Louis William Tomlinson
Há coisas que Louis nunca entendeu, ou tentou entender. Há um ceticismo bruto na aprendizagem arcaica de Louis, ele sabe. Mas, certamente, se um dia ele tentar entender como pessoas ignorantes funcionam, talvez ele possa tentar reduzir o ceticismo de seu organismo. Olhando as pessoas com suas crenças mentirosas, ele tende a apresentar uma certa e errônea negatividade sobre como será o dia em que seu lado cético decidir compadecer. Louis não alimenta a esperança de um futuro mais sábio, e tem a noção do erro que comete.
Enquanto suas mãos se cruzavam em uma bagunça de dedos, e seus joelhos curvavam-se, jogando o sustento para os pés, para que não caísse, Louis olhou os dois túmulos improvisados com pesar. Sua mulher costumava orar todas as noites pedindo proteção e clamando pela saúde da família, Louis ouvia. Na época, ele era movido pela compaixão, e talvez, acreditasse ao menos um pouco em um ser celestial que ajudasse os mais incapacitados. Hoje, ele olha e ignora o fato de que um dia, tentou ter os mesmos pensamentos de Elena. Arthur por outro lado, sempre teve um pouco da ignorância do pai, apesar de novo.
Ele suspirou e fechou os olhos, tentando conter a dor angustiante que sempre ocupava seu peito. Aprendeu a lidar com a dor, e não deixaria que ela tomasse conta agora.
— Acho que foi melhor assim, El. Não gostaria de ver vocês passando por todo esse problema – murmurou. – Sabe, você gostaria de Hanna, ela foi uma filha que nós não tivemos, e admito que vejo um pouco de você nela. Arthur também gostaria, seria como uma irmã mais velha pra ele. – O sorriso que apareceu em seu rosto foi amargo. – Talvez um dia vocês se conheçam.
Louis jogou as duas rosas nos túmulos, e se levantou, encarando-os uma última vez, antes de andar para o lado oposto das lápides de pedra.
Ainda não era nem 5 da manhã para que ele pudesse acordar Hanna, então se contentou em caminhar um pouco para espairecer. Sua manhã começou estranhamente nostálgica, então tentaria mudar para que seu dia não seguisse tão morto quanto metade do planeta. Não saiu do acampamento antes de pegar algo para poder se proteger de algum infectado ou animal silvestre. Seguiu o caminho de sempre, que o levou para uma colina alta. A vista era linda e tão limpa, Louis aproveitou para puxar o ar puro para seus pulmões, os prendendo ali por segundos, antes de soltar. Decidiu que ficaria ali até o sol se pôr.
Sentou-se sobre a grama verde e adorou ao céu azul e limpo de nuvens. Seus olhos pesaram e ele deixou que o barulho do vento o levasse para longe. Seus sentidos estavam aguçados o suficiente para que percebesse qualquer movimentação controvesa.
Seus dedos tocaram o raso do verde, e se enfiltararam no fios soltos no chão coberto. Seu interior se acalmou com os sons neutralizantes e gostoso dos ventos e pássaros que piavam por perto e em cima das árvores, incluindo sua cabeça que estava a risco das casquinhas de pássaros. Naquele momento único e solitário, ele se permitiu dar uma chance ao silêncio da mente, ignorando todos os demônios e dores que comiam seu cérebro e sentidos todos os dias. Sua cabeça pendeu para trás em um ato que completou o sentimento puro de prazer e sua mente apreciou a arte do remanso emocional e psicológico. Louis experimentou o silêncio em muito tempo. Só. Sem ninguém.
A sensação de solidão sempre é descrita como algo que vaga por seus sentimento e alimenta os piores medos, assombrando o seu eu interno. Porém, a solidão para Louis, nunca foi problema. É como se ele estivesse efetivamente retraído de todos os problemas que o consumia à anos sem trégua.
A quietitude é como um sonho, que ele só degusta uma vez na vida e outra na morte, por isso, ele aproveitou os ventos uivantes antes do sol se pôr no horizonte. Uma rajada forte lhe fez abrir os olhos, se deparando com a luz emanando das enormes montanhas. Nas profundezas do seu subconsciente, ele clamou por El e Arthur. A saudade apertando o peito porque sabia que Arthur amava ver o sol nascendo aos sábados.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Fulgor: A Nova Era | Larry
Ficção CientíficaO mundo se tornou um lugar hostil. Era matar ou morrer. Não existia harmonia, existiam grupos sobreviventes. Louis serviu a Marinha quando tudo ainda era funcional e acessível. Depois que o vírus Fulgor atingiu o ar e matou dezenas de milhares, inc...