Dragão Hydro Não Chore.

Eu e Você (Extra 1k)

  Já havia se passado uma semana, o juiz descia pela Fortaleza e se dirigia diretamente até o escritório do moreno, abrindo as portas enferrujadas e velhas. O combinado entre eles era não definir as coisas, só deixarem rolar.

—Bom dia, Monsieur Neuvillete.—Anunciava de sua mesa, se aproximando do dragão. Olhando o relógio.—Acabou agora? Está meio tarde, deve estar cansado.—Neuvillete nada disse, somente se aproximou e abraçou o corpo a sua frente. Wriostheley encaracolava os cabelos alheios.

—Eu posso ficar aqui com você está noite? Eu quero ficar com você...—Ele enterrou a sua cabeça no pescoço do agente carcerário.

—Você fala dormir aqui?—Por um momento ele para de acariciar e olha para o rosto alheio. Com dificuldade pelo local que outro havia escolhido.—Não tenho a cama mais confortável do mundo e eu vou dormir tarde, mas se depois de tudo isso você ainda quiser... Claro, não vejo o do porquê não. Neuvillete, aconteceu alguma coisa?

—O dia só foi um pouco estressante... Como sempre.—Ele apertou o abraço, como se não quisesse deixar o outro ir. Ficar ali para sempre foi a melhor ideia que ele teve. Um selar foi deixado em seus cabelos brancos.

—Se quiser a Sigewinne ainda está trabalhando. Talvez fosse bom falar com ela.—Ele olha para o amado.—Não que eu não queira, mas talvez você se sinta mais confortável falando com ela...

—Eu entendo o que quis dizer, não se preocupe. Talvez eu devesse falar com ela.—Ele deixa um beijinho na bochecha do britânico de olhos claros. Parando por um momento para o admirar.—Hoje aconteceu um caso de um desaparecimento de uma melusine. Eu...—Ele cerra os punhos e olha para o chão, deixando uma lágrima rolar.—O meu trabalho era proteger elas...

—Tá tudo bem, você não pode fazer tudo.—Ele diz juntando o rosto alheio com o seu. Limpando as milhares de lágrimas que rolavam.—Não é culpa sua. É triste, mas não é culpa sua...—Ele o aperta em um abraço.

  Um soluço entre tudo é escutado. "Eu me sentia tão culpado, mas estar em seus braços me faz com que me sinta bem, como se eu estivesse em meio às nuvens. Eu quero estar com ele para sempre...Em seus braços para que ele possa me confortar... mas... No final eu sei que acabarei visitando seu túmulo em meio a tempestade." Ao reparar na tempestade que se formava lá fora acariciava os brancos cabelos, deixando beijos no topo da cabeça do amado juiz.

  Não precisavam de palavras, confortavam-se com o silêncio e as carícias trocadas em meio a tristeza e a dor. Não era novidade, afinal até mesmo outros seres sentem a invasão deste cruel e torturante sentimento, mas além de tudo necessário para que se tenha os momentos de estopim da felicidade.

—Já pensou em frequentar um terapeuta, querido?— Ele disse agarrando o rosto pálido e o encarando.—Temos isso na fortaleza, é ótimo, poder desabafar... Eu sei que tem mais aí dentro, mas se não puder falar com ninguém em volta então por favor que fale com um profissional.

—Você acha que estou louco?—Perguntou em meio às lágrimas salgadas e gélidas.

—De maneira alguma! Eu não estou louco, mas nem por isso deixo de ir a um terapeuta.—Ele ajeita um fio que caia em meio ao lindo rosto.—É importante... Ainda mais para um trabalho como o seu.—Ele beija a testa alheia, que logo concorda em silêncio.

—Obrigado... Eu vou tentar.

Obrigado pelo 1k guys, eu sei que não sou a melhor pessoa para falar sobre terapia. Eu tenho vários probleminhas da cabeça e dificuldade para falar com a psicóloga, mas é sempre bom ir atrás de ajuda :). Os personagens sofrem com crises, mortes e decisões muito cruéis, então pensei que faria sentido abordar esse tema. Próximo capítulo tem felicidade, juro.