Retornar para a casa dele em King Country me traz lembranças da semana passada e de todo o caos que veio depois, mas Meliodas está inalcançável em seus próprios pensamentos desde minha provocação no carro e eu simplesmente não estou com a mínima vontade de provocá-lo mais um pouco.
Ele estaciona o carro na ampla garagem, onde o SUV e um Jaguar estão estacionados lado a lado e eu desço sem esperar seu ato de cavalheirismo, porém, o sigo calada para dentro da casa já que é por um caminho diferente.
– Cenette?! – ele chama a mulher e aguarda enquanto se livra do sobretudo e desabotoa um pouco a camisa engomada. A loira vem correndo, assim como a outra vez que eu vim, Cenette está com o cabelo cuidadosamente arrumado e usa uma calça brim preta e camisa de mangas longas azul marinho.
– Senhor?
– O jantar na casa de Hendriksen é hoje, preciso que ajude a Srta. Collins.
Ela move a cabeça obediente e Meliodas se vira para mim.
– Aproveite para conhecer a casa, estarei ocupado pelo resto da tarde e um pedaço da noite.
Deixada sozinha com a governanta na casa, toda a coragem que tive durante parte da manhã e tarde evapora e me resta a sensação de ter sido petulante demais, irritando Meliodas mais do que eu deveria. Também me sinto vingada na mesma proporção, nada disso teria acontecido se ele tivesse tido a paciência de aguardar o retorno das minhas mensagens para ele ir até meu apartamento.
– Quer que eu te mostre a casa, senhorita?
Olho para Cenette que ainda estava no arco da porta, olhando-me com expectativa e eu aquiesço.
– Isso será maravilhoso.
– Não está sentindo calor? – ela franze o cenho e olha para a minha blusa que ainda está fechada o zíper. De fato está bem mais quente o interior da casa e eu abaixo o zíper e tiro a roupa de inverno. – Por aqui, senhorita.
Pegando a blusa da minha mão, Cenette sai andando na frente e eu a acompanho de perto. A sala de estar e o bar, estou familiarizada, então ela nos leva até o outro cômodo, a cozinha. É enorme, trabalhada no inox lustroso e escovado, com os móveis planejados em preto e vidro, os eletrodomésticos são sofisticados e a falta de puxador das gavetas e portas do armário me deixa levemente abismada.
– Quer beber algo? Vinho? Champanhe? – a loira pergunta dando a volta na ilha no meio da cozinha, minha blusa ficou no estiloso roupeiro do hall da casa.
– Água, por favor, não quero arriscar e ficar bêbada antes da hora.
Ansiosamente me aproximo do mármore preto brilhoso da ilha e batuco as unhas no mesmo, Cenette parece ligeiramente atordoada e me questiono se Meliodas tinha sido um porre com seus funcionários também. Depois que bebo a água gelada, agradeço e deixo o copo dentro da pia, minha atenção está em todos os lados.
– Aqui em baixo ainda fica a sala de descanso do segurança e o escritório do Sr. Trevor – nós estamos paradas ao sopé da escada de mármore branco, as proteções nas laterais são de vidro e eu subo os degraus ouvindo meus passos abafados pelo solado tratorado. Antes de subir o outro lance, paro para admirar a vista do exterior da casa pela parede de vidro.
Assim como imaginei, o caminho de pinheiros faz uma sombra confortável e fresca, além do gramado ao redor da residência ser muito bem cortado e cuidado.
– Moram quantas pessoas nessa casa, Cenette? – questiono curiosa quando terminamos as escadas, a casa tem mais um andar, que acredito ser um sótão bem aproveitado. Passamos pelo aparador de madeira com um vidro leitoso e três vasos de flores brancas.
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Bonequinha de luxo
FanficTrabalhando numa cafeteria há três anos de onde tiro parte do meu sustento para os gastos com os meus estudos, acabo por ter contato com muitas pessoas. Dentre elas, assalariados que chegam apressados e mal vêem o tempo passar, à donos de empresas e...