A Jóia de Gotham - Jonathan Crane. (HIATUS).

10. Traumatologia e Papeletes. (PT. I)

Universidade de Gotham,
4 de Setembro de 2008.
05h00.

Bom dia, Universidade de Gotham! Que manhã abençoada!

Bom, não foi isso que pensei exatamente ao acordar, mas minha mãe costuma dizer que você atrai o que fala em voz alta, então não custa tentar falar umas coisinhas boas e manipular minha realidade.

Lá no fundo, minha mente fora tomada por tragédia.

Ao sair da cama, um pouco dolorida e com os cortes superficiais já secos, tropecei no corpo de Ethan em sua mantinha da sorte.

- Aaaai.... - Ele resmungou. - Seu pé bateu no meu machucado...

E voltou a dormir.

- Desculpa! - Sussurrei, indo pro banheiro.

Todos pareciam estar em um coma, relaxados pela primeira vez desde o incidente que quase tomou nossas vidas.

Lavei o rosto, usei o banheiro, tomei um banho gelado e escovei os dentes, para quem sabe, ir ao gramado da faculdade um pouco mais cedo para apreciar a brisa e tentar acalmar os ânimos.

Ao me vestir, - Usava um moletom largo e uma legging. - Abri a porta do dormitório bem devagar para não acordar ninguém e não fazer muito barulho, porém, quando coloquei o pé pra fora, vi um recadinho de papel passado por debaixo do rodapé. Imediatamente peguei.

"As aulas do dia 4 de setembro (Quinta-feira), foram suspensas em respeito a todos os alunos e funcionários feridos no ataque de ontem. Atividades extra-curriculares e cursos complementares devem ser decididos por seus respectivos professores. Desejamos um bom dia e descanso." - Li em minha mente.

Isso definitivamente é uma boa notícia pra todo mundo, considerando que dormimos tão pouco na noite passada. Com a nova informação em pauta, desisti de sair para poder avisar meus amigos sobre o dia de folga. - Exceto para mim e Ethan, que vamos ter o curso de traumatologia, caso o professor estiver vivo e quiser, de fato, ensinar.

Peguei o telefone e botei um temporizador de 1 minuto. Agora é só esperar tocar e acordar todo mundo. - Eu tentava ignorar as notificações das chamadas perdidas da minha mãe na noite passada.

O toque repentino acordou todo mundo com um susto.

- Eu vou morrer! Ah! - Ethan gritou e se remexeu. - Que barulho é esse?!

Ao me ver segurando o telefone que propagava o som ensurdecedor, Ethan me encarou com um rosto muito triste.

- Ah, é o despertador. - Ele boceja, tentando disfarçar que estava tremendo. - Que horas são?

- 05h30. - Bella resmungou, levantando sua máscara para dormir enquanto olhava para o relógio no quarto. - Por que tão cedo, Safira?

- Tenho notícias. - Anunciei como um mensageiro real prestes a dizer um recado para sua rainha.

- Bom dia... Diga suas notícias. - Luna disse enquanto bocejava.

Mostrando o papel passado por debaixo da porta com uma mão e gesticulando com a outra, respondi.

- Então, senhoras e senhores. - Abanei o papel. - Não temos aula hoje. Pelo menos Bella e Luna não vão ter.

- Oh, glória! - Ethan levantou animado, mesmo dolorido. - Espera... Como assim só a Luna e a Bella?

- Bom, aqui diz que atividades extracurriculares vão ser decididas pelos professores docentes. - Eu olho pro lado. - Eu acho que vamos precisar ir no escritório do Professor Crane perguntar.

- Se ferraram legal, hein. - Luna riu. - Depois do susto de ontem, quero é descansar.

- Vocês querem companhia pra ir no escritório do Sr. Crane? - Bella perguntou.