𝔓𝔢𝔯𝔪𝔦𝔰𝔰𝔦𝔬𝔫 - ℜ𝔶𝔬𝔪𝔢𝔫 𝔖𝔲𝔨𝔲𝔫𝔞

𝔄 𝔚𝔦𝔰𝔥

Estamos indo embora... tipo, voltando?

O nervosismo se espalha pelo seu estômago, embora você soubesse que algum dia ele a levaria de volta ao santuário. Sukuna reivindicando você mais uma vez lhe deu uma nova confiança, que parece já desmoronar, só de ouvir suas palavras.

"Eu... não tenho roupas." você diz baixinho, enquanto atravessa a água atrás dele. Ele olha você de cima a baixo por cima do ombro, antes de se virar, saindo da água. Você o segue e enquanto toma cuidado para não escorregar em algumas pedras frias e molhadas, você ouve um tecido sendo rasgado.

Olhando para cima, você vê Sukuna lhe entregando a parte superior de seu quimono. Os olhos dele saltam entre você e o pedaço de tecido. Hesitando, você pega, enfiando os braços nas mangas enormes, enquanto ele veste o quimono restante, deixando-o com o peito nu. Metade do manto dele é suficiente para cobrir você até um pouco acima dos joelhos, mas sua pele e também seu cabelo ainda estão molhados. A neve está derretendo, mas não está quente. O inverno ainda cobre você como um cobertor.

Vocês dois começam a voltar para a lareira. Você começa a tremer, seus lábios tremem e suas pernas ainda não estão em boas condições após a segunda reivindicação dele sobre você. Tropeçando atrás dele, quase tropeçando em uma pedrinha, ele te pega pelo braço e fica segurando-a, te firmando, enquanto você sobe e pode jurar, que os passos dele diminuem para acompanhar a sua velocidade. Ele não olha para você, parece distante mas próximo ao mesmo tempo.

Chegando à lareira, ele a acende com um movimento rápido da mão.

"Pegue suas coisas." ele diz, enquanto olha em volta para pegar sua adaga. Você pega a pele de veado, enrola-a nos ombros, antes de notar suas roupas rasgadas na árvore. Indo lá, ver o que sobrou do seu quimono. Você percebe que seu obi está rasgado apenas no meio, então você rapidamente decide pegá-lo e consegue enrolá-lo na cintura com um nó simples para segurar o manto de Sukuna no lugar em seu corpo. O resto do tecido do quimono você enrola na cabeça, esperando que seque um pouco o cabelo. Você calça suas sandálias tabi e geta ao ouvir Sukuna chegando.

"Vamos." ele resmunga ao seu lado. Você olha para ele, seus orbes vermelhos estão olhando diretamente para você. Olhando de volta para a lareira, você hesita.

É apenas um lugar sujo, com uma árvore caída e alguns gravetos em chamas, mas você sente um nó na garganta, fica triste por simplesmente ir deixá-lo para trás. Este lugar testemunhou muito. Testemunhou emoções, testemunhou ódio e tristeza, amor e diversão. Ele testemunhou uma maldição ganhando vida e duas almas aprendendo a conviver com ela.

Sukuna pega seu pulso e a arrasta, mas você não consegue evitar de olhar para trás.

Continue olhando até que a luz da lareira desapareça entre a escuridão das árvores.

O lugar que uniu vocês mais uma vez.

Galhos e neve sob seus pés farfalham e estalam enquanto você caminha pela floresta. Está escuro e logo Sukuna coloca fogo em um pedaço de lenha para você. Ele não parece ter problemas em vagar pela escuridão, provavelmente consegue ver apenas com uma pequena fonte de luz, como o luar.

"Posso te perguntar uma coisa?" você pergunta suavemente. Nenhuma resposta. Sua enorme figura caminha firmemente ao seu lado, olhando para frente.

"...meu rei?" você adiciona.

Os cantos de seus lábios se contraem, como se ele tivesse que reprimir um sorriso.

"O que foi, princesa?"