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Oiê voltei com mais um capítulo, espero que gostem estamos caminhando para o fim da fic. Lembrando que ela realmente não iria ser longa por se tratar de uma adaptação de um livro (com alterações) feitas por mim, então basicamente é isso, mas a vitória já está aqui. Boa leitura a todos vocês 🥰

⚠️ Capítulo contém gatilhos, recomendo que pulem caso se sintam gatilhados.⚠️

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Pois aquilo que um cavalo faz forçado .. ele faz sem compreender. Sobre tal tratamento, tanto cavalo quanto homem farão muito mais coisas feias do que graciosas.
Xenofonte

Narrador on

Sheilla estava na cama, abraçando os seus joelhos bem juntos ao corpo. O edredom de pena de ganso se estendia com leveza sobre o seu corpo encolhido, criando um ninho macio, um casulo que ela fingia que nunca mais deixaria. Os lençóis de algodão egípcio ainda exalavam o delicioso aroma do spray de roupa de cama que a faxineira usava quando passava tudo a ferro; tinha lavanda e alecrim. As cortinas, uma seda cinza pesada forrada com voile, deixavam entrar uma luz suave e protegida de um despertar muito abrupto. Mas, à medida que o quarto, com sua cômoda antiga e seu enorme espelho veneziano, seu pequeno lustre de cristal, ia se iluminando, Sheilla se sentia mais sombria. Não tirou os da parede, concentrando - se na respiração. Se não pensasse sobre a questão, a respiração entrava e saía do corpo normalmente. Não importava o que fizesse, correr, cavalgar, dormir, simplesmente entra a e saía, cumprindo sua função, mantendo a pessoa viva. Esperando que a pessoa enchesse os pulmões. Ficando presa quando coisas ruins vinham à mente, quando o estômago se contraía de medo.

Naquele momento, não havia como evitá-lo. Ele estaria lá na sexta feira, sempre estava. Estaria lá no fim de semana. Não iria se contentar com o que ela juntará até então. Sheilla fechou os olhos, afastando os pensamentos à força, inspirou e expirou mais uma vez. Vô provavelmente estaria acordado; sempre fora de levantar cedo. Será que estava olhando para parede? Esperando até que a luz do sol revelasse as imagens do cavalo, da neta que amava? Será que estava se imaginando nos cavalos perdidos que havia conhecido, numa concentração silenciosa enquanto eles dançavam em uma arena ampla? Ou será que estava meio sonolento por causa de tanto remédio, babando e sendo limpado com grosseria por enfermeiras terceirizadas que, além de falar com ele como se fosse velho demais para entender as coisas, também o tratavam como se fosse idiota? Sheilla apertou os joelhos com mais força e estremeceu. Na noite anterior, o avô pegara a mão dela em seus dedos trêmulos. A pele dele parecia muito fina, o seu cheiro habitual substituído por algo forte e desinfetante. Ele já não era mais o mesmo. Cada vez que ela o via, independentemente do que dissessem sobre a recuperação, ele estava um pouco distante, um pouco mais desesperador, como se as partes que o faziam ser o vô, o capitão, o marido adorado de sua avó estivessem sendo expulsas a cada respiração. Às vezes Sheilla tinha a sensação de que sabia exatamente como ele se sentia. A uns quarteirões dali, Gabriela acordou com o som da água da banheira do vizinho correndo e divagou sonolenta sobre o egoísmo das pessoas que consideravam aceitável ligar a televisão no volume máximo apesar de serem seis e quinze da manhã havia um lugar em que podiam simplesmente ficar em silêncio? Já sentia falta de sua casa e morar em apartamento estava sendo uma experiência e tanto. Um noticiário. Seis e meia. Ela conseguiu até deduzir que horas eram através das paredes finais como papel. Levantou-se, sentiu as primeiras pontadas de alerta de uma forte dor de cabeça e, por um momento, esforçou-se para entender onde estava, com um sensação incômoda de algum acontecimento do qual pouco se lembrava que já indicava um problema maior. Sua bolsa estava pendurada nas costas de uma cadeira, o carpete era bege com estampa. Uma garrafinha de vinho estava totalmente vazia no chão, após o acontecimento na sua antiga casa com seu ex marido e a amante desaforada dele, Gabriela optou por dormir sozinha ou se masterizar só e deixou sheilla em seu antigo quarto na casa com Mac pois não queria ela sozinha em seu apartamento em um endereço novo, no dia seguinte encontraria com ela novamente, precisava pensar. Mac se levantou jogou uma água gelada em seu rosto, vestiu sua calça jeans e a blusa social e desceu as escadas em direção a cozinha da casa encontrando sheilla no local, ele entrou com cuidado e viu sheilla, vestindo o uniforme de trabalho nele tinha o nome com um mini logo da marca de sua colega de faculdade na qual tinha sido apresentada apenas para Gabriela, o mesmo estava bem passado e ela preparava seus sanduíches.

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