Capítulo 17

432 46 13
                                    

POR FAVOR, NÃO ESQUEÇA DE COMENTAR, CURTIR E COMPARTILHAR. :D

Capítulo 17

Enquanto as senhoras conversavam no quarto, Bruno e Estevão terminavam de guardar as compras. Estevão estava especialmente quieto o que acabou despertando a curiosidade de Bruno.

Bruno: Então... você e a Maria ainda não se resolveram?

Estevão (Suspira): Eu continuo extremamente irritado e decepcionado com ela.

Bruno: Ah, Estevão! Em algum momento vocês vão ter de se acertar.

Estevão (Senta-se e cruza os braços): Eu sei. (Pausa) Você já falou com a Patrícia?

Bruno (Surpreende-se com a pergunta): Eu? Sobre o quê?

Estevão: Ora essa, Bruno! Você sabe a que me refiro.

Bruno (Desvia o olhar): Não tenho nada para falar com ela.

Estevão: Mas você uma vez me disse que a amava, não se lembra?

Bruno: Isso foi há dezoito anos. (Retrucou).

Estevão: E você não sentiu nada ao revê-la? Nenhuma faísca daquele amor? Digo isso porque no momento em que vi Maria entrar naquela sala do hotel, senti que meu coração fosse saltar pela boca. Só queria pegá-la pela mão e fugir.

Bruno (Intrigado): Sentiu mesmo isso?

Estevão: Ainda sinto, se quer saber. É tão difícil ignorá-la e acho que ela sabe, então se aproveita. Mas você não respondeu...

Bruno: Bem... não posso negar que senti algo quando a vi, mas acho que foi o mesmo que todos você sentiram, afinal, foi um golpe muito forte descobrir que ela está viva.

Estevão: Hum... se você diz. Mas e a Fabíola? Como vocês estão?

Bruno: Estamos bem. Eu e ela sempre tivemos muita cumplicidade, sempre nos entendemos. São quarenta anos de casados.

Estevão: Uau! O tempo passou realmente. E cá estamos nós, em Aruba, lidando com múltiplos assassinatos, convivendo com a Patrícia e eu afastado de Maria.

Bruno: É! A vida é uma caixinha de surpresas! Isso jamais passou pela minha cabeça.

Estevão: Eu me desculpo por ela. Lamento que os tenhamos metido nesta situação.

Bruno: Sinceramente acho que você está sendo demasiado duro. É verdade que ela mentiu e isso é errado, mas se ela errou foi querendo acertar. Você deveria ter orgulho da bravura e coragem que ela tem.

Estevão: Pois eu preferiria que ela fosse medrosa. Ao menos não estaríamos aqui.

Bruno (Reflete por uns segundos): Na verdade estaríamos sim.

Estevão: Como? Se ela fosse medrosa, não teria entrado no quarto da Patrícia há quase quarenta anos e não teria sido presa.

Bruno: Ela até poderia não ter sido presa, mas o padre Belisário ainda veria aquela foto onde reconheceu Patrícia, ele ainda teria vindo aqui, a seita ainda o teria assassinado e Maria ainda teria nos convencido a vir nesta viagem porque ela jamais permitiria que um inocente fosse para a cadeia. Está na essência dela e estava no destino.

Estevão: Então o único culpado é o padre Belisário!

Bruno: A seita é culpada! Não a Patrícia, nem a Maria. Somente a seita.

Estevão (Incrédulo): Acha que Patrícia não tem culpa do que nos aconteceu?

Bruno: Francamente, Estevão! Ela tem culpa de ter forjado a própria morte, mas não do que a seita faz, nem tem culpa que a Maria entrou no quarto naquele dia. Como eu disse, mesmo que ela não tivesse entrado, ainda estaríamos aqui.

San Roman - Português Onde histórias criam vida. Descubra agora