Capítulo 50 - Ato 9

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TAPA-

Agnes levantou a mão e bateu com força na bochecha de Berry.

Com uma mão bastante dura, a cabeça de Berry virou rapidamente.

"Maldita garota."

Maldições familiares saíram de sua boca.

A situação em que ela soltou maldições que ela mesma já tinha ouvido inúmeras vezes estava lhe trazendo mais prazer do que ela poderia imaginar.

Outra vez,tapa-! O mesmo som agudo ecoou.

Suas longas unhas passaram pela bochecha coberta de sardas de Berry, causando o aparecimento de marcas avermelhadas.

Berry, com o rosto pálido, só conseguiu repetir que havia feito algo errado.

O papa sabia de tudo, desde Raon enviando secretamente Agnes de volta para casa até Agnes retornando para a mansão.

Convencida de que havia um informante interno, Agnes convocou imediatamente todos os criados da mansão.

Tomando a empregada doméstica como exemplo, Agnes a sujeitou a uma punição severa, e Berry logo confessou em prantos todas as suas transgressões.

No final das contas, a família de Berry teve uma fé profunda por gerações.

Ela se aproximou e fingiu ser amigável com Agnes enquanto secretamente revelava tudo ao papa.

Sabendo desse fato, Agnes não pôde deixar de cerrar os dentes.

"Barry, você não sabe o quão bem eu te tratei, Hm? Todas as noites, eu generosamente te dava coisas doces para encher sua boca, não é?

"S-Sim, eu estava errado, Santa... Por favor, me perdoe, por favor...UGH!"

"Estou pensando em como punir você. Devo cortar sete centímetros dessa sua língua comprida? Ou devo arrancar os olhos que testemunharam tudo? Se isso não bastasse, devo esmagar os tornozelos da garota que correu para o Papa?"

"S-S-Saintess, por favor... por favor... eu estava errado, eu estava errado!"

Berry, tremendo incontrolavelmente, até começou a se molhar.

Mesmo ao ver uma visão tão lamentável, Agnes nem piscou.

"Barry, você realmente acredita que o Papa irá protegê-lo?"

"Aqui, oiii."

"É como se você não soubesse a quem o dono desta mansão dedicou sua alma... Como você pôde ser tão ignorante?"

Agnes voltou seu olhar para a trêmula empregada ao lado.

"Amarre esta desgraçada a um pilar na masmorra e não dê a ela uma gota d'água por uma semana."

"Oiiii! N-Não, por favor... Santa... Por favor... Por favor, me poupe...!Aaaah!"

"Reflita sobre seus pecados. E se arrependa."

A chefe da empregada, que já havia sido punida uma vez, simplesmente abaixou a cabeça na frente de Agnes, com o rosto sem cor.

* * *

Os passos de Clovis em direção ao escritório foram sombrios.

Ele sentiu que Raon precisava ser informado sobre os acontecimentos absurdos que estavam acontecendo na mansão do conde ultimamente.

Há uma semana, uma empregada de baixa patente foi encontrada amarrada a um pilar na masmorra, vestindo apenas roupas íntimas.

Clovis tropeçou nela e, depois de muita luta, conseguiu salvar sua vida, mas ela já estava meio louca.

Ela não bebia uma gota de água há uma semana e seu corpo estava completamente desidratado.

Agnes esteve no centro de todos esses acontecimentos.

Em algum momento, Agnes começou a punir os servos como se ela detivesse todo o poder.

"Milorde, eu te imploro. Por favor, faça algo sábio para resolver esta situação."

Apesar da explicação detalhada de Clovis, Raon permaneceu indiferente, seu rosto desprovido de qualquer reação.

Depois de um longo período de silêncio, Raon finalmente pronunciou uma palavra.

Ele ordenou que Clovis trouxesse a empregada em questão até ele.

"Não, por favor... Isso é um absurdo, Milord. Lady Agnes me tratou como uma família...aqui... Como ouso... Como ouso traí-la."

No entanto, a situação tomou um rumo inesperado.

A empregada que estava amarrada ao pilar da masmorra há uma semana começou a chorar, alegando que Agnes não tinha feito nada de errado.

Talvez ela estivesse com medo de retaliação e disse isso, mas apesar das repetidas persuasões de Clovis, ela permaneceu inflexível.

"Oi... Desejo retribuir o favor de Lady Agnes... Desejo cuidar de Sua Santidade e ficar ao seu lado... Por favor, Senhor Clovis, dê-me uma chance de me arrepender..."

"Clóvis. O que mais devo fazer aqui?

Os lábios de Raon se curvaram ligeiramente.

Clovis passou a mão pelo rosto, uma expressão preocupada pairando sobre suas feições.

Ele sentiu que algo estava terrivelmente errado, mas parecia ser apenas seus próprios pensamentos.

Raon, com seu comportamento calmo. A empregada, chorando. E a santa, manipulando tudo nos bastidores.

Nenhum deles parecia perceber nada de errado nisso.

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