Capítulo 51

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"O dia em que a santa foi mandada de volta para casa... Um vizinho relatou que ouviu algo que parecia que ela estava tendo uma briga física com alguém dentro de casa."

A suspeita de que a santa havia matado a sogra era conhecida de todos os criados, mas a própria santa negou veementemente.

Agora, antes da autópsia, Clovis repentinamente inventou uma mentira, embora não houvesse nenhum relato de seu vizinho.

Foi para avaliar o quão louco o conde havia ficado.

"Cortem os ouvidos de quem ouviu os sons. E eles ficaram surdos, seus testemunhos não teriam credibilidade."

"Meu Senhor..."

Clovis não conseguiu dizer mais nada.

Ele queria perguntar por que ele havia mudado tanto, para onde foi aquela bondade gentil, compassiva e que valoriza a humanidade, por que ele ficou obcecado pela santa.

Mas ele não podia ousar.

"Clóvis. Não se atreva a zombar de uma língua amarrada."

Clóvis avisou do campo.

Sua voz era como gelo.

* * *

O quarto do Papa Andreas era um lugar relativamente modesto, composto por um único cômodo.

Depois de terminar a oração da noite, ele tirou a coroa que tinha na cabeça.

Como qualquer outra pessoa, ele sentiu um pouco de alívio ao remover a pesada coroa.

"Eca!"

Naquele momento.

Uma grande mão cobriu a boca do papa.

Antes que ele pudesse gritar, um focinho foi colocado em sua boca.

"Ah, ah!"

Com a mão bloqueando completamente as vias respiratórias, o peito do papa subia e descia rapidamente.

O homem que cobriu a boca do papa não tirou a mão até que os olhos do papa estivessem prestes a virar do avesso.

"......!"

Os olhos do papa se arregalaram de espanto quando viu o rosto do agressor.

Não havia intenção de esconder a própria aparência, e o homem de rosto bonito não desviou o olhar do papa.

Aquele que ousou amordaçar a boca da mais alta autoridade religiosa não foi outro senão Raon Toulouse.

"Uuuuuuh!"

O papa, que descobriu algo brilhando na mão de Raon, resistiu violentamente balançando a cabeça.

Era a mesma adaga que Raon enfiava em sua virilha todas as noites para controlar sua luxúria.

"Ugh, ah!"

Raon enfiou a lâmina, que estava bem afiada, diretamente na virilha do papa.

Era como se ele tivesse praticado dezenas de vezes.

Seus movimentos eram perfeitos, sem uma única falha.

O papa gritou em agonia, mas ninguém conseguia ouvir os seus gritos porque a boca estava firmemente colocada.

"Por que você está gritando assim? Não é esta a sua chance de ir para o abraço do deus que você tanto deseja? Você não quer que eu mande você para lá pessoalmente?

Com um movimento rápido, ele retirou a lâmina cravada na coxa do papa, e sangue fresco escarlate espirrou em todas as direções.

O quarto do papa estava agora cheio do cheiro metálico de sangue.

O papa começou a soluçar baixinho.

"Anuncie amanhã ao amanhecer que uma nova profecia divina foi divulgada."

"...Huh, uuugh."

"O Deus Todo-Poderoso finalmente perdoou Agnes."

O papa simplesmente soluçou de dor e não respondeu às palavras de Raon.

Raon perguntou novamente depois de levar a faca manchada de sangue ao pescoço do papa desta vez.

"Você tem que responder, certo?"

Então o papa assentiu freneticamente.

O papa sempre dizia que tudo era a vontade de Deus, mas agora ele estava cumprindo a manipulação do decreto divino por Raon.

"Que divertido. Qualquer um pode se tornar um deus diante de você.

Raon sorriu, torcendo os cantos da boca.

Ao fazer isso, ele demonstrou perfeitamente que Deus não existia.

Pelo menos foi assim que Raon sentiu.

"Você realmente é superficial."

De repente, Raon apontou para uma pequena janela em um lado da sala.

A noite escura que existia há poucos momentos estava agora banhada por uma luz estranha.

"Ugh, ah, ahhhh!!"

Quando o Papa Andreas rapidamente compreendeu a situação, ele mais uma vez soltou um grito.

Seus olhos, fixos na janela, estavam cheios de um fogo violento.

Toda a torre ocidental da grande catedral foi envolvida pelas chamas.

Era também aqui que ficava o necrotério.

E foi lá que jaziam os corpos das pessoas que Agnes matou, aos quais foi negado até mesmo um descanso eterno e adequado.

Foi neste momento que os planos do papa ruíram – realizar uma autópsia dos cadáveres, condenar a santa pecadora e guiar Raon de volta ao abraço de Deus.

A chama vermelha ardente, tão intensa que parecia prestes a devorar tudo, estava inchando a ponto de parecer que iria aniquilar tudo.

Diante desta cena angustiante, o Papa Andreas derramou lágrimas silenciosas.

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