As it was - Tom Kaulitz.

Capítulo 24 - Take us to the start.

Suyane.

Início de Flashback.

— Me vê a bebida mais forte que você tem aí. — Eu pedi ao dono do bar, que me encarou por alguns segundos e logo foi servir minha bebida.

— Você não parece ser maior de idade... — Ele comentou enquanto me servia.

— Se a polícia bater aqui, eu apresento minha identidade falsa e você não se fode. — Eu sorrio enquanto bebo o líquido de dentro do pequeno copo, sentindo minha garganta queimar.

— Suas roupas não são muito adequadas para a sua idade. — Sua fala me fez rir.

— Eu sei, minha mãe fala que eu me visto como uma garota de programa.

— Bacana. — O mais velho fez uma careta e me serviu outro copo. — Seu dia parece ter sido horrível...

— Minha maquiagem está tão borrada assim? — Eu perguntei e passei o dedo abaixo dos meus olhos, sujando-os com a maquiagem que escorria por conta do meu choro de minutos atrás.

— Um pouco. — O homem me estendeu um guardanapo.

— Obrigada. — Após pegar o guardanapo em mãos, eu o usei para tirar o excesso de maquiagem borrada. — Não foi nada demais... Só o meu namorado que terminou comigo.

— Quer uma dica? Namore mulheres. Homens não prestam. — Soltei um riso e ele desviou sua atenção para a porta, que acabara de ser aberta. — E aí, Ethan! Não imaginei que você fosse aparecer hoje. 

— Eu consegui um tempo livre. — A frase foi dita por uma voz grossa e rouca que eu nunca havia escutado antes.

Eu me virei na direção daquela voz, e foi aí que tudo ficou em câmera lenta. Foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de ver um rosto tão perfeito. Cada traço daquele garoto era como uma obra de arte. Seus olhos brilhavam com uma intensidade magnética, capaz de transmitir as emoções mais profundas do mundo.

Eu estava hipnotizada. O tempo parecia ter parado, e tudo ao meu redor ficou em segundo plano. Eu sentia uma conexão profunda com aquele rapaz que eu nunca tinha visto antes. Na verdade, era algo além disso. Várias emoções tomavam conta de mim. Que merda estava acontecendo comigo?

— Você tá bem? — Ao ouvir aquela voz sedutora tão perto de mim, eu acordei do transe de imediato. Aquele garoto estava extremamente perto de mim e sua mão estava em minha testa.

— E-eu... — Meus lábios se abriram várias vezes para que eu dissesse algo, só que nenhuma palavra saía.

— Ela terminou com o namorado. — O dono do bar respondeu por mim.

— Ela parece estar com febre, seu rosto está quente e suas bochechas estão vermelhas. — Ah, meu filho, se eu te contasse o porquê de eu estar assim...

— Eu tô bem. — Minha voz saiu por um fio. — Minhas bochechas estão sempre assim... — Eu inventei uma desculpa qualquer para fugir daquela situação constrangedora.

— Eu vou acreditar em você, então. Mas recomendo que você tome algum remédio. — O maior retirou a mão de minha testa e se escorou no balcão. — Vou querer o de sempre. — Ele pediu ao homem que estava nos atendendo.

Os dois ficaram um bom tempo conversando, enquanto eu apenas bebia em silêncio. Eu ainda estava desconfigurada por conta da beleza daquele menino. Eu só consegui voltar ao normal quando ele se despediu e saiu pela porta.

— Quem é ele? — Eu perguntei de imediato ao barman.

— É o Ethan. Ele costumava vir todos os dias, mas nas últimas semanas ele deu uma sumida.