Saintess

Capítulo 9

Após confirmar o rosto da santa, Raon cumpriu seu propósito de vir a este lugar.

Então, ele começou a se afastar. No entanto, uma voz fraca atrás dele chegou aos seus ouvidos.

"Seu nome... Você pode me dizer seu nome também?"

"Como você ousa! Quem é você para perguntar o nome de Sua Senhoria tão impensadamente...!"

O vigia gritou imediatamente, mas Raon ergueu a mão para dissuadi-lo.

Virando-se para encarar Agnes novamente, Raon abriu lentamente os lábios para falar.

"Faixa."

"...Faixa."

Ela pronunciou o nome de Raon impotente.

Ouvir aquela voz fraca fez todo o seu corpo ficar rígido.

Arrepios percorreram toda a sua pele e houve uma sensação estranha envolvendo todo o seu corpo. No entanto, ele descartou isso como algo insignificante.

"Que a graça de Deus esteja com você."

Respondendo gravemente apenas com isso, Raon logo se afastou.

Não muito depois, as barras de ferro se fecharam.

Como ela ficou sozinha, Agnes se enrolou e enterrou a cabeça entre os joelhos.

Quando a única pessoa que foi gentil com ela desapareceu, seu coração bateu novamente com uma inquietação tão impressionante.

"A graça de Deus, a graça de Deus..."

Ela murmurou as mesmas palavras repetidamente com o rosto inexpressivo.

Ela ouviu que o único Deus deste império amava a todos.

Mas ela não era a santa.

Claro, ela nunca traiu a Deus porque ela não era a santa.

Deus deve saber que isso é um fato.

No entanto, por alguma razão, ela não podia desconsiderar seus medos.

Agnes esperava que o amanhã não chegasse.

* * *

Na sala de confissão de uma capela, onde seus vitrais brilhavam lindamente—

Havia uma mulher que soluçava em voz baixa e, do outro lado da sólida parede, Santa Verônica acariciava seu rosário, ouvindo atentamente a confissão da mulher.

A mulher de meia-idade admitiu que ela e a esposa já brigavam há muito tempo.

Ela disse que dedicou toda a sua vida à recuperação do marido, mas não havia nenhum sinal de que ele iria melhorar. E esta manhã, ela odiava tanto o marido adormecido que este pensamento passou pela sua cabeça: que ela queria matá-lo.

No entanto, foi apenas um momento.

Horrorizada com seu coração perverso, a mulher correu imediatamente para uma sala de confissão.

Para lavar seu coração, que estava cheio de pecado.

Santa Verônica recitou uma oração com voz perspicaz.

Ela perdoou todos os pecados do devoto que confessou seus erros diante do único Deus.

Só então a mulher saiu da sala de confissão com uma expressão leve, como se tivesse se livrado de um fardo muito pesado.

A mulher cujos pecados foram purificados retornaria agora à sua vida diária e continuaria cuidando fielmente de seu marido doente.

Veronica também tinha um sorriso satisfeito nos lábios quando a mulher saiu.

Porém, sem deixar vestígios, esse sorriso morreu muito tempo depois que a mulher desapareceu de sua vista.

Então, ao ouvir de um padre que o Papa Andreas havia visitado a capela, ela caminhou apressadamente até onde ele estava.

"Sua Santidade o Papa."

"Santa Verônica."

O papa fez o sinal da cruz e cumprimentou-a com cortesia.

Por um momento, os olhos de Verônica gravitaram em direção à coroa papal, brilhando no topo da cabeça do papa.

Com base de esmeralda para simbolizar o único Deus, inúmeras pedras preciosas como safiras, rubis e pérolas foram usadas para adornar a coroa papal.

Em particular, a cruz no topo da coroa papal estava cravejada com um total de 300 quilates de diamantes.

Um enorme orçamento foi usado para fazer aquela mesma coroa no topo da cabeça do papa, talvez o suficiente para alimentar todo o povo do Império Dever nos próximos anos.

Como tal, era óbvio que a instituição religiosa do império – ou talvez o próprio papa – tinha um grande poder e riqueza.

"Tenho certeza que você já ouviu falar."

Ao ouvir o tom solene do Papa Andreas, Verônica assentiu lentamente.

Ela podia adivinhar o que sairia de seus lábios.

Já havia se espalhado a notícia de que a santa da profecia havia sido capturada viva.

"Uma cerimônia será realizada amanhã de madrugada para confirmar sua santidade. Todas as pessoas do Império Dever assistirão com a respiração suspensa."

A própria Verônica também já havia passado pela mesma cerimônia antes.

Era a cerimônia de identificação de uma santa e não era muito diferente do ritual de identificação de uma bruxa.

Tire o sangue do dedo anular esquerdo e jogue-o em água benta.

Se fosse uma bruxa, a fumaça negra subiria. Se fosse uma santa, a fumaça branca subiria.

Verônica ainda se lembrava vividamente do momento em que uma fumaça branca, que parecia uma nuvem, subiu da tigela prateada.

Ela se sentia uma espectadora muito parecida com as pessoas ao seu redor, e seus aplausos foram ensurdecedores. Todos ficaram felizes com o nascimento de uma nova santa.

A presença de uma santa que orava pela paz e pelo bem-estar do império era bastante importante.

Uma vez selecionada como santa durante a cerimônia, ela receberia o dever de santa. Para a maioria deles, isto significava que iriam proporcionar compreensão às pessoas, para as consolar e ajudar através da sua dor e sofrimento.

Se houvesse alguém cuja fé em Deus fosse abalada, as santas conciliariam e o conduziriam de volta ao caminho certo.

Já se passaram anos desde que Verônica foi escolhida como santa.

O nascimento de uma nova santa não demorará muito, mas desta vez sem dúvida será diferente.

Ela seria reconhecida como uma santa, mas ao mesmo tempo apedrejada na fogueira pelo mesmo motivo.

Como se isso não bastasse, ela também teria que enfrentar uma gravidez indesejada.

Não foi diferente de tratá-la como um animal a ser criado.