Filha do campeão| Ayrton Senna

If you need me, let me know, gonna be around.

Grande prémio do México, 27 de maio de 1989

Tomando café da manhã no paddock eu percebi o clima tenso que ficava no time quando Ayrton Senna e Alain Prost estavam no mesmo ambiente, silêncio, cochichos e risadinhas.

Meu pai olhou para mim e como se tivesse visto através de meus olhos revirou os olhos prestando mais atenção no seu jornal que estava a sua frente.

-Ayrton bom dia.- Alain falou olhando para papai e estendendo sua mão para um cumprimento.

-Alain bom dia, animado para a quali hoje?.

-sim e determinado de tirar a pole de você.-Alain falou em tom de deboche

-boa sorte então, vamos Marcella.- papai falou furioso mas segurando sua raiva para não explodir e eu meio confusa apenas o segui.

Papai estava furioso, nunca o havia visto desse jeito, ele estava andando muito rápido e tentei alcançá-lo mesmo correndo não consegui, e estava muito barulho o chamava e ele não escutava.

Até que entrou uma multidão na minha frente não sei de onde saiu todas aquelas pessoas, passava por todas elas e não achava meu pai. Fui começando a ficar desesperada e chorar, eu estava assustada.

Ficar no meio daquela gente toda era desesperador, eu estava com medo e sem meu pai, comecei a chorar mais até que sinto alguém me pegando no colo, não vi o rosto mas sei que era ele, só ele tinha esse abraço que me deixava segura e sem medo.

-Marcella, me desculpa filha.- papai disse me abraçando forte e segurando minha cabeça. Estava com o rosto deitado em seus ombros e abraçada forte com ele.- fiquei tão preocupado meu amor, desculpa o seu pai?.

-desculpo por favor não me deixa mais.- falei ainda chorando.

-eu nunca te deixaria meu amor, quando você precisar de mim eu sempre vou estar perto.- ele falou me abraçando.

Meu pai é o melhor, não sei o que faria sem ele.

Chegamos na garagem com todos os mecânicos com cara de aliviados pois provavelmente meu pai deve ter ido a garagem sem mim e só la se deu conta eles perguntavam coisas ao papai mas sem perceber havia dormido em seu colo. Acordei deitada em uma espreguiçadeira posta na sala onde meu pai se trocava. Levantei calmamente e fui a garagem, um dos mecânicos me viu e perguntou se eu queria algo, neguei e só peguei um fone para acompanhar a qualificação.

Meu pai estava na frente e já estava no Q3, caramba dormi tanto assim?, 1:17.876 era seu tempo, já estava acabando e ele já havia passando a linha de chegada, faltavam apenas Alain Prost e Alessandro Nannini passarem a linha de chegada para descobrirmos de quem seria a pole position do grande prêmio do México.

Alain Prost fez um ótimo primeiro setor ficando com a volta mais rápida para ele mas ficou lento no segundo e terceiro chegando em p5. Já Nannini veio rápido mas não tanto conseguiu um p4.

Toda a garagem pulava e comemorava mais uma pole de Ayrton Senna da Silva. O famoso Ayrton Senna do Brasil, estava muito feliz pulei e comemorei dando pulinhos e o vendo comemorar levantando seus braços ainda no carro.

Quando ele chegou a garagem o abracei pulando em seu colo, a imprensa estava na garagem na hora e gravou a cena, não tinha percebido a presença deles então apenas fiquei sabendo com um telefonema de vovó a noite falando que achou muito bonito nosso momento.

Obviamente ocultamos o fato de eu e papai termos nos desencontrado no paddock mais cedo. Pois ela concerteza iria surtar!!!.

A noite já no hotel tomei banho de espuma com alguns brinquedinhos coloridos. Sai do banho coloquei meu pijama e vou a sala encontrar papai, está tudo desligado, vou a seu quarto e vejo o mesmo dormindo tranquilamente na sua cama, então lembro que é sábado e amanhã ele precisava estar bem descansado. Dei um beijo em sua bochecha e quando ia saindo do quarto papai levanta e fala.- filha, tudo bem?, está com fome.- balanço a cabeça indicando que sim e papai levanta indo até a cozinha comigo.