Um Retorno Inesperado - Revisado

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Um mês se passara desde o desaparecimento de Lúcifer, e no Japão, uma série de eventos misteriosos começou a desencadear uma sequência de acontecimentos. Entre eles, destacava-se uma onda de desaparecimentos noturnos, todas as vítimas mulheres com idades variando entre 16 e 25 anos. O primeiro caso surgiu 15 dias após a partida de Lúcifer, e Michael, empenhado em desvendar o mistério, colaborava intensamente com a polícia. No entanto, apesar de seus esforços, as pistas pareciam escapar-lhe, envolvendo o ambiente em uma atmosfera de suspense e incerteza.

Marya, em meio ao desafio de equilibrar trabalho e encontros intermitentes com Michael, este último consciente do risco iminente para sua amada devido à faixa etária das vítimas, optou por investigar por conta própria, sem esperar por ordens divinas. Seu único desejo era assegurar a segurança de Marya. Em uma noite após sair do hotel, ela percebeu uma presença persistente, sentindo-se seguida, independentemente do meio de transporte. Era como se essa entidade soubesse exatamente seus movimentos e horários. Michael, decidido a protegê-la, permaneceu ao seu lado, até que, de repente, a presença desapareceu, deixando um rastro de mistério no ar.

Três dias após o término dos trinta dias desde o desaparecimento de Lúcifer, um intruso invadiu a casa dos pais de Marya, desferindo um ataque brutal. O local testemunhou uma cena macabra, com sangue espalhado por todos os cantos e os corpos dos pais de Marya irreconhecíveis. Seu pai perdeu uma perna, e seu olho direito foi cruelmente removido, enquanto sua mãe estava desprovida de ambos os braços. Curiosamente, a arma permanecia na cintura da mulher, sem indícios de luta no ambiente. Michael, ciente da tragédia por meio de fontes policiais, mantinha Marya alheia a tudo, preservando-a momentaneamente do terrível conhecimento.

No dia seguinte, Michael dedicou-se a buscar conexões entre os casos, e foi então que vários ossos foram descobertos em diferentes pontos de Tóquio. Os testes de DNA confirmaram a correspondência com as vítimas desaparecidas, levando a polícia a vincular todos os eventos a um único assassino. Ao todo, cinco desaparecimentos ocorreram em intervalos curtos, mas os corpos foram encontrados de maneira sequencial nos dias subsequentes. Diante dessa dolorosa realidade, Michael sentiu-se compelido a comunicar a Marya sobre o terrível desenrolar dos acontecimentos.

Ao saber da trágica notícia, Marya desmoronou em lágrimas, refugiando-se em seu quarto onde o choro incessante era sua única expressão. O hotel fechou em luto, e a sacada foi tingida de preto, ostentando um aviso do fechamento temporário. Michael, diariamente, subia ao quarto com comida e apoio, mesmo que Marya recusasse. Seu lamento incessante era permeado por perguntas sobre o responsável por tamanha atrocidade. A jovem, antes transformada de triste a feliz pela presença de Michael, agora experimentava uma tristeza mais profunda do que aquela que conhecera antes. Determinado a resgatar sua alegria, Michael prometeu vingança e dedicou-se a tentar restaurar a felicidade de Marya. Horas a fio foram gastas em conversas, tentativas de animação e, momentaneamente, arrancou dela alguns sorrisos frágeis. Entretanto, o destino reservava mudanças abruptas para o casal.

A porta marcada como "céu" se abriu por si só, mas desta vez não por uma vontade celestial. Alguém, de fato, a destrancou e adentrou. O intruso vestia um terno preto desprovido de gravata, com os botões da camisa abertos. Uma espada curta, chamada Tantō, repousava em suas costas, com uma lâmina dourada que emitia uma luz suave. Seus olhos vermelhos brilhavam na escuridão, enquanto seus cabelos negros imitavam a escuridão de um quarto desprovido de luz. Fechando a porta, ele subiu lentamente as escadas em direção ao quarto de Michael e Marya. Ao bater na porta, foi arremessado com uma força colossal, revelando Michael de pé do lado de dentro e Marya, assustada, na cama atrás dele.

- Quem é você? - Perguntou Michael nervoso. A voz do mesmo era profunda, causando temor a quem quer que a ouvisse.

- Você não mudou nada, não é mesmo, Bel...

Vivências - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora