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Oiê tudo bem? vi que não atingimos a meta e já sinto que não vamos, mas enfim né, escrever pra alguém, o capitulo está corrigido pela metade. Boa leitura a todos vocês.

Esses primeiros 7 capítulo serão uma visão do futuro, então precisam prestar bastante atenção! Neles para que entendam os capítulos a seguir.

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Narrador on ° "presente" futuro

Na área de atuação de Gabriela, não era raro ver, em um intervalo de poucas semanas, um criança que ela havia acabado de representar no tribunal recebendo mais uma medida restritivas ou uma ordem de detenção. De vez em quando seus clientes até viravam matérias de jornal. No entanto, aquela notícia a surpreendeu, não apenas devido à gravidade do crime cometido,mas por causa de quem era. Dia após dia, crianças chegavam e contavam histórias de desespero, maus-tratos e negligência na maior parte do tempo, ela conseguia escutar sem estremecer. Depois de dez anos, já tinha ouvido tantas histórias que poucas a faziam ir além da lista de checagem mental : Ele se encaixa nos critérios? Ela assinou os documentos de assistência legal? Quão forte será a defesa? O testemunho dele tem credibilidade? assim como os outros; Ali Ahmadi deveria ter desaparecido da memória dela, cuidado por sua equipe, mais um nome da transcrição do tribunal que logo seria esquecido. Ele fora aos escritório dela dois meses antes com a expressão cautelosa e olheiras, a desconfiança e o desespero que tantos exibiam, com os pés espremidos nos tênis baratos de doação, com uma camiseta que não seria direito, muito larga para seu corpo magro. Ele precisava de uma ordem liminar para não ser mandado de volta aos país que, segundo alegava, quase o havia destruído.

Flashback on

- Na verdade, eu não trabalho com imigração - explicava ela, mas Ravi, que cuidava desse tipo de caso, saíra de férias e eles estavam desesperados.

- Por favor - pediu a mulher do lar temporário - Eu conheço você, Gabriela, pode fazer isso por nós - a mesma completou

Dois anos antes, Gabriela tinha representado outras crianças do lar temporário. Ela examinou a papelada, olhou para ele e sorriu, e, depois de um tempo, ele também retribuiu o mesmo sorriso. Enquanto Gabriela lia muito depressa, ele começou a falar cada vez mais com urgência, enquanto a mulher traduzia e fazia gestos para ilustrar as palavras que a advogada não entendia, a família dele tinha sido marcada como dissidente política. O pai havia desaparecido no caminho de volta do trabalho; a mãe fora espancada na rua, depois sumiu com a irmã dele. O desespero de Ali Ahmadi fora tal que ele andou até a fronteira em treze dias. Começou a chorar enquanto falava, tentando conter as suas lágrimas, cheio de vergonha típica de adolescente. Ele seria morto se voltasse para sua casa. Estava com dezesseis anos, a história dele não tinha nada de extraordinário, como costumava acontecer.
Linda estava à porta.

- Pode ligar para o auxiliar do juíz para mim? Veja se conseguimos o quarto tribunal - Gabriela disse

Quando saíram, ela tocou o ombro do menino, e então se deu conta de como ele era alto. Ali parecia ter encolhido enquanto contava sua história, como se partes dele lhe tivessem sido arrancadas com a narrativa.

- Vou fazer o possível - prometeu Gabriela olhando ele rapidamente - Mas ainda acho que seria melhor que outra pessoa o ajudasse.

Gabriela conseguiu a ordem e não teria mais pensado nele, só que, enquanto guardava os papéis na pasta, preparando-se para deixar o tribunal, reparou que Ahmadi voltará a chorar, no canto da sala, com grandes soluços silenciosos que agitavam seu corpo violentamente. Um tanto surpresa, Gabriela desviou o olhar ao passar por ele, que de desvencilhou da mulher do lar temporário, tirou uma corrente do pescoço e a pressionou na mão dela. Não olhou para ele nem quando Gabriela disse que aquilo não era necessário. Só ficou ali parado, com a cabeça baixa, o corpo bem curvado, as palmas das mãos encostas nas dela apesar desse contato ir contra as regras da religião dele. Ela se lembrava de como as mãos do garoto tinham se fechado sobre as suas em um gesto estranhamente adulto. As mesmas mãos que duas noites antes aparentemente tinham perpetuado um "ataque prolongado" a uma vendedora de vinte e seis anos, cujo nome fora omitido, na casa dela.

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