𝔓𝔢𝔯𝔪𝔦𝔰𝔰𝔦𝔬𝔫 - ℜ𝔶𝔬𝔪𝔢𝔫 𝔖𝔲𝔨𝔲𝔫𝔞

𝔒𝔫𝔩𝔶 𝔜𝔬𝔲

É manhã. O movimento suave de sua respiração no peito te acorda. Lentamente, você pisca, abrindo os olhos. Você quase esqueceu onde está enquanto dorme. Encontrando-se ainda deitada em cima de Sukuna, seus braços encostados nas laterais do corpo dele dentro do quimono, seu rosto ainda apoiado em seu peito. Ele está respirando tão calmo e você se pergunta se ele está acordado. Sentindo-o, abraçando-o, você fica assim por um tempo, ouvindo as batidas do coração dele embaixo do seu rosto.

Badum...

Badum...

Badum...

Você percebe que está batendo mais devagar do que na noite passada. Lentamente, você levanta a cabeça com cuidado.

Ele está dormindo!

Pelo menos, parece que ele está. Sua cabeça está encostada no tronco, a expressão em seu rosto relaxada, porém seu par inferior de olhos está ligeiramente aberto. Seus olhos vagam pelo rosto dele e você se pergunta se ele já viu você dormindo, se pergunta se ele te acha tão tranquila quanto você o encontra.

A maldição mais pacífica que já vi.

Com cuidado, você tira o braço direito de baixo do tecido e levanta o dedo na frente do rosto dele. Suavemente, você empurra o dedo indicador contra a ponta do nariz dele.

Tão macio.

Os olhos dele se abrem imediatamente e sua mente nem teve a chance de divagar e pensar no quanto você ama o nariz dele. Parece que ele nem estava dormindo, apenas estava com os olhos fechados. Seus olhos se arregalam e sua boca faz beicinho, pronta para se desculpar.

"Eu pensei que tinha dito para você não fazer isso de novo." ele ameaça você.

Oh.

"Desculpe." você murmura.

"Saia!" ele ordena. O tom dele intimida você e você desvia o olhar. Sentindo as mãos dele deslizarem de seus quadris, você cuidadosamente se mexe e se levanta. Assim que você fica de pé, você começa a sentir náuseas. Respirando fundo, você começa a olhar ao seu redor. O sol está brilhando mais forte e está mais quente do que nos últimos dias. Olhando para a neve, parecia até ter derretido um pouco.

Finalmente.

Você avista o cadáver da maldição no chão. Ver isso faz seu estômago revirar e você pensa nas palavras de Sukuna, que você atraiu a fera com seu comportamento.

Minhas emocões? Atraindo uma maldição?

Você também pensa no quanto isso te incomoda, no quanto você é inútil na hora de brigar. Lembrando o quão admirável Sukuna fica quando luta, você o inveja por isso. Você também quer ser assim.

Forte.

Sentindo o olhar dele, você dá alguns passos, estica os braços, mas a tontura em seu sistema só parece se espalhar quanto mais você se move.

Este sangue amaldiçoado!

"Eu preciso de um pouco de água." você balbucia, antes de começar a tropeçar na direção da fonte termal. Uma visão nebulosa se espalha diante de seus olhos e você sente que vai vomitar a qualquer segundo. Passo a passo, você avança por entre as árvores, agarrando-se a todas as árvores que puder, tentando ao máximo não escorregar. A caminhada é cansativa, você tem que respirar mais forte. Ainda sentindo o olhar de Sukuna em você, você olha em volta mas não o vê em lugar nenhum e nem percebeu ele vindo com você. O que quer que esteja acontecendo agora, você precisa ir para a água. A tontura toma conta de você lentamente e você precisa descansar contra uma árvore por um minuto. Orelhas ficando dormentes, pernas começando a tremer, você sente que elas podem desabar a qualquer momento.