𝔓𝔢𝔯𝔪𝔦𝔰𝔰𝔦𝔬𝔫 - ℜ𝔶𝔬𝔪𝔢𝔫 𝔖𝔲𝔨𝔲𝔫𝔞

𝔗𝔥𝔢 𝔗𝔞𝔰𝔱𝔢 𝔒𝔣 𝔇𝔢𝔳𝔬𝔱𝔦𝔬𝔫

"Liberta." Sukuna repete, enquanto seu sorriso fica maior, seus olhos vermelhos brilhando. Seus olhos vagam para seus lábios, seus dentes. Seus caninos, um pouco maiores e mais afiados que os de um humano. Quase sentindo a respiração dele em seu rosto, você olha nos olhos dele. "Você está dispensada, gatinha." ele diz, o controle de sua energia em sua garganta afrouxa.

"Obrigado, meu Rei", você exala, abaixando a cabeça em uma reverência suave. A nova maneira como você se dirigiu a ele fez seus lábios sorridentes se contraírem por um segundo, antes de ele endireitar a pose novamente, virando-se e caminhando de volta para a porta do jardim. Você fica mais corajosa a cada momento que passa com ele.

Virando-se e saindo de seus aposentos da maneira usual, você se encontra de volta ao seu quarto. Sentada na cama, você pensa no que acabou de acontecer.

Idiota.

Você olha para a sua porta.

Eu gosto dele.

Crescendo com pessoas que você chamaria de idiotas, você sabia como lidar com elas. Eles sempre esperariam por uma oportunidade de usá-la em seu benefício. Você aprendeu como retaliar, mas também como não ter emoções com eles. Sukuna, entretanto, te empolgou, te interessou. 

Afinal, ele não é um ser humano normal. Você mentiria se dissesse que a maneira como ele te pegou olhando na direção dele não te fez temer por sua vida, mas por mais que a altura, os olhos e os modos dele te intimidassem, também te atraíam. A maneira como ele segurava seu queixo e olhava para seus lábios. A maneira como ele sorriu para você, mostrou os dentes para você. Você não pôde deixar de pensar que ele também deve ter se interessado por você. Até agora, sua vida no santuário não foi nada ruim, então você pode muito bem se esforçar para ver até onde consegue ir. Com sua vida. Com ele. Você não tinha nada a perder de qualquer maneira.

Você ouve uma batida na sua porta pela manhã. Com os olhos cansados você cai da cama, corre até a porta para abri-la. É Uraume.

"Mestre Sukuna espera por você na sala do trono." eles dizem em uma voz monótona. Seu coração pula uma batida.

O que?

"Estarei pronta em um segundo!" você diz enquanto corre de volta para o quarto para jogar um pouco de água no rosto. Você não pode entrar lá parecendo um gato sem teto. Dando tapinhas em seu quimono para deixá-lo liso novamente, você caminha pelo corredor com Uraume. Você fica nervosa ao ouvir seus passos no chão frio de pedra.

Por que ele me quer lá?

Ao se aproximar da porta misteriosa que você vê todos os dias, mas nunca colocou os pés nela, ela se abre. Duas donzelas estão abrindo-a por dentro. Você não pode acreditar na visão que a espera.

Luzes azuis e vermelhas cobrem sua visão, enquanto você vê um caminho entre as águas. Água Vermelha. Você não consegue reconhecer se está vermelho por causa da luz ou de outra coisa. 

Sangue talvez. No teto há algo que parece uma gaiola gigante. Lentamente você segue Uraume ao longo do caminho. Isso leva ao seu trono. Seus olhos vagam para cima. Crânios, crânios de touro por toda parte, assim como na frente do santuário. Uma pilha enorme deles. Somente neste momento você percebe outras donzelas sentadas nas caveiras que levam até seu trono e no topo Sukuna está sentado em seu assento. 

A cadela malvada ajoelhada ao lado de uma de suas coxas, outra donzela ajoelhada ao lado da outra. Sukuna está sentado com as pernas abertas, vestindo uma vestimenta preta, parece um Sirwal, a parte superior do corpo nua, inclinada para frente. Você percebe uma fenda na barriga, onde deveria estar o umbigo. Seu par inferior de braços descansava relaxado em suas coxas. Sua mão direita segura uma arma, parecendo uma espécie de lança, com um pano branco amarrado na parte inferior da lâmina. Com o braço esquerdo apoiado na coxa, ele apoia o rosto na mão.