Dragão Hydro Não Chore.

Fortaleza Meropide

Conhecia aquelas paredes, enferrujadas pela maresia e desgastadas pelo tempo,com a palma de suas mãos. O gosto de cada prato, seja o mais simples ao mais refinado. Afinal a prisão agora era o seu lar, assim como fora prescrito pelo Monsieur Neuvillete, a algum tempo atrás,a mesma pena que já havia cumprido a muito tempo.

A sim, o nome do albino lembrava-lhe muitas coisas, mas sinceramente nada o impactava mais do que o fatídico dia. Era vivido em sua memória o dia em que chegara para se reunir com ele e o viu em meio a chuva, angustiado. Aquilo fez tanta diferença em como via o francês que mal podia descrever, fez tanta diferença que comentou até mesmo com o viajante.

Quando pensava no dragão, se lembrava somente da sua expressão, algo que admitia que atrai a si como um chá com leite e dois cubos de açúcar. Seja este seu sorriso suave e adorável ou a cara angustiada e séria. Agora mais que tudo, estava ansioso para ver o homem, já que sem aviso prévio informou que iria para a fortaleza, sem mais nem menos.

Esperava em silêncio na secretaria do local, papeando com a secretária, que tentava ao máximo ser simpática e educada com o duque. Afinal, este era seu chefe. Os minutos pareciam eternidades, talvez estivesse ansioso demais, ao ponto de sua cabeça criar hipóteses mais rápido do que as engrenagens evoluídas girarem. Nem no tempo em que vivia, por si próprio na rua, se sentia tão ansioso assim. No seu julgamento se sentia mais tranquilo do que estar ali, em frente ao juiz, sendo ignorante- mas não o fez por vontade própria- sobre o assunto.

Uma pequena Melusine, familiar aos seus olhos, se aproximava com uma caixa estampada com adesivos, provavelmente onde ela guardava os acessórios. Esboça um enorme sorriso, estava tão feliz que seriam visitados pelo Iudex, para provoca-lá Wriostheley aperta suas bochechas como se ela fosse uma pequena criança. Ao invés de uma resposta negativa, ria do ato do adulto, já que mesmo sendo mais novo, agia com tanta informalidade - mal costume que pegara do carcereiro.

O elevador descia lentamente, demorou um minuto até que no fim a grande e importante figura saísse do cilindro na vertical. Limpava suas roupas e como sempre, trazia consigo a bengala com pequenas linhas azuis no topo. Ao notar a presença dos conhecidos limpa a garganta e acena para o mesmos, sentido suas bochechas ficarem quentes em rever o moreno, principalmente após o sonho que tivera na noite retrasada, que lhe perturbava até agora.

-Monsieur Neuvillete, a quanto tempo!-Exclama a pequena correndo até o homem, lhe dando um abraço - o que não tinha problemas já que viera por um assunto expressamente pessoal.

-Ora, ora, parece que alguém finalmente desceu da superfície para ver nós, meros plebeus.- Curvava-se o ex-presidiário, fazendo uma cena em plena luz do dia, brincando com o semblante sério a sua frente.- Se não se incomodar, que assunto pessoal te traz aqui? Afinal, a não ser que queira ver paredes corroídas pela maresia, vidros sujos e desgastados e trabalhadores, creio que não temos muito a oferecer.

-Me desculpe, não informei a ti que viria hoje para uma reunião casual, nada de assuntos formais por hoje. Vim aqui como um mero visitante.- Separava uma mecha solitária de cabelo para enrolar em meio ao nervosismo, enquanto com a outra mão acariciava a cabeça da melusine.-Espero que não esteja incomodando, já que foi marcado as pressas...

-De maneira alguma! O senhor é sempre bem-vindo!-Empolgava-se a garota, tomando as palavras dos lábios do chefe.-Você tem que ver a lontrinha que fica perto do vidro, ela faz alguns truques! É a coisa mais fofa de acordo com os humanos. Melhor, vou preparar um milk-shake para nós três tomarmos enquanto observamos elas.

-Não precisa fazer para mim, prefiro os meus chás.- O gosto de desespero era forte em sua boca, temia e tinha ânsia quando se tratava sobre os shakes feitos especialmente por ela. Amava a todas as melusines, já que forneceram grande ajuda a si, devia tudo que conquistara a elas, mas jamais pensou em tomar novamente o líquido.- Que tal começarmos com um tour enquanto Sigewinne prepara as bebidas?- Estende a mão para o meritíssimo. A melusine sai correndo, enquanto o Iudex se questionava se era certo aceitar andar de mãos dadas com o nobre em meio a prisão.