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Harry puxou a espirganda do suporte das costas e mirou na cabeça do infectado que havia o achado. Os dedos apertaram o gatilho e quando a bala acertou o centro da testa de um deles, Harry se levantou.

Ok. Não eram tantos. Dava para dar conta.

Com a visão periférica, ele detectou um movimento bruto e ágil, esperou que o corpo estivesse a menos de 10 passos e girou, esquivando do golpe. Harry encarou a falta de brilho nos olhos do infectado, e atirou, vendo o sangue respingar para fora e pintar o chão.

Tinham mais três a sua direita.

Por isso, quando avistou um carro abandonado e destruído, ele se abaixou e preparou a mira da espingarda. Escorou a base do cotovelo no capo do carro, esperando o alvo se arrastar até a onde estava, e por fim, julgando ter espaço suficiente entre os dois corpos, abaixou a mão, mas manteu a arma no lugar, e enfim decaptou o primeiro, usando a faca que estava escondida entre a meia e a bota. Voltando a posição original, o segundo foi por pouco, a bala pegou no joelho e estilhaçou a cartilagem ultrapassando as camadas de pele morta que constituíam o local, logo arrancando a parte do joelho para fora. A parte desfeita do corpo estorou e pulou para além de sua vista. Deixou o infectado incapacitado de dar mais que dois passos sem o suporte da segunda perna, por isso, aproveitou e deu um tiro na cabeça do quase-morto. O terceiro foi o que mais deu trabalho. Ele era resistente. Harry manteve-o na vista por uns minutos, dando dois tiros certeiros no peito e um na testa, derrubando o infectado com sucesso.

Recarregou a arma e deixou colado ao peito, inspecionando o local mais umas duas vezes, tendo a convicção de que não tinha mais nenhum, jogou a arma de volta no suporte das costas e ajeitou a mochila.

O sol estava fazendo um ótimo trabalho em castigar sua pele maltratada e suja, deixando seu humor sensível. Veja bem. Ele caçava a mais de 6 dias diretos em busca de comida, essa era a terceira cidade que ele visitava em menos de 72 horas. Estava fraco e faminto. Apesar de que, estar fraco não fosse opcional nesse caso caótico, óbvio.

Antes de voltar a caminhada, ele jogou a moto em um canto crendo ser escondido o sufiente. Meia hora mais tarde, Styles encontrou uma trilha que seguia para dentro do mato. Suspeito? Talvez, mas não iria jogar essa oportunidade fora, além do mais, uma pessoa que não tem absolutamente nem um tipo de escolha, não pode se dar ao luxo de ter dois caminhos.

Quando seu estômago gritou para ingerir algo nutritivo, ele sentiu a tontura atacar. Os olhos ligeiramente perdendo o foco e sem contar nos pés que estavam o matando. As roupas estavam exalando um odor nada agradável, para piorar, havia sangue já seco nos trapos que vestia. Estava o deixando enjoado.
Tudo fazia sua cabeça latejar.

O dia estava ensolarado, e quente, o suor execivo escorria em sua testa de forma desagradável, se fundindo com a camiseta branca ensanguentada.

Enquanto caminhava pela imensa floresta, em busca de algo para se alimentar, ele não pode deixar de ouvir um barulho.
Seus olhos vagam pelo o local, sabendo que era impossível haver algum infectado nos arredores. Mas nunca se sabe. Digamos que os infectados não fossem exatamente fãs da luz, apesar de não os afetar realmente, sendo apenas um incômodo nos olhos. Claro que, isso não impedia o canibalismo de rolar a solta, mas ainda era um obstáculo positivo nisso tudo. Claro, existe as exceções, os infectados que Harry matou poderiam confirmar, mas eles não tinham o dom da fala.

Com a mão direita, alcançou a munição e recarregou, não demorando a apontar para onde o barulho havia saído. Atento e desconfiado.

Quando o barulho não se reproduziu, ele ignorou, travando a arma, finalmente achando que a loucura havia ganhado a batalha contra sua sanidade.

Fulgor: A Nova Era | Larry Onde histórias criam vida. Descubra agora