A Visita.

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  Neuvillete como sempre estava ocupado com os assuntos da corte, principalmente o que envolvia o agente dos Fatui: Tartagila, mesmo com o assunto "resolvido", martelava o motivo dele ter sido preso. De repente escuta passos metálicos vindo em sua direção, os reconheceu de cara por seu excêntrico material batendo contra o piso, o barulho o incomodava quando estava extremamente ocupado, porém desta vez sentiu um alívio pecorrer seu corpo. Após alguns dias do acidente com a água primordial na fortaleza, Wriostheley finalmente decidiu pedir ajuda a corte, ato muito raro já que seu orgulho não o permitia. Porém neste momento havia muitas coisas que o mesmo queria perguntar para o Index, já que sua ansiedade o corroía para confirmar tuas suspeitas: Seria ele o famoso Dragão Hydro dos contos infantis? O carcerário se perguntava diversas vezes se não estava sendo idiota por confirmar suas ideias por causa de um dos livros de Sigewinne. Prepara os papéis que havia trazido para a pequena reunião, se sentia nervoso na presença do homem de cabelos brancos, se negava a errar em sua frente, limpa sua garganta e ajeita sua gravata.

-Bom dia, Monseiur Neuvillete.-Ele diz fitando os olhos azuis do albino.

-Bom dia, por favor sente-se.-Ele mostra com suas mãos as cadeiras em frente a sua mesa.

  Conversa vai e vem, nada de muito interessante, somente relatos de preço e falhas na grande Fortaleza Meropide, principalmente alguns danos feitos pela habilidade elemental do chefe local. O mesmo também esperava falhas ou qualquer tipo de ato vindo do corpo alheio, mas tudo que via era um homem comum, aquilo lhe deixava pensando que era louco, mas como o juiz poderia controlar tão bem o elemento Hydro sem nem ao menos uma visão? Se sentia decepcionado, já que não havia nenhuma prova, somente conclusões preciptadas. Assim que finalizou um assunto tirou da bolsa que havia levado-a mesma de onde tirou e guardou os papéis- um pequeno pacote de chá, algo costumeiros nas reuniões raras de ambos. Era um chá de Earl Grey, tradicional chá preto com aroma de bergamota, que possuía a intenção de ser bebido com leite e sem açúcar. O homem da lei, observava calmamente as ações do britânico, que mesmo preparando o chá parecia nervoso, algo nunca demonstrado a mão direita de Furina.

-Aconteceu algo?-O moreno se perguntava como o maior havia chegado na resposta tão rapidamente.-Sei que não tenho direito a perguntar nada que não tenha relação com assuntos pessoais, entretanto, sua inquietude me incomoda.

-O senhor tem andado bem?-Os olhos cinzas se dirigem ao suposto dragão.

-Tenho...

-Ultimamente a quantidade de chuvas tem aumentado, me pergunto se é pela estação e motivos naturais ou...- Neuvillete não entendia aonde o outro queria chegar, porém estava receoso.- Se é por que anda triste.

-Que bobeira.-O Index solta uma risada nervosa, demonstrando que o mesmo fumava, não que fosse de grande surpresa já que no país era comum que fumassem por status.- Que tipo de relação pensa que eu tenho com a chuva? Não seja tolo.

-Há um conto comum entre as crianças onde é comum a interpretação de que quando o dragão hydro está triste algumas gotas caiem do céu, as vezes mais, as vezes menos... digamos que dependa da intensidade do que ele esteja sentindo no momento.-Wriostheley traz duas xícaras do famoso chá inglês.-Então me pergunto se o senhor está bem, como disse está chovendo muito ultimamente.

-...-Em meio ao silêncio a boca alheia se entre abre, nem ao menos ousou encostar na bebida que lhe fora oferecida.-Parece que sou péssimo em esconder este fato. Por favor que fique entre nós este pequeno segredo.

  O britânico se sentia vitorioso, não que aquilo mudasse algo na relação dos dois, mas sentia que havia chegado em uma relação mais íntima com o francês a sua frente. Enquanto tomavam chá ambos se entre olhavam várias vezes. "Admito que quando as reuniões envolviam este mero mortal, me sentia livre, um pouco mais confortável do que qualquer outro tipo de reunião oficial. Os pequenos mimos que ele levava me faziam pensar que eu era importante para ele. Mesmo sabendo que era só um costume já que normalmente nos reunimos ao horário de chá. Era bom me sentir mais leve, pelo menos uma vez ao mês." Estava completamente perdido em seus pensamentos, quando escuta as mãos mecânicas baterem em sua mesa junto do pequeno conjunto de chá. O companheiro se levanta e se despede com as mãos, deixava um pequeno bilhete na mesa do de mechas azuladas. "Não se preocupe com seu segredo, mas por favor vá visitar Sigewinne, ela ansia muito pela sua presença na na fortaleza." No bilhete havia um pequeno pacotes de adesivo feito pela Melusine. Algo que Neuvillete admirava na pequenina, sempre amava receber os adesivos que ele sempre guardava com carinho, sempre que podia entrar em contato com ela elogiava os lindos desenhos, mas desta vez pensava em visitar a presídiaria mais cedo. Furina entra pela porta arrastando consigo o viajante e sua parceira gritando com ela, o Index suspira, sabendo que teria que ter paciência. A reclamação era sobre o homem que acabara de sair de seu escritório. Sem querer o chefe da fortaleza havia trombado com a arconte, que carregava consigo um bolo para o chefe de justiça, por coincidência estava no local falando com a melusine e presenciando toda a tragédia: Testemunha que agora confirmaria o crime visto por seus glóbulos oculares.

  Parecia absurdo, como poderia prender alguém que já conhece e comanda o sistema? Ele já era conhecido e respeitado pelo local, para Wriostheley o local havia tornado-se uma segunda casa, mesmo se tentassem o tirá-lo de lá ainda assim o jovem aproveitaria, a deusa andava de um lado para o outro enquanto Aether e Paimon tomavam chá junto de Neuvillete, que pedia pacientemente para outra não causar tempestade em um copo d'água. Não importava se ela estava sendo exagerada, agora a lorde só tinha intenção de se vingar do duque e lhe castigar como é dito na lei, quebrava a cabeça pensando em diversas maneiras de o punir, se sentia impotente neste caso, como alguém estragaria o bolo perfeito de Furina e saíria impune? Os traseuntes se olhavam, haviam a tarde toda para explorar a nação ainda, mas parecia que não iriam sair tão cedo. 

-Furina entendo que está irritada, mas os viajantes também possuem uma rotina, libere-os e vá também... farei uma visita a fortaleza assim que possível.-A melusine que sempre ficava de guarda abre a porta, permitindo que os viajantes se fossem.-Querida não se preocupe com o bolo.

-Como não me preocuparia?! Ele ousou destruir meu lindo bolo para você! Como me diz que está tudo bem? Eu comprei um bolo com o formato e tamanho de uma melusine real! E se fosse uma? Ele não merecia ser punido?!-Grita, esperneava e fazia um mini show para o maior, que estava começando a ficar irritado. Estava triste pelo pequeno bolo, mas prender o grande homem seria difícil.- Faça alguma coisa! Ele é culpado!

-Culpado pelo que?-Se levantava para olhar da janela o dia ensolarado. A menor falava algo que ele ainda não prestava atenção, organizava seus  pensamentos, suspira sentindo os raios encontrarem sua pele pela janela.-Furina pare. Só seria um crime se o bolo fosse seu, mas não é. Sinto muito, no entanto se acostume com a decepção querida.

  Os olhos azuis da garota se fecham, ela corre abraçando o albino e murmurando algo inaudível para o dragão. Fazia carinho nas mechas levemente azuladas tirando-lhe o chapéu azul escuro incômodo. Se pareciam como pai e filha, esse tempo era precioso para garota, mas que ainda estava extremamente decepcionada. A sensibilidade era uma característica que ambos compartilhavam.

  Enquanto isso Wriostheley tomava um chá olhando para o céu, que se formava em nuvens nubladas. "Seria o tempo desta vez? Eu me pergunto por que sou tão curioso quando se trata sobre ele? Ah~ seu cheiro ainda é de chuva molhada, agora entendo o porque de seu cheiro. Talvez deveria o visitar novamente essa semana. Não seria tão estranho certo?"

Dragão Hydro Não Chore.Onde histórias criam vida. Descubra agora