"Em meio a tantos papéis, minha cabeça lateja enquanto relembra o semblante de desolação de Wriostheley. Eu sei o que queria responder, mas além de todos os outros problemas eu tenho medo. Não sei como amar um humano e tenho medo de me apaixonar e esquecer que eles não passam de meros mortais, que um dia deixarão estas terras." Como sempre o homem lutava com seus próprios pensamentos, não decidia-se. A resposta qual ele pensara era sem dúvidas um "sim", mas se recusava a deixar ela sair de sua boca.
Do lado de fora, o carcereiro observava as paredes feitas com o mais refinado alicerce, enquanto repetia palavras para si mesmo. Os passageiros que ali andavam, observavam com curiosidade a atenção levada a porta do escritório do juiz.
-Monsieur Wriostheley?- Pergunta a melusine que guardava as grandes portas do escritório de Neuvillete. Seu nome era Sedene e trazia consigo dois pedaços de bolo para si e o juiz.-O que faz aqui? O Palais nem ao menos está aberto.
-Pensando... quer ajuda para carregar os bolos enquanto pega a chave?-O duque diz ainda surpreso com a aparição repentina, meio nervoso em meio à sensação de pisar naquele nobre piso de novo.
-Eu agradeceria.- Ela diz estendendo as sacolinhas.-O monsieur e o Index brigaram da última vez, certo? É por isso que está atônito?.-Ela diz sem nem ao menos dirigir o olhar para o homem, somente abrindo a porta.
-Você escutou? Nossa que vergonha...-Ele diz coçando a nuca, devolvendo a sacola para a melusine.
-Não é vergonha nenhuma gostar do Monsieur Neuvillete. O mesmo vive recebendo cartas de damas e nobres apaixonados pelo seu esbelto corpo e lindo cabelo.-Sedene declara. -Acho que se quiser falar sobre isso, é melhor falar baixo. O juiz mora no andar de cima e tem orelhas bem sensíveis.-Ela diz mexendo as próprias.
-Oh... sim, claro, entendo... Então, além de você, alguém mais escutou?-Pergunta o rapaz curioso e ainda assim meio envergonhado, algo tão privado fora escutado tão facilmente.
-A ex-arconte também.-Ela fala abrindo a sala grandiosa de Neuvillete e deixando o bolo em cima da mesa, sentando-se no sofá e chamando o outro.-Se eu não me engano, diversas vezes Furina apareceu esses dias para falar sobre isso com o meritíssimo. Acho que ela quer ver vocês dois juntos. Me parece uma boa ideia, já que o juiz anda sempre... bem você o conhece.
-Está falando de mim?-O homem de madeixas brancas aparece na porta, se aproximando de ambos.-Espero que bem... para o nosso visitante inesperado...-Ele diz meio tímido, demorando para falar, procurando as palavras certas.
-Ora, é seu lugar de trabalho, é claro que estão falando sobre senhor!-Interrompe Furina, sentando no outro sofá, esticando suas pernas. -Venha cá Sedene, deixe Neuvillete sentar-se ao lado do duque.-Sedene segue o conselho. Afinal as duas fizeram questão de criar um plano para juntar ambos.
-Posso me sentar aqui?-Pergunta o dragão para o carcereiro em meio a sussuros. Wriostheley aceita, dando espaço para o maior.-Obrigado.
-Ainda bem que trouxe um bolo inteiro, é sempre bom prevenir para não remediar.—Mentia, já havia visto a figura do homem robusto para a porta a muito tempo. Tempo suficiente para avisar Furina e comprar um bolo para os quatro.
Ambas fofocavam em sussuros sobre os homens do outro lado da mesa, que pareciam extremamente desconfortáveis em conversar um com o outro. Os olhos gélidos sempre se encontravam com aquele mar disfarçado de orbes azuladas.
Wriostheley abre sua boca, mas nada fala. Somente volta a pensar em um jeito de começar uma conversa normal com o outro. Uma pequena risada é escutada por suas orelhas humanas. Ele reconhecia aquela risada com falta de ar antes mesmo de reconhecer a voz da pessoa mais próxima de si.
—Quer conversar sobre algo duque? Parece que as meninas não estão afim de nos incluir. Deixe-me pegar um pedaço de bolo para você.— Diz se alongando para colocar em um pratinho o bolo, dando-lhe junto os talheres.— Espero que esteja bom.
—Muito obrigado...—Diz comendo um pedaço do doce.—Como o senhor tem passado? Faz algum tempo desde nosso último encontro.—Uma sensação de desconforto surge de repente no peito do juiz.
—Eu...—Rapidamente foi interrompido.
—O senhor Iudex não tem nada para fazer hoje, por que não saem? Afinal ambos são pessoas muito responsáveis.—Furina atrapalha com um enorme sorriso no rosto. Eles se entre olham, Wriostheley, entretanto é o único que sorri.
—Me parece uma boa ideia, afinal estou de férias hoje.—Ele diz cruzando as pernas e relaxando, com um sorriso no rosto.
"Eu me perdi em meio aquele branco amarelado, provavelmente por tomar café, algo que não esperava do britânico. Eu tenho que admitir que meu coração palpitou, quase saiu pela minha boca, rasgando a ligação com qualquer veia de forma abrupta e violenta. Não que iria acontecer, mas ao mesmo tempo que meu coração doía pelas minhas próprias ações, frutos da minha própria desgraça. Eu admito que queria selar nossos lábios, mas não o fiz... Por que sou covarde e eu admito."
Eu sei, capítulo curto. Queria pedir desculpas pela demora, e eu sei que não posso justificar por que estou sempre com o celular, mas eu estou lidando com sérios problemas mentais e familiares, então gostaria de pedir desculpas pela demora... Foi mal gente, sinceramente nem sei o que ainda me mantém aqui...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dragão Hydro Não Chore.
FanfictionWriostheley descobre que Neuvillete é o famoso dragão hydro e resolve brincar com a situação em meio a uma visita, que desta vez gera várias outras, sendo físicas ou frutos da imaginação; mesmo na agenda apertada do juiz. Seus pensamentos não deixav...