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Boa leitura!




(...)

Frio.

O ar que pairava no ambiente era congelante, impedindo que seu corpo estabelesece uma temperatura comum.

Havia vozes. Altas. Harry não conseguia distinguir o que falavam, consequentemente acabou ficando meio acordado e meio apagado, aguçando a curiosidade.

Algo o impedia de se mexer adequadamente, deixando seus membros pesados, como se estivesse em uma piscina, imergindo e correndo para tentar alcançar a porta da consciência. Logo teve noção de que seus pulsos entraram em uma luta tormentosa, tentando se livrar do aperto. Seus tornozelos também estavam presos em algo, gelado. Sua visão são era embassada, o que acabava o deixando desnorteado sobre seus sentidos inertes, enquanto a luz executava o trabalho de deixa-lo tonto, impedindo ainda mais que a visão ficasse focada.

Sentia o conciente tentando resistir, para entrar em lucidez, mas falhando miseravelmente. As pálpebras pesavam e dificilmente queriam obedecer o comando do cérebro.

Tudo estava dormente.

Harry não conseguia falar, a língua pesava na boca, a saliva acumulando, fazendo-o engolir em instantes.

Ele está acordando, Doutora.

Seus ouvidos captaram de imediato uma voz ao fundo, parecendo distante, mas ao mesmo tempo, muito perto para saber que o tom pertencia a uma mulher.

Com um pouco de esforço, forçou a vista, o que não pareceu totalmente inútil quando sua consciência acabou obedecendo. Olhou a figura ruiva se locomovendo para perto de seu corpo, fazendo-o automaticamente contrair os músculos, tentando se livrar das amarras.

Bem vindo ao L.A.E.L, 009.

Com esforço tremendo, o borrão foi se tornando menos complexo, deixando os olhos excepcionalmente verdes atentos nos detalhes mórbidos do rosto branco e opaco, quase transparente da mulher.

Alguma coisa naquele rosto, fez seu corpo tremer, com medo.

Não era angústia.
Ele não sabia distinguir a sensação, mas não era boa.

Foi então que Harry acordou, chacoalhado.

— Hora de acordar bela adormecida! – Com os pensamentos bagunçados e o estado entre o inconsciente e o discernimento, Harry abriu os olhos, reconhecendo o suor que brilhava em sua testa, e que de imediato fez seu corpo irradiar uma onda forte de calor.

— Que horas são? – Murmurou confuso e agoniado por suas glândulas sudorípatas estarem produzindo tanto suor de uma vez só.

— O suficiente para você levantar.

Sentado na rede – que agora é sua nova cama, já que descobriu um fato muito necessário semana passada, qual a cama de palha normalmente era usada para feridos, ou seja, o consultório médico do acampamento ficava na barraca em que Harry ocupava anteriormente. Hanna o informou que quando estavam sem rede, novatos eram designados para a cabana do consultório, até que a rede estivesse pronta –, pode raciocinar melhor e encarar direito Zayn, que agora, era seu novo colega de cabana.

Fulgor: A Nova Era | Larry Onde histórias criam vida. Descubra agora