Capítulo V

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Assim que entro no meu quarto respiro fundo como se estivesse sufocando.

- Mais que caralho é esse.

Eu nunca me senti assim e isso me irrita demais.

Eu tomo minha água, lavo meu rosto e deito.
A visão daquela bunda balançando na minha frente me deixa de pau duro novamente.

Eu ainda sinto o cheiro dele, a sensação da pele macia contra meu peito e porraaa...

- Caralho...porra...merda..

Eu fecho olhos e me forço à dormir, não posso perder o sono por causa daquele...daquele...aff...

Na manhã seguinte eu levanto com um mal humor terrível graças a péssima noite de sono que eu tive.

Eu me arrumo como sempre, coloco meu terno extremamente alinhado e bem passado, coloco meu relógio de ouro, perfume exclusivamente feito pra mim e desço até a sala de jantar.

- Nossa resolveu aparecer " querido"?

- Não me enche porque não tô com saco.

- Você prometeu chegar antes dos meus pais irem.

- Acontece "querida", que ao contrário de você que só sabe fazer compras eu trabalho.

- Aff...não me interessa, você prometeu.

Eu respiro fundo pra não mandar ela a merda e me concentro no meu café enquanto leio meu jornal online.

- Bom dia gente linda!!

Meu dia acaba de foder de vez, eu agora não consigo me concentrar na leitura.

- Bom dia maninho, como foi sua noite?

- Bem maninha, dormi feito um anjo.

- Que bom bebê, mais tarde vamos as compras.

- Você sabe que não curto essas coisas né, eu quero ir na universidade ver meu curso.

- Aff...tá bom né.

Eu apenas escuto a conversa vazia deles, tentando tomar meu café em paz,  mas lógico que isso não será possível.

- Bom dia cunhado, dormiu bem?

Eu posso sentir que ele está sorrindo e isso me tira do sério.

- Estou indo trabalhar.

- Credo Alessandro, cadê sua educação?

- Não tem problema mana.

- Tem sim, você é meu irmão e não aceito que te maltratem.

- Não seja dramática caralho.

Eu respiro fundo pra não explodir de tanta raiva que a voz dele me traz.

- Bom dia garoto.

- Bom dia rsrs..

Eu saio e nem olho pra trás, preciso de ar puro e perto dele não consigo.

Assim que chego na empresa minha rotina começa, mas ao contrário do normal eu não consigo me concentrar.

- Senhor, sua reunião é em cinco minutos.

- Porra, vamos logo.

Eu saio e Brigite me acompanha em silêncio.
Assim que entro me acomodo e espero meus incompetentes funcionários.

- Sentem-se

Todos se sentam e me encaram em silêncio 

- Bom, o acordo foi selado assim como quatro novos.

Ninguém diz nada, mas o medo está no ar e gosto disso.

- Quero que leiam e fiquem cientes que da próxima vez estão demitidos.

- Desculpe novamente senhor, eu estou com problemas e...

- Dane-se seus problemas, quando chegamos aqui nossas vidas pessoais ficam lá fora.

- Sim senhor, desculpe.

- Faça seu trabalho porque não preciso de incompetência.

Eu levanto e caminho sem nem perder meu tempo de responder.
Detesto gente que não faz seu trabalho e na verdade nem sei porque não o demiti mas enfim...

Meu dia termina e saio da empresa totalmente exausto, durante o caminho me pego novamente pensando naquela bunda linda...mas que porraaa

- Merda

Meu motorista me olha, porém não diz nada.
Ele sabe seu lugar.

Quando chego escuto um barulho de música alta e já me irrito.
Rapidamente entro e vejo meu " adorável cunhado", rebolando até o chão numa dança que faz meu pau doer.

Ele rebola, abaixa, sobe, empina a bunda e canta de maneira totalmente fora de ritmo.

Eu observo sem conseguir dizer nada, apenas acompanho cada movimento totalmente hipnotizado.

Quando finalmente ele se dá conta da minha presença abre um sorriso lindo e...que merda de sorriso lindo porra.

- Posso saber que caralho você tá fazendo?

- Dançando ué...não gosta?

Eu pego o controle e desligo o som o encarando quase explodindo de ódio.

- Não gosto de música alta e muito menos de chegar e ver você rebolando na minha sala.

- Desculpa, quando ouço essas músicas eu me empolgo.

- Não quero saber...se quiser dançar faça no seu quarto ou quando eu não estiver.

Ele me encara ainda sorrindo e caminha até mim.

- Desculpa cunhado, prometo que não vai ver minha bunda novamente na sua sala.

Ele não desvia o olhar e isso já está me irritando.
Eu pigarreio e olho para o outro lado tentando disfarçar meu incômodo.

- Tudo bem, só não faça mais.

Ele acena positivamente e me surpreendendo beija meu rosto e sobe correndo as escadas me deixando feito besta parado.

Tô vendo que minha vida vai virar um inferno...

MEU CUNHADO, MEU PECADOOnde histórias criam vida. Descubra agora