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Capítulo 2
Ao voltar para a casa Estrella trazia, com a ajuda do irmão, três caixas de papelão ligeiramente grandes. O conteúdo dividia-se entre roupas dos filhos, assim como livros de escola e outras bugigangas que ela ansiava desfazer-se há muito tempo.
Teresa (Apressando-se para ajudar): O que é tudo isso, senhora?
Estrella (Ofegante): São quinquilharias para o sótão. Ajude-me a levá-las para cima, por favor.
Heitor: Eu posso levar.
Estrella: Não, não. Vai ver como está a mamãe. (Disse recolhendo as caixas e subindo as escadas ao lado de Teresa).
Para se chegar ao sótão era necessário avançar pela esquerda até o final do corredor, onde havia uma porta estreita diferente das portas dos quartos que eram sempre duplas. Ao passar por ela, ainda era necessário subir dois lances de escada. Foi o mesmo caminho que Alba fez quando decidiu tirar a própria vida. O comodo era empoeirado e escuro. Lá dentro havia móveis velhos, baús com roupas antigas, provavelmente pertenceram aos pais do Estevão. Também havia pertences da Alba que quase nenhum membro da família quis se desfazer, com exceção da Maria. Para ela, qualquer coisa que pertencesse àquela mulher era, sem dúvidas, mal agouro para a família, mas para os outros, tinha muito valor sentimental, especialmente para a Carmem que agora também já não está com eles. Ter-se-á se juntado à irmã? Provavelmente não. Se existe céu, Alba jamais o merecera. Não podemos nos esquecer que antes de morrer, negou a bênção do padre Belisário e ainda disse que não se arrependia e que levaria consigo as suas duas paixões: o seu amor incestuoso por Estevão e o seu ódio por Maria, a quem infelizmente lhe coube o título de rival, embora saibamos que não existe e nem existirá jamais uma rival para a nossa Maria, pois os olhos e o coração de Estevão, sempre serão dela.
Estrella: Pode deixar aqui, Teresa. Eu arrumo no lugar.
Teresa: Certo, senhora. (E retira-se).
Estrella caminhou até o meio do extenso comodo e encontrou num canto, um lugar para deixar as caixas. Antes de sair, ela notou algo que lhe chamou a atenção. Estava à esquerda, coberto por um tecido encardido. Ao retirar o pano, deparou-se com algo do qual já se tinha esquecido... ou quase. Ficou completamente paralisada.
Enquanto isso, Heitor estava com pai na outra sala. Estevão estava junto à lareira tentando acendê-la.
Heitor: Ela parecia mais tranquila quando fomos ao quarto.
Estevão: Sim, eu consegui animá-la um pouco, mas acho que ela não está bem de todo.
Heitor: É normal. Acho que nenhum de nós esperava por isso.
Estevão: Não falo disso. Eu sinto que ela me esconde algo. Hoje não parecia a sua mãe. Maria nunca foi fria. Sempre reagiu, sempre se expressou.
Heitor: Onde ela está agora? Na cozinha?
Estevão: Disse que ia tomar um banho.
Heitor (Olha para o relógio): Há quanto tempo?
Estevão fica preocupado. Realmente já fazia algum tempo. Ele então vai ao quarto verificar se está tudo bem. Era um dia muito conturbado. Ele entra e a encontra em camisola completamente desacordada, em cima da cama e pouco coberta. Na mesa de cabeceira, os tais comprimidos. Ela os encontrara ao remexer os bolsos do seu paletó. Pelo espaço da cartela, deve ter domado pelo menos dois. Dormirá até o dia seguinte. Estevão senta-se na cama totalmente frustrado e cobre-a melhor, depois vai até o banheiro e joga fora todos os comprimidos. Ele tinha medo que ela abusasse deles e ainda estava sem saber onde ela os conseguira.
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San Roman - Português
FanfictionEsta sequência se passa 18 anos depois do "felizes para sempre", com o intuito de mostrar que a vezes o ponto final não define o fim de uma história. O conto da mãe que se transforou em madrasta para recuperar os filhos deixou muitos fios soltos e o...