Capítulo 23

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Pov Zulema

Porra quando vi Helena chorando bateu o desespero, veio memórias do passado. Helena dormiu, estou acordada velando seu sono, o filme já acabou e já tá passando outro que nem perdi o meu tempo de ver qual é. Estou mais concentrada nessa pequena mulher deitada em meus braços, o sono de Helena é interrompido com seu celular tocando. Ela acorda olhando meio perdida, me levanto pra pegar o celular na bolsa dela e a entrego.
- É a mamãe.
- oi mamãe.... Não, estou com a Zulema... Não sei vou olhar com ela... Tá bom mamãe... Minha mãe chegou?... Sim , ouvi a voz dela... Pode deixar...- Ela continua em ligação e vou pro banheiro tomar um banho. Estou debaixo do chuveiro com a cabeça escorada na parede de costas pra porta, sinto a presença da Helena.
- Vai ficar só me olhando ou vai vim tomar banho comigo?- digo sem ainda olhar pra trás.
- Estou admirando a vista.- dou um sorriso me virando pra ela.- Essa vista é bem melhor.
- kkkkk boba, vem tomar banho comigo.- ela vem e entra no box.- Como está se sentindo? Ainda dói?
- Estou ótima, não só ardendo um pouquinho, nada que eu não suporte. Para de se preocupar com isso, não é culpa sua.- diz e me dá um selinho.- Eu estou bem, estaria melhor se tivesse ido até o final, pq estou louca pra te sentir.- me abraça pelo ombro e enfia os dedos no meu cabelo, e começa a me beijar intensamente, eu sei o que ela quer mas não consigo.
- Desculpa pequena, mas eu não consigo.- Ela me olha confusa mas concorda.
- Tudo bem, desculpa ficar insistindo.- diz sem graça e se afasta saindo do box.
- Vou deixar você terminar o banho.- sai do box pegando a toalha saindo do banheiro. Eu bufo irritada, eu tive um gatilho e não consegui, nem se eu quiser meu pau levanta hj. Pego a toalha e vou pro quarto e encontro Helena vestida deitada na cama mexendo no celular.
- Você ficou com raiva?
- Não!- me responde largando o telefone, se senta na cama.- Mas eu acho que aconteceu algo, você não quer me tocar.- Ela vem em minha direção e para na minha frente, fica parada olhando pra mim.- Viu, vc não quer me tocar.- diz em tom chateado, realmente depois do ocorrido eu não consegui toca- lá.- Me leva embora.- diz com voz de choro. Me aproximo dela e lhe dou um abraço.
- Era pra ser especial, e eu acabei com tudo, me perdoa?
- Só de ser vc já é especial, eu não quero nada, eu só quero você.- Diz chorando.- Me leva embora. Por favor.- Ela tá achando que o problema é ela, o seu olhar diz tudo.
- Te levo, mas antes vc precisa saber o pq eu não consigo continuar.- digo vestindo minhas roupas.
- Pq eu sou frouxa e chorona.
- Não, não é não, e não é por vc, é por mim.- Termino de me vestir e sento do seu lado.- Vou te contar, só meu irmão sabe disso e agora vc vai saber TB.- digo e respiro fundo pra ter relembrar desse episódio na minha vida.- Meu pai tinha um conselheiro, Valbuena, eu tinha uns 8 anos e lembra que ele ficava me olhando com olhar de desejo eu era só uma criança, ninguém sabia da minha condição meus pais nunca foram de ficar falando, com 10 ele começou a falar que ainda ia ser dele, ele já tinha uns 30 nessa época. Na frente do meu pai ele era uma pessoa, mas quando meu pai não estava perto ele era outra, até que mudamos pra Espanha e não vimos ele mais. Eu me sentia incomodada com os olhares dele e as tentativas de aproximação dele, eu era só uma criança e era criada com babás, então não entendia. Com 15 anos eu já tinha noção que era filha de mafiosos que eles eram muito perigosos, estava em uma festa e ele estava nessa festa, quando me viu se aproximou e começou a CV, eu achei que ele tinha mudado, ele não fez nada do que fazia antes e me tratou super bem, então ele ficou comigo a festa inteira. Quando eu disse que ia embora ele se ofereceu pra me levar, eu aceitei, antes ele disse pra bebermos a última, eu confiei nele e ele me drogou, eu achei que estava só passando mal pela quantidade de álcool consumida. Dentro do carro estava tudo rodando e ele começou a passar a mão em mim e me levou pra uma casa abandonada, ele sorriu e falou que ele tinha me dito que eu ainda seria dele e que naquela noite ele ia realizar o que disse. Eu entrei em desespero mas não conseguia falar nada , estava fraca então eu só conseguia chorar. Quando ele tirou minhas roupas e viu que tinha um pau, ele surtou e disse que eu era uma aberração.- Paro pra respirar,ela me abraça.
- Não precisa continuar se não estiver confortável.
- Eu quero que vc saiba de tudo sobre mim.- respiro fundo.- Ele disse que eu não tinha o que ele queria, mas eu tinha outra coisa que supriria, eu era virgem, nem com mulher tinha transado. Ele me estrupou.- Helena me encara com cara de choro.- Foi uma dor insuportável, eu só pedia pra acabar rápido, ele não tava tendo dó, falava que eu era a égua dele, que iria montar em mim e que se eu contasse pro meus pais, ele faria pior e com qm eu mais amava, então só deixei, eu gritava e chorava mas ele não parava. Quando terminou eu fui vestir minhas roupas me sentindo um lixo, meu corpo todo doía, quando vi minhas pernas estavam cheias de sangue, eu só queria sumir de lá.- sinto uma lágrima rolar e limpo rapidamente, eu não iria chorar, não por isso. Ela me abraça fungando.
- Me perdoa, eu não sabia.
- Não tem o q perdoar , não tinha como vc saber.
- Me fala que ela está preso.- diz com raiva.
- Não.- ela levanta com raiva.- Está morto, eu matei ele.- ela me olha e fica me encarando.- Foi o primeiro que eu matei. Ele morreu 1 mês depois, eu deixei ele achar que não iria denunciar.
- E seus pais?- ela me interrompe.
- Não contei, eu iria resolver sozinha. Eu matei ele e nunca mais me envolvi em nada errado, até meus pais morrerem. Mas não se preocupe, fiz questão de mandar ele pro inferno. Quando eu vi vc chorando e o sangue na cama, eu senti que fiz o mesmo com vc.
- Vc não tem nada a ver com ele, eu quis transar com vc, não fui forçada.- ela puxa me rosto e me olha nos olhos.- vou te falar uma vez e se vc falar isso novamente, eu vou te machucar.- ela diz me fazendo rir.- o sangue no meu caso foi normal, nada demais e a dor TB. Então nunca mais, está ouvindo N.U.N.C.A mais se compare a um estrupador.
- Tudo bem...- digo e ela me dá um beijo.- Ainda quer ir embora?- Ela nega com a cabeça. Olho as horas e vejo que já são 23:00.- Addison não tava querendo que vc fosse embora?
- Não ela queria saber se ia dormir com vc.
- E vc vai dormir comigo?
- Você quer que durma com vc ?
- Sim, mas na minha casa.

She( G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora