perfeição e imperfeição -Revisado

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Depois de Deus retornar ao hospital, agora assumindo a forma de uma garotinha doente, ela direciona seu olhar para o lado e nota um celular sobre o criado-mudo. Curiosa, ela o pega, desbloqueando a tela para assistir a um vídeo.

- As vidas humanas são verdadeiramente belas. Se não fosse pela ajuda de Michael, eu não estaria aqui, participando ativamente de cada vida que escolho visitar. À medida que as vidas entram e saem, todas evoluem, mas Lúcifer permanece inalterado. Quando será que ele perceberá o seu erro?

Ela passa a mão na frente e um espelho reflete o que Lúcifer estava fazendo naquele momento. Caído no chão de sua casa, solitário e chorando, Lúcifer permanece imóvel. O silêncio na casa é tão profundo que mesmo seu choro sutil ecoa pelo ambiente.

- De novo... Tudo foi tirado de mim? O que resta para mim? Esses contratos tolos assinados com milhares ao longo dos milênios se desfizeram. Deus não me ajuda, só tem olhos para aquele Michael... Por que, Belzebu, você é tão crucial?

Ao erguer-se diante de uma parede, sua bengala ao lado, ele retira a bainha de uma arma ardente. Ele a enfia em seu peito, criando uma série de perfurações. O sangue não flui das feridas, pois a lâmina cauteriza instantaneamente, enquanto Lúcifer grita como um animal enjaulado, aprisionado em sua própria raiva e tristeza.

Do hospital, a garotinha pede para chamar Driel, um antigo mordomo de Lúcifer, mesmo sem contrato vigente. Deus instrui Driel a ajudá-lo mais uma vez. Ao entrar no quarto, Driel vê a garotinha na cama, sem entender completamente quem ela é ou o que ela quer dele. No entanto, ao testemunhar a situação de Lúcifer através do espelho, ele fica chocado com seu antigo mestre se mutilando. Mesmo sem explicação sobre como a garotinha o trouxe de volta, Driel compreende a gravidade da situação.

- É necessário que eu expresse meus desejos, meu filho?

- Lúcifer está sofrendo como um animal perdido, e você... não sei como me referir a você, seja senhor ou senhora. Me perdoe, mas sua aparência infantil torna isso confuso.

- Chame-me de Cloe aqui. Vá até Lúcifer e faça-o reconhecer seu erro. Se conseguir isso, perdoarei o contrato que você fez com ele durante todos esses mil anos.

- Está bem, cuidarei dele. Com licença, - Diz Driel.

Após pronunciar essas palavras, Driel corre em direção à casa de Lúcifer, que é revelada em sua mente. Ao chegar lá, ele utiliza a chave para entrar e encontra Lúcifer no chão. O choro cessou, e ele estava adormecido, com suas feridas cicatrizando gradualmente. Driel pega Lúcifer nos braços e o coloca no sofá antes de se dirigir à cozinha.

Duas horas depois, Lúcifer acorda sentindo um aroma doce no ar. Driel emerge da cozinha, saboreando pipoca com calda de caramelo, entregando uma vasilha para Lúcifer. Ele pega-a, surpreso ao ver seu antigo criado diante dele. Nota que o símbolo do contrato em seu pescoço desapareceu, e o gênio percebe essa mudança.

Lúcifer indagou - Como você voltou?

Driel afirmou, com uma expressão serena: - Parece que nem todos estão contra você. Estou aqui para te ajudar?

Lúcifer entrega um contrato e uma caneta a Driel. O jovem, sem hesitar, rasga o papel e quebra a caneta com firmeza.

Driel afirmou com determinação: - Não desta forma, chefe. Quero te ensinar uma coisa.

Lúcifer perguntou cético: - O que um humano poderia me ensinar?

Driel observou com calma: - A perfeição... Você se acha perfeito? Mas quando perde, age feito uma criança mimada, incapaz de aceitar quando não consegue o que quer, chefe.

Vivências - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora