In my imagination, you're waitin' lyin' on your side

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Grande prêmio de São Paulo 2 de novembro de 2011

Acordei cedo já que hoje era dia de treinos livres, Bruno veio me buscar no quarto já que o mesmo também competia comigo e estava no mesmo hotel. Conversamos sobre a pista e sobre a falta que papai fazia.

-acho que ele ficaria muito orgulhoso de nós dois termos conseguido nossas vagas na fórmula 1.- falo olhando pra Bruno que estava com seus braços apoiados em meus ombros.

-não sei de mim, tá sendo uma temporada péssima para mim já pra você é sua primeira e você já tem 110 pontos garota. Você é realmente filha do beco.- Bruno fala olhando rindo para mim.- ele estaria orgulhoso de você sim seu bobo, só daria mais conselhos para você ir bem.

Depois dessa minha conversa com Bruno ele encontrou um amigo de infância e tomou um lado diferente do hotel já eu fui direto para o café da manhã e tive uma lembrança com papai neste mesmo hotel. Bons tempos.

Enquanto comia mechia no celular numa mesa afastada, quando escutei um tumulto vindo do lado de fora do hotel. Me levantei e olhei na janela até ver que simplesmente Alain Prost estava no Grande Prémio de São Paulo, sem entender franzi a testa e corri para a entrada do hotel dando de cara com Alain.

-Marcela Senna, que surpresa!. estava te procurando.- ele fala com seu mesmo tom de sempre. Deboche.- Olá Alain, quanto tempo certo?.- falo o abraçando.

-Estava a sua procura, quero conversar com você. Tem tempo agora?.- Alain fala.- na verdade não tenho tempo esse final de semana todo, mas posso atrasar uma hora para chegar ao autódromo.- ótimo vamos para o meu quarto.

Subimos até a cobertura do hotel mais chique de São Paulo rodeados por seguranças. Entramos no quarto de Alain que era um luxo puro, o meu que é reservado meses antes do Grande Prémio não era tão luxuoso quanto.

-Sente-se.- fiz o que o mesmo me pediu e esperei o que ele tinha para me falar.- sabe Marcela venho percebido seu desempenho na fórmula 1 por todos esses meses e como se dá bem num carro. Você era pequenina não sei se vai lembrar muito bem mas eu e seu pai além da rivalidade éramos amigos, ele me ajudava e eu o ajudava, tendo em conta isso quero te ajudar. Te ajudar a ser a campeã que seu pai queria que você fosse.- ele falou olhando para mim. E ainda parada sem acreditar no que tinha escutado ri sem perceber.

-Marcela você tem sangue de campeã, te ajudando e você aceitando esta ajuda ano que vem o campeonato é seu, me escute.- Alain falou olhando para mim como se estivesse esperando a minha resposta.

-eu preciso pensar Alain me desculpe.- falei a ele que suspirou.- tudo bem leve o tempo que quiser apenas me de uma resposta antes da temporada acabar.

Sai do quarto e lágrimas escorriam pelas minhas bochechas sentia que se fizesse isso estaria traindo meu pai. Me sentia horrível só por ter aceitado conversar com ele.

Enxugando as lágrimas fui para meu carro em direção ao autódromo enquanto 505 tocava bem alto e lembrei de momentos com papai, vocês podem me achar fraca mas desde quando tudo aconteceu e voltei para o Brasil com vovó minha vida mudou em um piscar de olhos.

Tive lembranças dele por todo o final de semana e cheguei a conclusão que o grande prêmio do Brasil seria difícil todas as vezes para mim. Está sendo mais complicado que ímola.

Chegando ao autódromo fui entrevistada, tirei fotos com várias pessoas mas o que passava em minha cabeça era sempre o que havia acontecido mais cedo.

Tinha medo de ser treinada por Alain e ser julgada ate por que eles meio que eram inimigos mortais na tv e fora até que eram amigos mas se suportavam vamos dizer assim.

-o que você acha Marcela?. Mariana Becker me pergunta enquanto me olha, até que percebo que estou numa entrevista e volto a vida real. Preciso voltar as minhas sessões de terapia.

-desculpe Mari pode repetir?.-claro!

Já na garagem da equipe todos perceberam minha falta de atenção já que estava sempre área com o pensamento longe pois Alain estava neles. Pensei em milhões de prós e contras mas por que eu tô querendo tanto aceitar?.

Ele tem 51 vitórias
106 pódios
4 títulos mundiais
41 voltas mais rápidas
33 pole positions

Simplesmente um bom treinador para mim, o melhor seria ele mas não vamos pensar nisso agora, papai já foi e sei que está orgulhoso de mim no céu, no que preciso me concentrar agora é simplesmente nesse treino livre já que todos ficaram com medo de me deixar entrar no carro e bater.

Já na pista comecei lentamente e tentei sentir o carro, sentir com que ele fizesse parte de mim e pisei forte no acelerador. Interlagos era uma pista que eu gostava muito de pilotar no simulador já que essa é a primeira vez num fórmula 1.

Cada curva eu me sentia bem, sentia papai ali comigo. Sinto as vezes que ele me observa e cuida de mim la do céu. As vezes não entendo o porque ele morreu. Pessoas boas não merecem isso. A morte dói.

Fiz 1.10.234 o tempo mais rápido do primeiro treino livre. Sai do carro comemorando muito com minha equipe e então quando sai do carro começou a chover. Ninguém estava à espera dessa chuva. Uma chuva realmente muito forte.

Já no segundo treino livre ainda chovia muito e senti que isso não foi por um acaso se é que me entendem.

Tinha que dar o meu melhor na pista dos meus sonhos. Já na primeira curva senti meu carro derrapando muito reclamei disso no rápido mas não adiantou muita coisa.

Quando voltei ao box me surpreendo ao ver Alain Prost no box da Red Bull. Ele assistia meu treino e cada curva atentamente. Quando o mesmo percebeu que eu o olhava se aproximou com permissão dos mecânicos e me falou baixo.-está muito lenta nas curvas acha que seu pai aceitaria isso?.- como estava com o capacete só deu para perceber minha expressão pelos meus olhos arregalados olhando para os do francês que ria.

Não aceitei aquilo de jeito nenhum, tudo o que o mesmo me falou aquela hora rodava pela minha cabeça, quando percebi a liberação do mecânico para ir a pista fui lentamente recebendo um chamado do engenheiro para ir mais rápido.

Alain só podia estar brincando, tudo aquilo que ele falou me deixou irritada, meu pai tem orgulho de mim onde ele estiver. Ele tem orgulho de mim, eu sou boa, vou dar meu melhor, eu preciso dar o meu melhor. Quando sou surpreendida pelo meu corpo batendo bruscamente ao meu carro e parando quando também entra em contato com o muro.

Foi minha primeira batida. Desci do carro furiosa e não estava acreditando no que havia acontecido. Chutei o pneu do meu carro que estava destruído na frente. Eu andava ainda de capacete no paddock e memórias com papai vinham a tona. Eu chorava muito só queria ele comigo é pedir demais?

Andando furiosa ainda de capacete sinto uma mão tocando meu ombro. Era Alain. Dessa vez sem seguranças, só ele.

-o que me diz agora?, acha que precisa de mim ou quer cometer o mesmo erro?.- preciso de ajuda.

Eu amei esse capítulo, podem me matar se odiaram a ideia do Alain😭

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Eu amei esse capítulo, podem me matar se odiaram a ideia do Alain😭

Espero que estejam gostando da história.

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