Pov Helena
- Então quer dizer que é minha namorada?- pergunto me lembrando do meu avô perguntando.
- É sim, minha mulher.- diz e me puxa pra um abraço.- tem certeza que está bem?- Não estou totalmente, mas estou melhor.
- Estou melhorando. Sua mulher precisa tomar a injeção, antes que mamãe encerre, vamos .- puxo Zulema indo pra sala da mamãe.
Entramos no elevador, puxo Zulema a beijando ela aperta minha cintura, peço passagem com a língua que é aceita por ela, Zulema me prensa na parede do elevador, estamos tão conectadas que só vemos que não estamos sozinhas, por conta do pigarrear. Quando olho vejo Erika Han, Era só essa que me faltava a ex sogra dela.
- Zulema, tudo bem?
- Han, estou ótima e você?
- Não tão boa quanto você, mas estou indo.- diz me olhando.- Grey Montgomery? Agora me surpreendeu, a herdeira do hospital.- diz dando um assovio, Zulema revira os olhos, o que ela tem a ver com isso?
- Você ainda não consegue me afetar com provocações.- da de ombros.
- Ela nem sabia quem era dona do Hospital e outra coisa cuide da sua vida.- digo me alterando, quem essa sapa é pra vim falar merda.
- Hmm, bravinha. Vai dar trabalho Zulema.- provoca, encaro Zulema que fingi não ouvir, essa mulher é uma sem noção.
- Bravinha vc vai ver na hora que chegar a porra do seu desligamento, não envolve aonde não é da sua conta.- digo apontando o dedo indo na direção dela, odeio gente intrometida. Sinto uma mão me segurando pela cintura.
- Mas é da minha conta.- diz com sarcasmo.
- Não é não, eu era casada com a sua filha e não com você, sua filha tentou forjar uma gravidez, isso anula qualquer direito de falar de mim, incluindo comigo.- Zulema diz com uma calma invejável. Como assim forjou uma gravidez?. A porta se abre revelando o andar do consultório.- Passar bem.- Zulema me puxa porta a fora.
- Não esquenta a cabeça com isso.- Zulema diz, mas acho que é mais pra ela do que pra mim.
-Qual é a dela?- pergunto enquanto vamos pro consultório.
- Ela nunca gostou de mim, mas sabia que eu controlava a filha dela, então aceitava nosso relacionamento.
- Sua ex forjou uma gravidez?- pergunto parando no meio do corredor e encarando ela.
- Sim, ela me disse que estava grávida, me mostrou um teste de sangue, depois chegou com o pré-natal, mas essa história não tava descendo, eu não transava sem camisinha com ela, por isso mesmo pra ela não engravidar, eu não queria filho.- Ela para de falar me guiando pro canto, já que tinha algumas pessoas passando.- Ela usou a desculpa do dia que a camisinha estourou e ela teve que tomar pílula, mas ela disse que não fez efeito e que a obstetra que por acaso é a sua mãe, disse que acontecia em alguns casos, de início acreditei e até gostei da ideia de ter um filho, só que eu comecei a desconfiar ela não tinha sinal nenhum de gravidez, não deixava eu ir nas supostas consultas. Até que um dia eu achei o cartão de pré natal e vi o nome da sua mãe e vim conversar com ela e saber se era verdade, ela disse que era médica sim da Macarena, só que ela era ginecologista dela e não obstetra, mas não me disse mais nada pelo sigilo.- Zulema para de falar me olhando esperando eu absorver.- Mas aí eu já tinha a prova que ela estava mentindo, eu a pressionei e ela confessou.
- E pq ela fez isso?- Estou tentando entender o pq da loucura.
- Pq ela achou que estava traindo ela com uma amiga.- diz dando de ombros e voltamos a andar.
- E estava?
- Não.- Diz me olhando com uma cara de indignação engraçada, me fazendo sorrir.
- Obrigada por compartilhar comigo.- Eu sei que pra Zulema e difícil se abrir, e quando ela se abre comigo me deixa muito feliz.
- Só vc sabe o motivo real do fim do casamento, pra todos não estava dando certo.
- Entendi.
- Esse casamento durou muito.- da de ombros.- Eu não tinha sentimentos por ela.
- E pq casou?- Fico sem entender.
- Ela salvou minha vida, eu não queria magoar ela, e até que dávamos certo mas como amigas.
- Salvou sua vida?- só consegui prestar atenção nessa parte.
- Eu tomei um tiro.- Sinto um aperto só de imaginar.- Ela cuidou de mim, msm eu sempre a tratando mal.- Só consigo esboçar um sorriso.
Chegamos na porta do consultório bato na porta.
- Entra.- mamãe autoriza .
- Mamãe dá pra eu tomar a injeção ainda?- pergunto sem graça, depois de tudo que aconteceu eu caçando tomar injeção, mas eu vim aqui pra isso. Minha mãe está sentada no sofá com o celular na mão, mamãe levanta cadeira .
- Que dia seu ciclo começa?
- Pelo calendário hoje.
- Sim, dá pra tomar.- diz indo se preparar pra aplicar.- Vou ter que perguntar mesmo com medo da resposta, manteve relação desprotegida recentemente?
- Não.- Respondo indignada. Mamãe solta o ar, escuto a risada da minha mãe.
Mamãe se prepara, arruma tudo que vai precisar e manda eu levantar o vestido, a injeção é na lombar. Fecho os olhos quando minha mãe aplica, essa porra dói.
- Eu odeio agulha.- digo cruzando o braço quando mamãe termina, mamãe abaixa meu vestido.
- E eu odeio me preocupar se vcs vão usar camisinha ou não.- Ela tá me tirando.
- ouuu.- Zulema se manifesta.
- Mamãe você tem que confiar em nós.- Só quem já viveu com alguém desejando um deslize seu vai entender o porquê dessa preocupação toda.- E se acontecer não é culpa de vocês, a responsabilidade dos meus atos é minha.
- Eu confio filha e sei que quando é pra vim vem, vc está aí a prova disso. Mas eu sei o quanto ele pode ser baixo.
- Mas agora ele não vai mais incomodar.- diz minha mãe.
- Graças a Deus.
Mamãe termina tudo e vamos em direção ao estacionamento, quando estamos saindo encontramos com a tia Amy, que quando me ver, vem até mim e puxa me abraçando.
- Meu irmão é um babaca, mas saiba que a tia te ama muito.- diz e me dá um beijo na bochecha, eita que notícias aqui voam, olho em seu rosto e vejo que está com a cara de choro.
- tudo bem, tia, o que aconteceu com você ?- pergunto preocupada, minha tia não é de chorar.
- Nada, não se preocupe.- Pronto a linda com cara de choro e não quer falar.
- Tia... Tá acontecendo alguma coisa?
- Amélia.- mamãe vem e olha pra cara da minha tia.- Você não...- não termina a frase mas minha tia entende.
- Não Addy. Eu prometi pela minha filha que não faria mais aquilo.- Mamãe é super protetora com minha tia, ela sempre cuidou e se preocupou com minha tia.
- Então me fala, pq está com cara de choro. Saray e link estão bem ?
- Eu estou grávida.- Arregalo os olhos surpresa, mamãe trava olhando pra cara da minha tia.
- Você o que ?
- Amor, é normal né, você é obstetra, sabe que acontece.- minha mãe diz achando que mamãe vai surtar.
- Tem certeza Amy?- ela concorda com a cabeça chorando.
- Estamos felizes com a chegada do bebê?
- Sim, estamos em choque, mas felizes.- mamãe abraça minha tia.
- Parabéns Amy. Amanhã passa no consultório, quero ver como meu sobrinho ou sobrinha está.
- Parabéns tia, Saray já sabe?- Puxo minha tia da mamãe abraçando ela
- Contei pra ela hoje, antes de vim trabalhar.
- Ela deve tá surtando.- minha tia sorri.
- Você não imagina o quanto.- diz minha tia suspirando.
- Parabéns Amélia, que o bebê venha com muita saúde.
- Obrigada Zulema.
- Mãe não vai dar os parabéns?
- Eu?- diz apontando pra ela com cara de sonsa.- Eu não, sabia que ela estava grávida antes dela. Ela só sabe pq esse plantão obriguei ela fazer o teste de gravidez, já era a terceira vez passando mal.
- E não me contou?- mamãe questiona indignada.
- Oxxi, quem tem que contar é ela, a gestação é dela.- mamãe faz cara de poucos amigos, mas não responde. Despedimos da minha tia e vamos pegar os carros, dando um total de 3 carros.
- A zule vai lá pra casa, tem algum problema?
- Não, nenhum.- mamãe responde.
- Nos encontramos em casa.- diz minha mãe entrando no carro.
Entramos no carro, e vamos em direção de casa, fico perdida em pensamentos, até sentir Zulema pegando minha mão que estava encima da perna.
- Está tudo bem ? Quer conversar?
- Está sim.
- Não parece. Não colocou a mão na minha nuca.
- Sentiu falta foi?- pergunto e ela me olha rapidamente.
- Você me acostumou com seu toque.
- Desculpa linda, eu nem reparei, meus pensamentos ainda estão meio conturbado.
- Tranquilo princesa. Se precisar e quiser conversar estou aqui.
- Obrigada linda.- Telefone de Zulema toca e ela atende pelo volante.
- Boa tarde senhora Zahir.
- Boa tarde senhorita Marquina.
- Senhora desculpa incomodar, mas eu preciso montar a agenda de amanhã. A senhora vem amanhã?- Zulema me olha.
- Amanhã você vai precisar de mim?
- Amanhã tenho treino.
- Você vai?
- Vou linda.
- Senhorita Marquina?
- Sim senhora.
- Amanhã estarei aí.
- Ok senhora, tenha um bom restante de tarde.
- Você tbm senhorita.- desliga a ligação.
- Se precisar de algo amanhã me liga.
- Tá bom Zule.- Chegamos em casa.- Estaciona lá dentro.- pego o celular abrindo o portão da garagem, Zulema estaciona e descemos.
Entramos em casa e encontramos minhas mães na cozinha.
- Senta vcs duas, já estamos terminando de fazer o almoço.- Diz mamãe.
- Vocês vieram correndo? A comida já está quase pronta.
- Não filha, vcs que estavam demorando. E eu estava fazendo almoço quando Addy me ligou.
- Demoramos?
- Passei por outro caminho. Helena tava pensativa, então passei por um caminho mais longo pra ela poder pensar mais tranquila.- Dou um sorriso, mano como não apaixonar mais nessa mulher.
Almoçamos com muitas conversas, minhas mães conhecendo Zulema melhor.
Terminamos de comer, eu e Zulema limpamos a cozinha e minhas mães já foram descansar.
- Vamos deitar um pouco?
- Vamos.- fomos pra quarto, troquei de roupa colando um baby Doll de seda.
- Quer uma roupa mais confortável?
- precisa não, vou ficar de top.- tira a blusa e o tênis.
- Tira a calça tbm.- peço com sorriso malicioso.
- Vai ser lindo eu só de cueca e uma delas entrar.- Dou um risada.
- linda, elas estão dormindo ou transando, e outra elas não entram no meu quarto sem bater.- digo indo pra cama e me deitando.
- Você quer mesmo que eu tire?- vejo um desconforto em sua feição.
- só você se sentir confortável, pra mim vc agarradinha em mim já basta.- ela da um sorriso e deita na cama comigo.
Decidimos colocar um filme, mesmo tendo certeza que irei dormir, mas o que vale é a intenção. Estamos assistindo Esposa de mentirinha, estou igual um coala filhote agarrada em Zulema, que está concentrada assistindo o filme.
