Era uma jornada que se estendia por quinze dias de ida, seguida por uma tarde dedicada aos cuidados do Caneleiro e mais quinze dias de retorno. Atravessava terras que outrora eram habitadas apenas por um velho sábio chamado Jordi e suas sete filhas. No entanto, o cenário havia passado por uma transformação impressionante. O que antes fora uma modesta cabana, em poucos anos, se erguia como uma próspera vila. Nessa vila, homens estrangeiros labutavam não apenas para conquistar o coração de uma das sete filhas, mas também para conquistar o respeito do firme líder, o velho Jordi.
O jovem aventureiro, a quem Jordi nomeou Pelham, um termo em sua melódica língua que significava "aquele cuja a pele veio amostra", pronunciado como "péu-rram", partia sempre quando o calor se despedia da vila. Seu retorno era marcado pelos pés imersos na neve recém-caída. Nessa época do ano, as árvores pareciam criar portais mágicos que se perdiam na escuridão da noite. Os fogos-fátuos, criaturas encantadas de energia pura, dançavam sobre as copas das árvores, especialmente quando percebiam a aproximação do Jovem. Suas travessuras, com saltos altos e brilhantes, criavam sombras misteriosas e aparições efêmeras, que aos olhos de um observador comum poderiam facilmente ser interpretadas como portais para outros mundos ou até mesmo para o próprio inferno. Assim, eles assustavam aqueles que perambulavam por essas terras e que poderiam causar mal ao amigo, garantindo que sua jornada em busca da magia do Caneleiro fosse segura e que ele chegasse são e salvo à vila, agora conhecida como Jorditònia, sempre coberta por um manto branco de neve.
E era sempre a sétima filha do velho Jordi que, com grande alegria, recebia o viajante. Ela gostava de chamá-lo de Amatus, pronunciado como 'a-ma-tus'. Melhor ainda, ela cantarolava: 'Amaaa...', finalizando com um sopro suave no rosto do rapaz "...Huuu". Era um nome carinhoso apenas recitado por ela, que jurava ter o segredo do significado consigo, mas Amatus era um jovem inteligente demais para um estrangeiro de pouco passado. Ela sempre o recebia como se cumprisse um papel predestinado na história daquela terra encantada.
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O Jovem e o Caneleiro
FantasyNo início de terras gloriosas, onde reinos mágicos se erguerão em meio a batalhas épicas, desdobra-se uma narrativa que transcende as eras. Uma história entrelaçada com temas atemporais de aceitação, forjada na fornalha da amizade e permeada pela es...