04.

1.2K 51 324
                                    

Ao descer, o paulista se separou rapidamente do carioca, e encontraram a rodinha dos estados, esperando somente eles.

-'Tava era se comendo né? Ih
égua. - disse o cearense, recebendo como resposta um dedo do meio do paulista, que achou mais prudente não discutir com o cabeçudo.

-Bah gurizada, seguinte,'ces quer ir de Van, ou fazer trilha, daí? - Disse o Gaúcho.

-Trilha, bom que 'oces conhece melhor o lugar, e tem umas árvore de poncã no 'camin, 'nois 'cata umas. - disse o Mato-grossense-do-Sul, curto e grosso.

-E' nois vai ter que andar isso 'tudin 'mermão? Ai 'dento 'homi, tu ta é 'mangando com minha cara! - Disse a piauiense, aparentemente irritada, mas é só o jeitinho dela mesmo.

-Te compro Cajuína.

-Opa?! Gostei, gostei.' Rumbora minha gente, IIIIHHIII! - disse a piauiense, com sua mudança de humor repentina.

-IIIIHII! - Gritou o cearense, seguindo a tradição dos estados nordestinos.

-IIIIHHHII!!- seguiu o sergipano.

-IIIHII 'CARAI! - Gritou o potiguar.

-IIIIHII! - em uníssono, gritaram o casal, Bahia e Paraiba.

-IIIIHHHI,' fela da puta! - gritou a Paraibana, que logo em seguida deu um tapa na nuca da piauiense.

-IIIIHHHIII - Gritou o alagoano.

-IIIIHHHIII!!- gritou por fim, cessando a tradição, o maranhense.

Q. D. T.

O caminho seguiu bem, com algumas brincadeiras, brigas saudáveis - ou não. - e o de sempre desses estados malucos. Até que depois desse caminho cansativo, chegaram ao rio, e nossa...! Era lindo, uma cachoeira caia, o que tornava o ambiente mais lindo ainda, a água era cristalina, pura, e limpa, seguida pelo reflexo do céu, azul como nunca esteve. Aquele cenário poderia facilmente protagonizar uma capa de álbum, de uma música certamente tão linda quanto. Os olhos dos estados brasileiros brilhavam e refletiam a linda imagem, até o transe coletivo ser quebrado. A primeira a se mover foi a Baiana, que foi para debaixo da cachoeira, juntou as mãos em formato de conchas, e molhou a cabeça, e disse para si mesma "Ora yê yê ô, mamãe Oxum."

Após um tempo, a churrasqueira estava montada, e o Gaúcho e a Catarinense cuidavam das carnes. O pessoal montava tendas, cadeiras, estiravam toalhas no chão, e o sergipano, prontamente caiu na água, acompanhado do alagoano, alagoano esse que talvez estivesse sendo secado, comido pelos olhos, por um tocantinense.

São Paulo estava de pé, um pouco longe observando a visão, até ouvir alguém correndo logo atrás de si, e escutar algo como "SEGURA AI BONECA!", antes de ser agarrado pelo carioca, e ser colocado nos ombros dele como um mero saco de batatas.

-ME SOLTA SEU CRETINO ! -... - O paulista foi cortado, ele foi jogado na água, juntamente de Rio, que simplesmente pulou na água.

Após ficarem alguns segundos embaixo d'água, voltaram a superfície, recuperando o fôlego perdido. O paulista prontamente voltou a terra firme, com um carioca logo atrás de si, como um cachorro atrás do dono.

-Porra meo! Agora vou ter que tirar a camisa, vai se 'fuder Rio, na moral! - disse o paulista indignado.

-Vem junto. - indagou o fluminense rindo. - Mas sério, mó 'engraçadão tua cara, fala 'ae! - o carioca prosseguiu rindo, até que sua risada foi interrompida ao ter a visão do paulista tirando a camisa.

Barraco, confusão, dedo no cu e gritaria. Onde histórias criam vida. Descubra agora