Em uma quarta-feira qualquer de uma noite de desagrados, Raquel decidiu ir em um bar após o trabalho, onde conheceu um homem charmoso e se envolveu com ele em um banheiro. Meses depois, ela, como juíza, recebeu o caso de um agiota, sem saber que ele...
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Hoje o dia está lindo e calmo para um bom treino na academia e é isso que eu planejo fazer depois de acabar com essa papelada toda que eu arranjei porque eu sou uma pessoa que fica se intrometendo nos assuntos dos outros. Esse nem é um caso meu, não sei porque estou investigando ele. Isso tudo é culpa daquele criminoso embecil.
— Estou vendo sua cabeça saindo fumaça.
Encaro a Angelique, que está sentada no sofá do meu escritório.
— Só estou agoniada com esses papéis na minha mesa.
— Eu posso ajudar. — Ela se levanta.
— Não precisa. — Ergo a mão. — Eu posso organizar.
— Iremos demorar mais com você arrumando sozinha.
— Eu já acabei. — Junto todos os papéis fora de ordem e os jogo na gaveta aberta. — Vamos?
— O que você está escondendo? — Ela ergue as sobrancelhas.
— Você sabe como eu sou com arrumação, eu gosto das coisas do meu jeito.
— Isso é verdade.
— Então vamos? — Pego minha bolsa em cima da mesa.
— Você está bastante tensa e estressada, é melhor meditação hoje.
— Hoje é dia de perna, você odeia. Está tentando correr desse treino.
— Estou mesmo. — Ela bufa. — Por favor, hoje não. Eu farei exercício de perna em casa hoje.
— Eca. — Faço expressão de nojo.
— Você deveria ter alguém, esse mal humor deve ser falta de sexo. É tesão reprimido.
— Eu não vou conversar sobre isso. — Caminho para a porta. — Principalmente com você.
— Por que? — Ela me segue.
— Porque você extrapola, Angelique. — Abro a porta. — Você vê uma pessoa minimamente conhecida e me anuncia como se eu fosse uma garota de programa.
— Eu já pedi desculpas por aqui. Em minha defesa, meu primo estava te querendo muito.
Continuo andando, saindo do tribunal, bufando pela Angelique tagarelando sobre uma coisa que foi errado da parte dela. Abro a porta da saída do tribunal, as ruas nessa área estão praticamente vazias e está um clima agradável.
— Você que me anunciou, Angelique. Isso foi errado da sua parte e não tente se defender.
— Para que discutir sobre isso, é inútil.
— Concordo. — Pego a chave do carro na bolsa.
— Você nunca quer ninguém, finge que ninguém te quer. O problema sempre é você, mas você acha melhor dizer que ninguém se interessa por você. Você corta as pessoas, adota essa pose e expressão de metida e arrogante, não deixa ninguém se aproximar. Mas é melhor não falar sobre isso, né?
