3. Sozinha em Gotham.

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... Papo vai... papo vem... Após muitas risadas e conversas, os 30 minutos completos se passam, e lá estão elas, na Universidade de Gotham.

Elas saem do carro, espantadas com a magnitude do edifício e as centenas de metros de área verde em conjunto com o centro de Gotham em volta do mesmo.

Muitos prédios.
Muitos pinheiros.
Quanta coisa nova!

- Uau... Isso é... lindo! - Eu olho em volta e me encanto com a arquitetura gótica, antiga e obscura daquele lugar. - Há algo de intrigante aqui... É uma sensação fantástica ver algo tão antigo e tão moderno ao mesmo tempo.

Eu pego minha câmera portátil cinza do modelo Panasonic Lumix e tiro uma foto da Universidade. Essa câmera é de um ano atrás, mas funciona super bem.

- Só pra registrar! - Eu sorrio.

- Nossa, filha! Aqui é incrível. - Ela aponta para um conjunto do edifício com janelas simétricas e bem posicionadas. - Eu suponho que ali sejam os dormitórios.

- Pois é, mamãe! - Eu olho para cima, onde seus dedos apontam. - Espero que aquilo lá seja bonito, grande e espaçoso. Vou sentir muita falta de casa.

- Ah, minha filha... No fim de semana estará comigo. - Ela diz carinhosamente enquanto me abraça. - Entenda que isso tudo só está acontecendo por que se esforçou muito. Tudo vai valer a pena lá na frente, e esse tempo fora de casa vai te tornar uma mulher!

- A senhora está certa! Isso está acontecendo pelo bem! - Eu sorrio e olho para o relógio do meu pequeno telefone. - É uma pena que o tempo passe tão rápido...

- Para o tempo durar mais um pouco, o que acha de eu te acompanhar até a hora de pegar a chave do seu dormitório? - Ela me olha e sorri.

- Seria perfeito! Assim, vai demorar mais um pouquinho para a gente se despedir. - Eu suspiro por ar, já que a ansiedade dominou meu corpo e nem respirar corretamente eu consigo mais.

- Então vamos lá. - Minha mãe sorri e me ajuda a tirar as malas do carro. Em direção a secretaria, ela arrasta duas malas pequenas e eu fico com a maior delas.

Eu e minha mãe entramos na enorme universidade, passando e esbarrando em dezenas de alunos e calouros ansiosos pela nova fase que os aguarda. Assim como eu.

Com as três malas bem posicionadas, nós paramos na frente de uma recepção, que muito provavelmente era a secretaria. Lá trabalhavam duas senhoras e duas mulheres adultas. Assim que minha mãe dirigiu-se a um espaço livre naquela bancada, uma das senhoras nos atendeu.

- Bom dia, posso ajudar? - Ela disse enquanto arrumava os óculos e ajeitava o largo quadril em uma das cadeiras giratórias daquele cubículo cheio de documentos e computadores antigos.

- Oh, claro! - Minha mãe diz e estica um dos braços em volta dos meus ombros. - Essa é minha filha, estudante do primeiro ano de Psicologia. Poderia dar o suporte necessário e instruções para uma boa chegada e permanência dela aqui?

Uau, quando minha mãe quer ela até usa palavras sofisticadas.

A senhora responde:

- Só preciso dos documentos dela e do comprovante da matrícula. Nós solicitamos o comprovante por impresso no telefone semana passada. - Ela espera.

- Vai, Safira! Pega aí, deve estar nessa bolsinha! - Diz minha mãe eufórica com essa nova fase da minha vida.

- Pode deixar, mãe! - Eu mexo com as mãos trêmulas na pequena bolsa de tira pendurada nos meus ombros em busca dos documentos necessários que separei antes de vir.

A Jóia de Gotham - Jonathan Crane. (HIATUS).Onde histórias criam vida. Descubra agora