Capítulo 35

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Faltava apenas um dia para o período do sacramento da confissão.

Enquanto estava deitada na cama, Agnes teve dificuldade para dormir com facilidade. Ela se mexeu e se virou.

Seus pensamentos estavam ocupados repassando seus planos de fuga.

Em primeiro lugar, ela diria à empregada chefe que a levasse até onde estava o conde.

Assim que conhecesse o conde, ela se ajoelharia e choraria.

Ela confessaria a verdade e diria a ele que cometeu um erro ao negar sua identidade como a santa obscena. E depois disso ela confessaria todos os seus pecados.

"Será que Sua Senhoria acreditará nisso?"

Mesmo quando uma espada foi apontada para seu pescoço antes, ela negou completamente. Será que ele acreditaria que tal mulher estava agora humildemente concordando em admitir a "verdade"?

Ela nem conseguia imaginar como o conde reagiria ao que ela diria.

"Deixar..."

Um suspiro profundo escapou dos lábios de Agnes.

Era natural que ela não conseguisse dormir. Afinal, ela deve fazer algo muito importante amanhã.

Ainda assim, agora que ela pensou sobre isso, ela não tinha visto nem escondido nem o cabelo da empregada hoje. A empregada-chefe servia o mesmo chá de jasmim para Agnes todas as noites, mas ela ainda não havia chegado ao quarto.

Bang, bang!

Então, alguém bateu na porta.

Assustada, Agnes olhou fixamente naquela direção.

Não há como a empregada chegar tão tarde. Agnes estava tão cautelosa quanto uma gatinha agora.

"S-Vossa Senhoria?"

O conde rapidamente foi direto para Agnes com passos largos e urgentes.

Ele estava aqui para tentar violá-la novamente?

Já se passaram meses desde que ele tentou pela primeira vez e ele não mostrou nenhum sinal de tentar novamente desde então. Mas agora, enquanto suas defesas estavam completamente abaixadas, ele estava aqui.

Forçando sua voz, que se recusava a sair, ela perguntou a Raon.

"O-O que traz você aqui tão de repente..."

"Shh."

Examinando cuidadosamente os arredores, Raon cobriu a boca de Agnes. Seu rosto não demonstrava emoção.

Então, ele sussurrou lentamente.

"De agora em diante, responda-me apenas com um aceno de cabeça ou um aceno de cabeça. Não diga nada em voz alta. Você entende?"

Enquanto Agnes respondia com um aceno lento, Raon vestiu Agnes com uma capa que havia sido preparada com antecedência.

Com os dedos percorrendo cada botão, Agnes ficou surpresa com o quão delicado e gentil era seu toque. Agnes, mais uma vez, sentiu uma sensação de segurança com ele.

"Venha me seguir."

Ela foi dominada pela vontade de perguntar para onde eles estavam indo, mas teve que se conter. O conde disse-lhe agora mesmo para ficar quieta.

Assim, os dois escaparam da mansão.

Como todos na mansão dormiam profundamente, tudo estava tão quieto que não parecia real.

Por um momento, esse pensamento passou pela cabeça de Agnes. Isso foi um sonho?

Ao passarem pelos portões principais, o mordomo, Clovis, estava lá.

Ao lado dele havia uma enorme carruagem de quatro rodas.

Observando Raon e Agnes passando pelos portões, Clovis lançou um olhar de desaprovação.

"Você realmente precisa fazer isso, Milord?"

Com seu tom cheio de urgência, Clovis perguntou. Porém, Raon apenas respondeu com uma ordem para abrir a porta da carruagem, em tom baixo.

"Entrem."

Quando a porta da carruagem se abriu, Raon pediu a Agnes que entrasse primeiro no veículo.

Então ele também entrou imediatamente.

"W-Onde estamos indo?"

Abalada pelo nervosismo, Agnes inadvertidamente quebrou sua promessa de ficar quieta. Assim que ela falou, a porta da carruagem se fechou com firmeza.

Logo, a carruagem começou a se mover.

"Estou mandando você para casa."

"......!"

Os olhos de Agnes se arregalaram. Nem por um segundo em sua vida ela pensou que isso iria acontecer.

Ela não conseguia acreditar no que ouvia. Raon a estava mandando de volta para casa?

Chocada, Agnes perguntou de volta.

"C-Casa?"

"Deixei algumas moedas de ouro no bolso interno daquele manto."

Quando ele disse isso, ela percebeu o que parecia ser uma bolsa do tamanho da palma da mão no bolso interno do roupão que ela usava.

Abrindo a bolsa com cuidado, ela descobriu que não eram apenas "algumas" moedas de ouro. A bolsa estava cheia disso.

Ela não tinha certeza disso, mas com isso talvez conseguisse comprar uma casa na capital, com alguns trocos sobrando também.

"Pegue sua família e vá para longe."

Embora seja verdade que Agnes estava planejando escapar em primeiro lugar, ela não pôde deixar de ficar nervosa com a mudança repentina de atitude de Raon.

Por um longo tempo, ela ficou sentada em silêncio, olhando para Raon. Quer ela quisesse ou não, dúvidas surgiram em sua mente.

"Por que você está me deixando ir? Por que você está me dando todo esse dinheiro?

"Para aliviar minha culpa."

Raon respondeu, mas Agnes não conseguiu entender o significado por trás disso.

O que exatamente esse homem fez para tentar aliviar sua 'culpa' agora?

Agnes cerrou os punhos, a tal ponto que os nós dos dedos podiam ser vistos claramente.

A carruagem funcionou por muito tempo.

Nenhum deles tentou puxar conversa.

Naquele silêncio sufocante, o que se ouvia eram apenas os cascos dos cavalos, correndo vigorosamente pela estrada de terra, e as rodas da carruagem, fazendo barulho a cada curva.

SaintessOnde histórias criam vida. Descubra agora