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Epílogo
( Se passam ao mesmo tempo em que a história de James )

Eu não conseguia recordar como cheguei ao meu quarto, nem dos dias que se passaram, e muito menos das visitas frequentes de Remus ao meu dormitório, implorando para que eu me alimentasse. Não questionava a ausência de Sirius, nem sequer me importava em perder dias de aula. Tudo isso se tornara rotina, uma mera existência,era como se tivesse um buraco em meu peito e toda vez que eu tentava me conectar com o mundo real um dor lacinante me consumia eu não era capaz de suportar tudo oque eu tinha feito e tudo que eu estraguei. 

Porém, lembro-me vividamente do dia em que meus pais apareceram de repente, o dia em que vi, pela primeira vez em anos, um olhar de preocupação no rosto de meu pai. Recordo-me das tentativas desesperadas de minha mãe para estabelecer qualquer tipo de comunicação comigo, dos médicos que me examinavam. Segundo eles, eu estava catatônica, mas eu sabia que não era possível. Não havia sofrido trauma na cabeça, nem convulsões. Simplesmente, eu havia perdido a vontade de viver.

Lembro-me do momento em que meus pais disseram que seria melhor voltar para casa, do momento em que minha mãe começou a arrumar minhas coisas, e da fúria que tomou conta de mim. Comecei a gritar com eles, afirmando que não tinham o direito de tomar decisões sobre minha vida, como sempre fizeram. A vida era minha, e somente eu tinha o direito de determinar como me sentia.

- Você não vai às aulas há dias, semanas, Scarlet Malfoy! Você não fala com ninguém, não sai do seu quarto
maldito! - Ela gritava enquanto andava furiosa.

- Eu vou - Respondi com a voz rouca devido à falta de uso.
- Eu vou voltar às aulas. Só preciso de mais um tempo, só isso.

- Você não fez isso nem mesmo quando enviamos cartas a você. Por que faria agora? - Minha mãe questionou, parando em frente a mim com as mãos na cintura.

Eu não sabia a que cartas ela se referia, mas era provável que ela as tivesse enviado, e eu nunca as havia lido, simplesmente porque não me importava o suficiente para verificar.

- Eu vou voltar às aulas, e não vou embora - Respondi, começando a guardar minhas coisas.

Eles olharam para mim com relutância, e finalmente meu pai quebrou o silêncio:

- Que seja, mas ouça bem. Se eu tiver que voltar aqui novamente por suas birras, Scarlet, não teremos uma conversa. Eu vou mandar, e você vai obedecer, sem respostas prontas e birras. Você é uma mulher, e, acima de tudo, uma Malfoy. Então, cresça e suporte o peso de seu nome. - Ele se virou bruscamente e saiu pela porta. Minha mãe me lançou um último olhar de desgosto e saiu.

Quando finalmente fiquei sozinha, deitei-me na cama novamente, sentindo o vazio e a dor profunda que persistiam em mim. Tudo aquilo parecia incurável. Será que um sentimento que, no início, parecia bobo, pode se transformar em um buraco negro que engole todo o sentido da vida que existe dentro de você? Será que pode doer tanto assim?

O sono chegou, e a tortura dos últimos dias voltou com toda a força, envolvendo-me em um abismo de tristeza e esquecimento.

Não tenho lembrança das aulas, das poções que eu me forçava a fazer para preencher o vazio, ou dos momentos em que Remus tentava, desesperadamente, arrastar-me para os treinos de quadribol. James pode até ter demonstrado alegria pelo meu retorno, mas, depois de minha atuação lamentável de morto vivo, é evidente que ele logo mudou de ideia.

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⏰ Última atualização: Mar 11 ⏰

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