Em uma quarta-feira qualquer de uma noite de desagrados, Raquel decidiu ir em um bar após o trabalho, onde conheceu um homem charmoso e se envolveu com ele em um banheiro. Meses depois, ela, como juíza, recebeu o caso de um agiota, sem saber que ele...
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Não, isso não está acontecendo novamente. Pela milésima vez na sua idosa vida, Medusa está comendo um dos meus sapatos. Ela já não está mais na flor da idade para fazer esse tipo de coisa, é uma adulta responsável, ou quase.
— Medusa! — Corro até a cadelinha. — Não pode, filhote do Mário.
Me abaixo e tento puxar meu sapato da cadelinha, que rosna para mim.
— Eu também sei rosnar, sua mal educada. — Rosno, assustando-a, fazendo-a soltar meu sapato e pego meu salto completamente destruído. — Era coleção nova da Vezicci — choramingo.
Deixo o salto destruído no chão para pegar a malcriada no colo e me levanto.
— Você sabia que apenas você e eu estamos em casa e não tem ninguém para te levar no veterinário além de mim? — reclamo, mansa. — O seu pai te educou muito mal, você sabia?
Caminho em direção a saída do meu quarto enquanto massageio o pêlo encaracolado da cadelinha, fazendo o caminho para o quarto ao lado. Entro no quarto do meu irmão e pego a caixa da cadela no chão do quarto, sigo para as escadas.
Não tem ninguém em casa hoje, as crianças estão na escola e os adultos estão trabalhando. Toda vez que a Medusa come um sapato, isso acontece com frequência, levamos ela ao pet shop para saber se está tudo bem com ela, isso é preocupação do Mário.
Pego a chave presa na minha bolsa e destravo o carro. No banco da frente, coloco a caixa e deixo a cadelinha dentro. Fecho a caixa, prendo com o cinto de segurança e dou a volta para entrar no carro. Me acomodo no banco do motorista do meu Jeep preto, coloco o cinto de segurança e ligo o veículo.
Enquanto dirijo a caminho de Manhattan, onde fica o veterinário que meus irmãos levam a pequena destruidora, a cadela fica latindo para qualquer carro que passa ao meu lado. Ela não é muito minha fã, gosta de me irritar. Foram 45 minutos dirigindo para Manhattan e mais alguns minutos até Financial District. Estaciono meu jeep do lado de fora da clínica veterinária, desligo o carro e saio, dando a volta para pegar a Medusa.
— Pet's Land? — digo, pegando a Medusa no carro. — Quem foi a pessoa brega que colocou esse nome horrível?
Tiro a caixa de dentro do carro e bato a porta para fechar, trancando com a chave do carro. Caminho para dentro do estabelecimento grande e bonito. Vou para o balcão de informação.
— Bom dia. Essa cadela comeu um sapato, meu sapato bonito e caro, e eu gostaria de ver se está tudo bem com a pequena destruidora — digo.
A moça do balcão abre um sorriso forçado, me faz não entender o que possivelmente está errado.
— Bom dia. Nossos doutores estão ocupados, peço que aguarde sentada ali, senhorita — Aponta para o espaço de espera cheio de bancos. —, com as outras pessoas que também estão esperando atendimento.
