Marcela Senna filha do tricampeão mundial de fórmula 1 Ayrton Senna, conta do seu ponto de vista como foi crescer metade de sua vida sem o pai e como se tornou sozinha a primeira mulher a competir em uma competição de fórmula 1.
🥇-#Senna em 29/06...
Chegamos em Angra a noite do mesmo dia, assim que chegamos a casa eu dormi e acordei só no outro dia, papai estava ao meu lado deitado. Gostei dele lembrar que eu não gostava de dormir sozinha aqui.
Olhei no relógio que havia ao lado da minha cama e vi que já se passavam das nove da manhã, estranhei meu pai não ter acordado já que o mesmo diz que odeia acordar muito tarde, mas levantei e fui ao banheiro escovar os dentes, olhei para a cama e papai não estava mais lá olhei para os lados e não adiantou nada pois ele não estava.
Fui ao quarto dele devagar e observando pelo pequeno vão da porta o mesmo estava lá escovando os dentes, na sua suíte com uma linda varanda que da de cara para a praia, por que não dormimos aqui?, mas meus pensamentos foram interrompidos quando, pensei em o assustar já que o mesmo faz isso comigo sempre, papai é um bobo. Quando fui entrar no quarto fui interrompida com Bruno puxando meu braço.
- cella? O que está fazendo?.-no mesmo segundo papai abre a porta e nos olha confuso.
- bom dia crianças, o que estão fazendo?.
-nada papai.- o abracei e olhei feio de canto para Bruno que ficou sem entender o que eu estava fazendo.
Eu tenho cinco anos nasci dia 4 de junho de 1983 vou fazer seis anos daqui algumas semanas estou bem animada, já Bruno nasceu no mesmo ano mas em 15 de outubro ele também está com cinco anos acho que é por isso que nos damos tão bem!.
Papai e eu descemos as escadas da casa e fomos a cozinha tomar nosso café da manhã, papai havia me dito que havia comprado um barco para ficarmos no mar e nadarmos um pouco. Para aproveitar o sol de Angra dos Reis.
Coloquei meu biquíni rosa que havia ganhado de vovó, e papai amarrou meu cabelo com um amarrador rosa claro.
Fomos a doca onde o barco estava, era um barco realmente muito bonito, tinha cozinha umas camas no fundo, sofás e espreguiçadeiras para tomar sol, eu e Bruno estávamos brincando de arminhas com água nos fundos do barco, papai e os adultos estavam sentados na cobertura já que estava muito sol para ficar na parte descoberta por enquanto.
Vovó preparava o almoço com minha tia Viviane na cozinha superior, adorava passar os verões com minha familia, ficaríamos algumas semanas aqui no Brasil já que iríamos ao dia 24 para o México, estava animada de ir para lá, principalmente de estar com papai e torcendo por ele todos as corridas.
Quando deu uma hora da tarde vovó nos chamou para o almoço, almoçamos rapidinho e fomos ver os peixes e cavalos marinhos na praia da lagoa azul, papai me chamou para pular na água mas não tive coragem.
- vamos filha eu te seguro.
- não papai, não vou.
- sabe filha, o medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-algumas aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação.
- o olhei curiosa tombando a cabeça, derrepente o sinto me pegando no colo e começando a correr, grito o mais alto que posso até sentir a água entrar em contato com meu corpo.
Quando volto a superfície vejo meu pai rindo olhando para mim, sem perceber também começo a rir e o abraço. - vamos denovo pai. falo entusiasmada.
Ele ri e pulamos juntos diversas vezes até cansarmos.É realmente muito bom passar estes tempos em família, antes do sol se pôr eu e Bruno tomamos sorvetes de morango e dormimos nas espreguiçadeiras a frente do barco.
Na hora do sol de pôr papai me acordou me pegando no colo. Perguntei o que estava acontecendo e ele falou.
-eu nunca mais vou te deixar filha, eu prometo. Sempre em algum lugar no meio da multidão tem você, e eu adoro isso.
O abracei mesmo não entendo muito o que ele disse, vimos o pôr do sol juntos e depois voltamos para casa.
"O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo. Outras, acho que estou entre elas, aprendem a conviver com ele e o encaram não de forma negativa, mas como um sentimento de autopreservação." Ayrton Senna
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