Capítulo 14

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Os soluços da mulher se aprofundaram.

Acontece que ela era a santa obscena e parecia ter a impressão de que, como se fosse levada por um carrasco, seria queimada na fogueira - como muitas bruxas que morreram antes.

"Você não será queimado."

Raon deu um passo mais perto dela, persuadindo-a gentilmente.

A distância entre eles agora não estava nem a um palmo de distância um do outro.

Todo o seu comportamento – sua expressão, o tom de sua voz, seu comportamento – era gentil e terno. Devido a isso, Agnes sentiu como se estivesse sendo libertada, mesmo que um pouco, da ansiedade profunda que sentia.

"Você está certo...?"

"Eu prometo."

"Se não vou me queimar... Por que estou aqui? Por favor, me mande de volta para minha família! Eles vão morrer sem mim! Eles vão morrer...!"

"Por enquanto, por favor, desça daí. Venha aqui para que possamos conversar, nós dois.

Naquele momento, um vento frio soprou pela janela e seus longos cabelos esvoaçaram lindamente como se estivessem dançando.

E quando seu cabelo prateado esvoaçante obscureceu sua visão—

"Ah!"

Ao mesmo tempo, Raon rapidamente deu um passo à frente e puxou seu pulso fino.

O corpo de Agnes cambaleou muito, mas logo caiu nos braços grandes e sólidos do homem.

Os muitos,muitos as jovens que desejavam estar nos braços do nobre conde Raon Toulouse poderiam ter desmaiado se vissem esta cena.

Eles não seriam capazes de acreditar que haviam perdido esta oportunidade para esta mulher inocente que havia sido designada como a santa obscena.

Por outro lado, a única coisa em que Raon conseguia pensar era em como a mulher em seus braços era esbelta.

Já era óbvio só de vê-la que ela era pequena, mas agora que ele a tinha em seus braços, ele podia sentir claramente o quão magra ela era.

É como se um aperto errado fosse quebrá-la ao meio.

Então, de repente, ele se lembrou das palavras do médico – que seria difícil para ela conceber um filho por enquanto porque ela está desnutrida.

Ele não podia acreditar que teria que gerar um filho com uma mulher assim...

Esta foi a única vontade de Deus.

Não havia necessidade de Raon se sentir culpado.

Mesmo assim, Raon se sentiu angustiado.

Até mesmo sentir-se culpado por seguir a vontade de Deus parecia ser um ato adjacente a trair a Deus. Este conflito dentro dele lhe trouxe uma dor terrível.

Seja qual for o caminho que ele seguiu, Raon não se sentiu confortável.

"Inês..."

Sempre que Raon chamava o nome dela, ele se sentia entorpecido.

Sua irmã mais nova, que morreu de forma tão sangrenta, sempre vinha à mente.

"Aqui aqui..."

Antes que ele percebesse, a camisa branca de Raon ficou encharcada.

Inês chorou sem parar.

Segurando-a firmemente em ambos os ombros, Raon se inclinou ligeiramente para frente e olhou em seus olhos.

"Eu prometo. Também garantirei que sua família seja bem cuidada.

Ele entendeu que tranquilizá-la era a primeira prioridade.

Ele foi misericordioso, até mesmo com a santa obscena.

Os servos que assistiram expressaram sua sincera admiração por seu mestre.

"...Então, o que devo fazer agora?"

Quando Agnes finalmente se acalmou um pouco, ela fez essa pergunta com cuidado.

Seus olhos estavam cheios de determinação, como se ela fosse fazer qualquer coisa pelo bem de sua família.

"Tudo o que tem a fazer é..."

Parando, Raon engoliu em seco.

Ele não suportava dizer que o que ela precisava fazer era engravidar.

Em vez disso, as palavras que saíram de seus lábios eram completamente diferentes.

"Nunca mais morra por vontade própria. Você tem que prometer.

"Perdão...?"

"Você não pode fazer isso enquanto está na frente dos meus olhos. Pelo menos, não com esse nome."

"O que você quer dizer...?"

"Responda-me primeiro, Agnes."

"...Eu prometo."

As pupilas de Agnes tremeram impotentes, mas ela finalmente assentiu.

Ela se sentiu compelida a responder dessa maneira.

Assim que ouviu a resposta dela, Raon se virou e disse ao mordomo para bloquear todas as janelas desta sala.

Então, quando ele estava prestes a sair da sala sem olhar para Agnes mais uma vez—

"Hum... Vossa Senhoria... V-Você é um homem confiável, certo? Não é?

Desde então, Raon recuperou os sentidos e agora olhou para ela com olhos frios.

Ele tentou manter em mente o conselho que o médico lhe dera.

Sobre como essa mulher não era diferente do gado.

E, se isso fosse demais, pense nela como um mero recipiente que precisava conceber.

Mesmo que ela tivesse o mesmo nome de sua irmã mais nova, ela não era irmã dele.

Não havia necessidade de ele sentir qualquer compaixão ou culpa por ela.

Ele endureceu ainda mais sua expressão e olhou para ela ainda mais frio.

"O único em quem você precisa confiar é o Deus Todo-Poderoso."

"......"

"Então, certifique-se de confiar e acreditar em Deus, não em mim. E você deve se arrepender diante Dele."

Ela era inocente, mas lhe disseram para se arrepender...

Mais uma vez, o desespero caiu sobre Agnes.

Raon era o único de quem ela pensava que poderia receber gentileza, mas isso não importava.

Estava claro que ele também havia rotulado Agnes de santa obscena.

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