Capítulo 23 (Último capítulo)

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Último Capítulo

O grupo de amigos se separara no aeroporto de Aruba. Fabíola seguiu para Cancun com Daniela que lhe oferecera estadia enquanto ela e Bruno não se acertavam. Ele por sua vez, decidiu ir para o Canadá por um tempo. O destino do seu casamento ainda era uma incógnita, mas ele precisava de espaço. Antes de partir, Maria contactou o padre Tobias para esclarecer o que realmente tinha acontecido com o padre Belisário, porém ela mentiu. Disse que tudo não passara de um mal-entendido, que ela não descobrira nada em Aruba e que ele esquecesse o assunto. Foi para protegê-lo, é claro. Quanto menos soubesse, melhor para ele. Maria, Estevão e os filhos foram para Londres, onde eram ansiosamente aguardados pelos familiares. A velha Londres cintilava sob o azul do verão. Normalmente, o céu era sempre cinzento e o clima chuvoso, mas nesta época, havia sol e calor. Os turistas se aglomeravam por todos os lados, a cidade era de encher os olhos. Enquanto atravessavam a London Bridge, Maria não tirava o sorriso dos lábios, vez ou outra apontava algo que lhe chamara atenção. Londres era um colosso, um encanto. Aquela arquitetura única, o palácio de Buckingham, o Big Ben, o palácio de Kensington, as ruas... Londres era maravilhosa. Eles finalmente chegam ao charmoso apartamento em Chelsea. Ficava num prédio de quatro andares todo branquinho, com uma escada na porta e duas colunas na entrada. Eles saem do carro e são recebidos pela família. Havia muita agitação. Maria Guadalupe foi a primeira a pegar nas malas para ajudar. Ao entrarem na casa, depararam-se com um pequeno hall. O chão era todo em carpete, os móveis eram antigos como os da mansão. Havia alguns quadros nas paredes e lustres em quase todos os cômodos. Aquele era o apartamento de Estrella, Greco, Heitor e Vivian, no apartamento ao lado morava Ângelo, Alma e o filho. Leonel estava morando em Oxford com a Lupita e a filha, pelo menos vieram receber a família. Leonel não sabia de nada ainda, pois nem a polícia e nem eles contaram nada à mídia, mas o momento chegou e Maria estava encarregue. Foi uma conversa muito difícil. Juntos, eles contaram tudo detalhadamente, no começo, Leonel não acreditou, depois se encheu de ódio e revolta, a medida que Maria contava mais, ele foi caindo em si. Ela fez questão de exaltar o gesto e o sacrifício da mãe. Naquele momento, Maria deu a Patrícia algo que, na sua vez, ela não teve. Lhe deu voz! Seria mais fácil inventar uma mentira, seria mais fácil omitir que Patrícia estava viva, mas nem sempre o que é fácil é certo. Patrícia estava viva e a sua existência não seria usurpada por um simples retrato em cima da mesa do escritório. Leonel teria o direito de escolher.

Algumas semanas depois, chegou ao conhecimento de Maria que Patrícia sofrera uma considerável redução na pena pela acusação de matar aqueles trinta homens, mais os dois que atacaram o padre belisário e os quatro que estavam no pequeno hotel sob alegação de legítima defesa, caindo de dezesseis para doze anos. Uma proeza do advogado que Estevão conseguira para ela a pedido de Maria. No entanto, Patrícia não escapou da condenação por falsidade ideológica, por forjar a própria morte e por porte ilegal de armas de fogo. Ela confessara tudo à polícia sem omitir absolutamente nada. Infelizmente ela acabou pegando vinte e três anos de prisão. Maria entendeu que ela ficaria presa de qualquer jeito e aceitou o seu sacrifício como pedido de desculpas. Alguns meses se passaram e ao contrário do que muitos pensaram, Patrícia conseguiu lidar muito bem com a cadeia. Ela era, sem dúvidas, a detenta mais perigosa do sistema carcerário. As outras tinham tanto medo dela que acabou ficando numa cela sozinha. Não demorou para que ela tivesse uma espécie de gangue que a seguia por todos os lados fazendo-lhe as vontades. Costumava perguntar-se do que Maria havia se queixado, já que para ela não era nada mau.

Carcereira (Abre a cela): Oh, rainha do baile! Você tem visita!

Patrícia (Tinha bobs no cabelo e estava jogando cartas com mais três detentas. Ela apaga o cigarro e levanta-se): Aí, número seis, se alguém roubar no baralho vai ficar sem esmalte! Escutou número um? É isso aí! (Os números representavam as penas de cada uma. Quem tinha menos tempo era mais subordinada).

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