A Fúria de um Arcanjo - Revisado

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N/A: O próximo capítulo terá um breve resumo de toda a história até esse atual momento.

Uriel permanecia imóvel diante do demônio dos sonhos, observando atentamente o homem à sua frente. Uma análise mais profunda revelava a instabilidade mental do ser. As unhas afiadas do demônio traçaram cortes no braço do mesmo, esculpindo uma foice, e instantaneamente uma luz emergiu, levando-o a empunhar a arma recém-criada. A lâmina dupla da foice reluzia em um vermelho intenso, enquanto uma corrente se conectava ao braço, ocupando o local do corte recém-realizado.

O demônio corre em direção a Uriel, lançando sua foice giratória em direção ao rosto do arcanjo. Uriel, mantendo a calma, esquiva-se habilmente, mas quando a corrente se estica, um tranco é sentido, resultando no derramamento de sangue do braço do mesmo. A foice retorna habilmente para as mãos do demônio, enquanto Uriel, firme, puxa sua espada, preparado para enfrentar o ser diante dele.

- Quero falar com o ceifeiro, - Pediu o arcanjo com frieza, uma vez que sua existência anterior fora abandonada. Seu único objetivo era obter a permissão do possuidor do corpo para pôr fim à sua vida.

O demônio avança, renovando o ataque com sua foice, e Uriel responde com destreza ao colidir a espada com a arma do ser. Contudo, um chute inesperado atinge o estômago de Uriel, que recua apenas um passo, agarrando a perna do demônio e o arremessando para o alto. Uriel, abrindo suas asas, voa em direção ao demônio em queda. Antes que o demônio atinja o chão, Uriel o segura novamente e o projeta para o céu, atingindo uma altura tão imponente que tudo abaixo se torna minúsculo aos olhos.

Com a espada em mãos, Uriel voa em círculos ao redor do ceifeiro, desferindo cortes superficiais a cada aproximação, visando atingir o estômago do ser. Entretanto, o ceifeiro se defende, colocando a mão na barriga para evitar os golpes. Com apenas uma mão, o ceifeiro desenha no ar um pentagrama. Uriel, sem hesitar, avança em alta velocidade, mas momentos antes de tocá-lo, o desenho se expande. O corpo de Uriel começa a pesar, e ambos começam a cair. Enquanto descem, o ceifeiro ri descontroladamente, enquanto Uriel permanece adormecido, envolto em um destino incerto.

O ceifeiro demônio aproveita o peso durante a queda para se aproximar de Uriel. Enfiando a mão no peito do arcanjo, atravessa seu corpo, mas o sangue que escorre começa a queimar o braço do demônio, que retira a mão gritando de dor. Ao olhar para baixo, vê o chão se aproximando e arranca as asas de Uriel. Pousando com as asas arrancadas, Uriel, ao impactar no chão, abre um buraco profundo, seu corpo irreconhecível e suas asas desaparecendo do demônio, causando dor intensa. No entanto, uma luz vermelha irrompe do corpo de Uriel, curando-o rapidamente. O sangue retorna, a cabeça se reposiciona, e membros quebrados se restauram, deixando nenhum vestígio de sangue no local.

- Você me fez dormir? E arrancou minhas asas? Eu não quero mais nem saber do ceifeiro, agora eu vou acabar com a sua raça, - Diz Uriel, levantando-se, seus olhos brilhando com raiva evidente. - Me matar tudo bem, mas agora as minhas asas?

Uriel se aproxima a pé, enquanto o demônio caído se debatia de dor com suas asas desaparecendo. Agarrando-o pelo pescoço, Uriel desfecha socos incessantes no rosto do demônio, fazendo o sangue jorrar a cada golpe. Apesar dos danos, o demônio permanece consciente. Uriel então o lança contra o chão, abrindo suas asas e agarrando-o pela cabeça. Voando, Uriel arrasta o rosto do demônio pelo solo, colidindo com tudo pela frente, até subir ao céu e usar o demônio como escudo ao atravessar prédios. A jornada os leva até o Monte Fuji, onde Uriel finalmente lança o demônio contra a imponente montanha.

O demônio, tentando se levantar, percebe que todos os membros estão quebrados, conseguindo apenas se rastejar. Seus olhos perdem o brilho, e logo apaga, dando lugar à consciência do ceifeiro. Este começa a gritar de dor quando Uriel, como um míssil, se aproxima do solo. O arcanjo atravessa o solo, atingindo o ceifeiro. À medida que adentram mais na terra, a temperatura aumenta, e o ceifeiro grita mais alto, incapaz de compreender o que está acontecendo.

Chegando ao núcleo da Terra, a armadura de Uriel permanecia intacta, contrastando com as roupas do ceifeiro que queimavam com o calor intenso. O rio de magma abaixo fluía como águas calmas, enquanto o ceifeiro permanecia em silêncio, sem forças até mesmo para abrir os olhos. Uma luz vermelha surge da mão de Uriel, transformando-se em uma lança que é lançada contra o núcleo da Terra. Seu corpo se desintegra, mas a partir de uma única matéria remanescente, o processo de regeneração se inicia.

Após atravessar o núcleo e colidir com as rochas do outro lado, o ceifeiro inicia novamente o processo de regeneração, impulsionado pela luz vermelha de Uriel. Enquanto se cura, seus membros se quebram instantaneamente. Uriel, com um olhar de puro ódio pela depravação de suas asas, atravessa o núcleo como uma bala em alta velocidade e se aproxima do ceifeiro. O arcanjo desfere um soco contra o rosto do ceifeiro, atravessando a Terra e emergindo na região Sul do Brasil, antipoda do Japão.

O ceifeiro surge do solo como um míssil, acompanhado por Uriel. Voando para o céu e, em seguida, caindo violentamente no chão, o ceifeiro permanece imóvel. O processo de regeneração continua, um espetáculo grotesco de cura diante dos danos devastadores. A cabeça do ceifeiro está pela metade, resultado de uma pedra que atravessou seu caminho durante o trajeto. O braço esquerdo foi destruído por completo, restando apenas a ponta do osso do ombro, utilizado como último recurso para se proteger do poder de Uriel. O outro braço está completamente triturado, sangue jorrando incessantemente.

Seu estômago exibe um enorme buraco, enquanto órgãos e tripas foram desintegrados no processo. As pernas foram totalmente trituradas, assemelhando-se a carne moída em um moedor implacável. Apesar da carnificina, todos os aspectos do corpo do ceifeiro se curam lentamente, num esforço sobrenatural de regeneração. Uriel pousa ao lado do corpo dilacerado do demônio e observa o cenário ao redor. Um campo vasto se estende, pontuado por árvores, uma estrada distante se destacando e um céu límpido testemunhando o rastro da intensidade do conflito que deixou a terra marcada. O silêncio paira sobre o campo, que agora é palco de uma breve pausa entre dois seres poderosos em um duelo transcendental.

O ceifeiro, ainda se recuperando, permanece imóvel enquanto Uriel se aproxima. O arcanjo, com olhar implacável, profere suas palavras, desafiando o demônio ferido a reconhecer sua derrota. Uriel exige que o ceifeiro admita sua iminente morte e clame por ela, destacando a natureza inevitável de seu destino enquanto o silêncio tenso envolve o campo vasto.

O ceifeiro, sem forças, murmura palavras desconexas, implorando pela ajuda de Deus. Incapaz de concluir a frase, ele apaga no local. Uriel, então, recolhe o corpo inerte do demônio e se teletransporta de volta ao Japão, emergindo dentro da casa de Michael. Miguel observa a situação, percebendo a fuligem na armadura de Uriel e as marcas nas costas do demônio, sem questionar muito. O silêncio paira, marcando o fim do conflito entre anjo e demônio.

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