Capítulo 14

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Capítulo 14

Após aquele susto na banheira, Maria limpava o sangue da testa de Estevão enquanto chorava de culpa e angústia. Estavam sentados na cama, ela de robe e ele com a camisa ensanguentada.

Estevão (Geme de dor e se esquiva): Cuidado!

Maria (Nervosa): Então pare de se mexer.

Estevão: O que está havendo com você? Quase me matou.

Maria (Continuava limpando): Você é que quase me matou afogada.

Estevão: Eu não! Quando entrei, você estava submersa na água, pensei que estava tentando se matar, então corri para te tirar da banheira e você começou a se debater.

Maria (Desvia o olhar enquanto pousa o pano sujo na cadeira): É que não era você...

Estevão (Intrigado): Como assim?

Maria: Eu vi outra pessoa... era... (Respira fundo) Era a mulher do retrato. Estava tentando me afogar... (Olha-o assustada) Sorria para mim de forma macabra.

Estevão (Assombrado): O quê? Você a viu? Em carne e osso?

Maria (Aterrada): Sim. Antes a via nos sonhos, mas agora até acordada...

Estevão (Levanta-se pensativo e abalado): Maria, você está tendo alucinações?

Maria (Desata a chorar): Eu não estou louca... (Entra em negação) Não estou!

Estevão: Você me agrediu pensando que eu estava tentando te afogar!

Maria (Levanta-se): Eu pensei que fosse ela... eu a vi, estava segurando em mim.

Estevão: Eu estava segurando em você pelos ombros para tentar te puxar.

Maria (Volta a sentar-se): Aí, Estevão! (Leva as mãos à cabeça) Estou enlouquecendo!

Estevão (Irritado): Quando voltarmos para casa, você vai procurar ajuda, ouviu?!

Maria (Abaixa a cabeça): Quando voltarmos... nem sabemos onde estamos.

Estevão: E porquê? Hã? Eu lhe digo! Porque você insiste em se meter onde não deve. Agora olha onde estamos, olha o que encontramos!

Maria: O padre Belisário foi assassinado, eu tinha de fazer alguma coisa...

Estevão (Levanta a voz): Não! Não tinha, não senhora! Se você tinha suspeitas, que chamasse a polícia e eles que se encarregassem do caso. Mas não... não! Você preferiu arrastar a sua família para a morte.

Maria (Levanta-se): Não é verdade!

Estevão: Ontem mesmo quase fomos mortos a tiros, Maria! Qual é o seu problema? Quando vai reconhecer que está errada? Quando vai reconhecer que tem sido injusta e que me enganou? E eu, como um idiota, preocupado com você. Não sabe como eu me sinto, não faz ideia!

Maria: Eu não queria nada disso, só queria saber a verdade.

Estevão: Pois aí está a verdade. Aliás, aí estão várias verdades. A primeira é que o padre foi assassinado, a segunda é que a Patrícia está viva... (Faz uma pausa) Nem acredito nisso! E a terceira é que você me traiu. Sim, isso foi traição. Como eu posso te perdoar, Maria? Me diz!

Maria: Da mesma forma que eu te perdoei por ter me abandonado. Você também foi injusto comigo, Estevão, você também me traiu!

Estevão (Aponta-lhe o dedo): Não se atreva! Não se atreva a usar isso para equiparar as coisas e me convencer a te perdoar! Por acaso foi uma vingança?

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