcido, tornou-se a razão das rodinhas de pessoas curiosas querendo ouvir sobre sua jornada torturante por lá. Martin contava sobre os infinitos corredores tão brancos que uma pessoa facilmente poderia se camuflar, das raras janelas de ar, fechadas com grades de ferro.
Eu o odiava, criei um certo rancor por Martin. Por culpa dele, papai estava decidido a me passar todos seus contos nas minhas horas de ir para cama ou, quando eu decidia não seguir alguma ordem dos meus pais. Sempre dormia com medo daquele lugar, de acabar sendo levada para lá. E aqui eu estou, me relembrando desse horror nessa casa estranha.
